domingo, 15 de janeiro de 2023

.: Entrevista: Rosane Svartman, autora de "Vai na Fé", a nova novela das sete


Autora dos sucessos "Totalmente Demais" e "Bom Sucesso", autora encara o desafio de escrever a terceira novela das sete como titular. Foto: Globo/João Miguel Júnior
 
Rosane Svartman é uma autora, diretora e produtora. Formada em cinema pela UFF (1991), fez mestrado em Comunicação, Estética e Tecnologia pela UFRJ (2008) e doutorado em Comunicação - Cinema na UFF (2019). Como autora, assinou novelas como "Malhação - Intensa como a Vida" e "Malhação - Sonhos", ambas indicadas ao Emmy Internacional digital e ao Emmy Kids Awards, respectivamente, "Totalmente Demais" - também indicada ao Emmy Internacional como Melhor Telenovela, e "Bom Sucesso" - indicada ao prêmio europeu Rose D´Or. As três últimas obras foram escritas junto com o autor Paulo Halm. 

Na TV Globo, escreveu ainda as séries "Dicas de um Sedutor" e "Guerra e Paz", esta última como colaboradora de Carlos Lombardi. Dirigiu os humorísticos "Casseta & Planeta, Urgente!" e "Garotas do Programa". No cinema, dirigiu as comédias "Como Ser Solteiro" (1997); "Mais Uma Vez Amor" (2005) e "Desenrola" (2010). Estreou no universo infantil na direção do filme "Tainá - A Origem" (2012) e, em 2022, estreou seu quinto longa-metragem, filmado debaixo d'água e em 3D, "Pluft, o Fantasminha".

Escreveu as obras literárias: "Onde os Porquês Têm Resposta" (2003), "Quando Éramos Virgens" (2006), "Melhores Amigas" (2006), "Desenrola" (2011) e "Telenovelas and Transformation: Saving Brazil´s Television Industry" (2021). E as peças teatrais: "Mais Uma Vez Amor" (2004), "O Pacto das 3 Senhoras" (2011) e "Anjos Urbanos" (2012). Rosane também dirigiu com Lírio Ferreira a adaptação para o teatro de "Eu Te Amo", de Arnaldo Jabor, e é autora de "Musa Música", a primeira série musical produzida pelos Estúdios Globo para o Globoplay e Gloob. 

Como você define a história de "Vai na Fé"?
Rosane Svartman - O título já diz muita coisa. 'Vai na Fé' fala de esperança e da fé que as coisas vão melhorar, que tudo vai dar certo, que é possível se reinventar, acreditar, com o forte sentido de positividade. É uma história repleta de conflitos, humor, romance, e que trata de temas contemporâneos que atravessam a vida desde os mais jovens aos mais vividos. Apresentamos personagens com mais camadas, menos maniqueístas, que acertam e erram, aprendem, erram de novo, mesmo tentando acertar...São personagens humanos, que muitas vezes se contradizem, se enrolam, enfim, como nós. E a obra fala de seguir em frente mesmo em meio às adversidades, acreditando num futuro possível, melhor.

Quais serão os principais temas abordados na novela? 
Rosane Svartman - Estamos falando de uma novela contemporânea em que pretendemos, ao longo da trama, iluminar temas diversos que estão muito presentes nos dias atuais. Por exemplo, temos um casal de advogados, a Lumiar (Carolina Dieckmann) e o Ben (Samuel de Assis), que vai retratar a rotina dos tribunais. Justiça é um tema que permeia a novela. Temos o núcleo da universidade que trará a realidade das cotas, da diferença social, da meritocracia, entre outras temáticas que estão presentes na realidade dos jovens de hoje. Estes são dois exemplos de temas da atualidade abordados na novela. Enfim, serão sempre enfoques com perspectivas diferentes, considerando a vivência e a história de cada um, os personagens vão atravessando e vivendo conflitos que qualquer um de nós pode viver.


Você conta com uma equipe de autores, uma pesquisadora e consultores. Como funciona a participação desses parceiros?
Rosane Svartman - Um roteirista quando escreve, o que ele faz é construir pontes de empatia. Para isso, conto com uma equipe talentosa e apaixonada pelo que faz: Mario Viana, Pedro Alvarenga, Renata Corrêa, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa. Mas por mais que eu tenha uma equipe diversa, de idades, experiências e trajetórias diferentes, não conseguimos dar conta de todos os temas de uma novela através do ponto de vista de nossa própria experiência ou repertório. Então, a melhor forma de construir algumas dessas pontes é escutar alguém que tenha uma experiência diária num determinado tema, isso faz toda a diferença. São assuntos que vão permear a novela e conversamos com várias outras pessoas para escrever sobre eles, temos uma enorme consultoria de pesquisa, além do trabalho maravilhoso da nossa pesquisadora Paula Teixeira, que vai fisicamente nos lugares e faz com que a gente tenha acesso a pessoas que tem tudo a ver com os personagens. Além dela, consultores fixos como César Belieny e Dr. Carlos Lube.

Quais foram as referências e inspirações que a fizeram querer contar essa história?
Rosane Svartman - São várias as minhas inspirações, mas especialmente busquei assuntos que estão presentes na sociedade e que sinto a necessidade de conversar mais sobre. Porque acredito que uma novela é um grande diálogo com a sociedade. De análises de trabalhos anteriores, entendi que o público quer ver personagens mais próximos da realidade, com os quais ele se identifica, que erram, acertam, e que, às vezes, sejam também contraditórios. Creio que o melodrama como narrativa passou a aceitar personagens menos maniqueístas. A mocinha não precisa apenas buscar o seu par romântico, o vilão não faz só maldade, existem várias camadas em cada uma dessas personas. Há uma aproximação maior dos personagens com a realidade.


Como a novela não tem personagens maniqueístas, podemos dizer que o Theo (Emilio Dantas) é um antagonista da trama?
Rosane Svartman - Theo não é um vilão maniqueísta, ele é aquele cara que na juventude era muito gente fina, que resolvia tudo, tinha jogo de cintura, fazia favores, mas sempre com segundas intenções. Uma cara que sabia e queria levar vantagem em tudo. Mas, ao longo da vida, algumas dessas atitudes ganharam outro peso. Uma coisa é colar na prova da escola, a outra é falsificar um documento, por exemplo. O limite ético e moral de Theo foi ficando cada vez mais esgarçado. Theo se tornou um homem egoísta, com traços narcisistas e capaz de atrocidades.

A novela estará ambientada no bairro de Piedade, por que a escolha desse bairro?
Rosane Svartman - Primeiro, o nome ‘Piedade’ tem muito a ver com a história da novela. Queríamos algum lugar na Zona Norte para fazer o contraponto com a realidade da Zona Sul, onde fica a universidade, além de outros territórios da novela. Tinha de ser um bairro operário, tradicional, que tivesse clubes, onde se realizavam eventos de bailes funk nos anos 2000, e identificamos em Piedade muitos pontos em comum com a novela. Além disso, Sol e Bruna trabalham no Centro da Cidade, bem no meio do caminho. O dia a dia de Piedade representa muitos lugares do nosso Brasil.


Como está sendo sua parceria com o diretor artístico Paulo Silvestrini? É a primeira novela em que trabalham juntos. 
Rosane Svartman - Já tínhamos ensaiado trabalhar juntos outras vezes, mas não tinha acontecido...até agora. Paulinho me surpreende com ideias que não havíamos pensado na sala de roteiro e a gente comemora, ao mesmo tempo ele tem a escuta de entender que figurino e cenário têm a ver com construção de personagem, com a trama, e a gente troca muito sobre isso. Já vi algumas cenas da novela e fiquei muito feliz. Ele fez as cenas de humor ficarem mais engraçadas e as cenas dramáticas me fizeram chorar. Temos uma troca e escuta muito bacanas. Há um diálogo bem grande no tripé de autor, direção e produção, comigo, o Paulinho e a Mari Pinheiro, produtora da novela. Acredito que esse diálogo é fundamental para podermos contar essa história da melhor forma possível.


O que o público pode esperar de "Vai na Fé"? 
Rosane Svartman - O que eu espero quando assisto a uma novela é, em parte, entretenimento e um pouco de fantasia e escapismo, então, queremos divertir e emocionar. Mas uma novela também ajuda a gente a refletir sobre o dia a dia, a se informar e se atualizar sobre alguns temas, ter assunto para dialogar dentro e fora de casa, especialmente se for uma trama com assuntos atuais. Uma novela das sete, especialmente, tem como ingrediente muito importante a mistura de gêneros, pois temos um público muito diverso, com adultos, crianças e adolescentes na frente da televisão nesse horário. Então, a história precisa ter um pouco de humor, de drama, de aventura, além de gerações diferentes retratadas para conseguir engajar todas as camadas do público.

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2 comentários:

  1. Por favor não demore MT pra mim ver amizade e iury e Fred começar tô MT ansiosa bote eles dois mas contracenar juntos obrigado por ele meu comentário e si for possível atenda meu pedindo

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  2. Iury e Fred cadê por favor eles juntos contracenando todo fofo e apaixonado querrroooo

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