Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em janeiro de 2023
Em 2022 tivemos muitas produções cinematográficas indispensáveis que estrearam nas telonas dos cinemas (Cineflix: lista dos dez melhores filmes que estrearam nos cinemas em 2022), enquanto que outras foram direto para o streaming, mesmo merecendo projeção nas grandes telas (Lista: três filmes que estrearam no streaming e mereciam a telona). No entanto, há os filmes que nos fizeram pensar e geraram profundo arrependimento pelo tempo e dinheiro perdido. Confira a lista dos filmes que o melhor a se fazer é fugir!
Imagine um filme descabido. "Moonfall: Ameaça Lunar", de Roland Emmerich, protagonizado por Patrick Wilson e Halle Berry tem o roteiro fraco de Roland Emmerich, Harald Kloser e Spenser Cohen. E como não sendo suficiente o desnorteio, chega ao ponto de fazer uma misturinha de outros filmes e, ao fim, não mostrar a que veio. Resumo: é uma bobajada de 2 horas que vira uma tortura com sensação de pelo menos 3 horas de duração. A ficção científica tem várias cenas de ação que, por vezes, derrubam todo o convencimento conquistado do público e transforma o filme numa total enganação. No início, "Moonfall: Ameaça Lunar" parece querer ser levado a sério e convence o público a embarcar na trama. Contudo, logo, a construção da atmosfera cai por terra. Sem dó!
Lançado no primeiro semestre de 2022, o novo filme para o livro de Stephen King de 1980, intitulado "Firestarter", batizado no Brasil de "A Incendiária", com direção de Keith Thomas traz Ryan Kiera Armstrong (American Horror Story: Double Feature e "IT: Capítulo II") na pele da garotinha Charlie com poderes pirocinéticos ao lado dos pais interpretados por Zac Efron ("High School Musical" e "Música, Amigos & Festa") e Sydney Lemmon ("Fear The Walking Dead"), além de efeitos visuais nem sempre satisfatórios, mesmo comparado ao longa de 1984 protagonizado pela atriz mirim do momento: Drew Barrymore.
Neste, a história da garotinha com poderes de incendiar com a mente, leva o público até a crer que o filme da categoria terror e suspense seja, na verdade, uma trama de ficção científica. Antes da metade até o fim, o longa chega a remeter ao clássico "A Experiência" (1995), mas com o diferencial de não ter conteúdo. Como escapar impune à revelação da menina, quando diz ter direcionado o fogo ao pai e ele simplesmente retribui com uma carinha de compreensivo?
O filme começa com a temática assustadora de filhos roubando os pais, mas que atenua a atitude errada uma vez que a ação é para um bem do planeta Terra: levar água para a África, no deserto do Saara. Apesar desse baque de conduta errônea, a produção dirigida por Louis Garrel consegue convencer quando apresenta o envolvimento de várias crianças num super projeto pelo bem de todos.
É assim que conhecemos a família de protagonistas composta pelos pais Abel e Marianne e o filho de 13 anos, Joseph. Abel chega do trabalho e percebe que o patinete do filho não está onde habitualmente fica. Conversa vai, conversa vem e o menino revela ter tirado de casa diversas coisas, entre elas itens caríssimos como roupas de gripe da mãe e relógios de coleção do pai. Crítica ao consumismo desenfreado?! Sem dúvida! Por outro lado, nada justifica a audácia da criança em negociar o que não lhe pertence. Tudo cai por terra quando as crianças falam da prática sexual com os pais, tal qual fossem adultos.
A história do personagem que inspirou o boneco que foi dado ao garotinho Andy e quase tirou o favoritismo do caubói Woody na franquia "Toy Story", é apresentada ao público. No início, em uma preguiçosa tela de fundo preto com letreiros, há o aviso de que iremos assistir ao filme que fez Andy querer o Buzz Lightyear. Em certos pontos, "Lightyear" até remete ao sucesso de bilheteria do momento, encabeçado por Tom Cruise, "Top Gun: Maverick". Principalmente por conta dos mocinhos assumirem os postos de pilotos destemidos e amam o que fazem, sendo ambos responsáveis por uma super missão, mas não há nada do carisma de Maverick em "Lightyear".
A vida do patrulheiro se resume a cumprir a missão de tirar todos do espaço. Contudo, enquanto teima na mesmice, o tempo passa, menos para ele, uma vez que faz viagens pelos anéis do tempo. De fato, "Lightyear" começa empolgando, mas a luz fica restrita ao nome do protagonista. O longa animado é bastante escuro, o que acaba proporcionando algumas cabeçadas para quem está com sono.
A produção da Netflix estrelada por Rebel Wilson promete muito em trailer, mas entrega pouquíssimo. Não é que o longa seja voltado somente aos maiores de 30 anos e que viveram o auge de "Britney Spears" e "N´Sync", por exemplo. Ainda que tenham cortado qualquer menção a boy band "Backstreet Boys". Afinal, para a nova geração saber mais dessa época basta conversar com os pais, familiares ou simplesmente ter interesse no que aconteceu há 20 anos. Com a internet não é uma tarefa difícil!
A verdade é que em "De Volta ao Baile" falta liga, embora esteja no padrão das produções da Netflix. O trailer com o som de um sucesso da princesinha do pop, "Crazy", passa a ideia de uma volta aos anos 2000 e um combinado com os tempos atuais. Afinal, a protagonista acorda de um coma. História incrível, porém o ponto forte do longa se desgasta na atualidade e faz o filme, que começa muito bem, ir enfraquecendo no decorrer de 1h 51m.
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
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