Primeira eliminada do reality show, Marília viveu intensamente o programa. Foto: Globo/João Cotta
Em apenas dez dias de jogo, Marília Miranda enfrentou dois paredões no "Big Brother Brasil", que em 23 edições é o reality show de mais prestígio na televisão brasileira. Na primeira berlinda, fazendo dupla com Fred Nicácio, foi escolhida pelo público para deixar a casa. Mas ainda havia uma segunda chance: os dois foram encaminhados ao quarto secreto e um deles retornaria ao confinamento. “Eu me emocionei demais porque eu tinha sonhado que o paredão poderia ser falso, mas achava que estava criando coisas na minha cabeça. Quando entrei ali e vi as duas camas, eu caí no choro porque era mais uma chance de voltar para o jogo, uma luz no fim do túnel”, revela a agora ex-"BBB" sobre a experiência.
Porém, era, de fato, o fim do game para a maquiadora, que com 52,7% dos votos foi eliminada definitivamente do "Big Brother Brasil". Para ela, a dinâmica de duplas foi uma surpresa determinante em seu desempenho no reality. Marília diz que planejava mostrar sua intensidade, força e garra, mas em primeiro lugar a empatia, e a preocupação de prejudicar sua dupla lhe custou a permanência no programa. “Eu sempre falei que se fosse para o BBB não iria passar por cima de ninguém. Não é da minha índole e, para mim, não tem dinheiro no mundo que pague isso”, explica.
Na entrevista a seguir, a primeira eliminada da edição conta quem gostaria de ter tido como dupla no lugar de Fred Nicácio, fala sobre seus melhores momentos no jogo e elege quem deve sair vencedor do "BBB 23".
Parte do público avaliou que você prometeu mais do que entregou. O que acha que faltou para permanecer mais tempo na competição?
Marília Miranda - Faltou eu ter entrado sozinha. Eu fui muito podada; se um gerasse conflito iria respingar no outro, e eu não consegui fazer o que eu queria fazer. Queria ter ido buscar informações sobre por que as pessoas estavam me tratando daquela forma sem eu ter feito nada. E mesmo que isso gerasse alguma briga, seria uma briga que eu estaria comprando para mim. Essa dinâmica me atrapalhou porque eu sempre tive muita empatia pelas pessoas, e lá não seria diferente. Eu nunca faço as coisas sem pensar quando tenho alguém do meu lado que pode ser atingido, e eu sabia que o BBB também era muito importante para o Fred Nicácio.
Foram apenas dez dias no programa, mas você destacou que foi uma experiência intensa. Quais os momentos mais marcantes da sua passagem pelo programa?
Marília Miranda - O monstro com certeza marcou muito (risos)! Já os shows foram muito emocionantes. Logo de cara tivemos o privilégio de receber Anitta na casa, depois Saulo Fernandes, É o Tchan, Monobloco... E a ida para o quarto secreto foi o auge! Eu me emocionei demais porque eu tinha sonhado que o paredão poderia ser falso, mas achava que estava criando coisas na minha cabeça. Quando entrei ali e vi as duas camas, eu caí no choro porque era mais uma chance de voltar para o jogo, uma luz no fim do túnel. Na verdade tudo que acontece no "BBB" é muito impactante para mim. Receber o figurino com meu nome, ver o carinho da produção com cada participante... É simplesmente inacreditável. São detalhes que eu vou guardar para o resto da minha vida. O "BBB" foi uma experiência única!
Como você avalia sua relação com ele?
Marília Miranda - De uma maneira geral, foi uma relação bacana. Ele me divertiu em vários momentos. O Fred tem um jeito mais explosivo, eu também. Mas teve esse ponto de, ao lado dele, eu não ter conseguido colocar para fora o que eu estava sentindo. Quando eu chorava, ele me trazia de volta; eu praticamente não podia chorar. Mas eu sou muito intensa, preciso colocar para fora, preciso gritar. Então, percebi que em alguns momentos o meu jeito incomodava não só os outros participantes como a minha dupla também, e é muito difícil estar ao lado de uma pessoa e não conseguir ser 100% você. Nisso eu senti muito.
Você teria escolhido outra dupla, se fosse possível?
Marília Miranda - Se fosse possível, sim. Escolheria a Key Alves, com certeza. Eu me conectei muito com ela, que é uma mulher de fibra, garra e força. A Larissa também é uma menina incrível, justa, e acredito que me daria bem ao lado dela; a gente conseguiria conciliar as coisas de uma melhor maneira. E dos homens, acho que o Cara de Sapato poderia ter dado certo. Ele é mais “tranquilão” e vejo nele muita empatia também. Fora o Cowboy (Gustavo), que eu amo demais e é um menino sensacional. Ele tem uma energia leve e a gente se conectou de cara. Se eu tivesse ficado grudada com ele, a gente iria se divertir muito.
Você mencionou que algumas pessoas criaram implicância com você e tentaram te queimar com outros participantes. O que você acha que incomodou tanto os outros confinados?
Marília Miranda - O meu jeito! Só o fato de a cabrita existir, já incomodou; é babado (risos)! A minha vida inteira foi assim. Eu tenho uma personalidade muito forte, sou muito extravagante. Tudo o que eu faço é muito: se eu tenho raiva é muita raiva, se eu tenho alegria é muita alegria. São sempre os extremos. Meu jeito de gritar, de falar alto, com certeza incomodou só pelo fato de eu estar ali, sem eu ter feito nada.
Logo no início da temporada, dois grandes grupos se formaram. Você acredita que estava do lado certo da história do "BBB 23"?
Marília Miranda - Acredito, sim. Eu sou uma pessoa de muita sensibilidade e a maioria das pessoas que estavam no meu quarto são de boa índole, valores, caráter; isso é algo inegociável para mim. Eu sempre falei que se fosse para o "BBB" não iria passar por cima de ninguém. Eu me preocupo muito com meus valores, com a minha verdade, com a minha lealdade e com a mulher forte e de fibra que eu sou. Se for para passar por cima de outra pessoa para me dar bem, eu não faço. Não é da minha índole e, para mim, não tem dinheiro no mundo que pague isso. E eu percebi que no outro quarto as pessoas estavam dispostas a qualquer coisa e a qualquer custo para ganhar. Tive essa visão lá dentro e também tenho aqui de fora, então com certeza eu estava ao lado de pessoas que tinham a mesma ideologia de vida que eu em vários pontos.
Qual foi a sensação de viver um quarto secreto e como foi ver e ouvir os participantes na casa pela televisão?
Marília Miranda - É muito bom saber o que as outras pessoas estão pensando e falando. Para mim, que sou fã do programa e amo um fuxico, assistir ao "BBB" dentro do "BBB" foi maravilhoso! Pude ter certeza de que o que eu estava pensando sobre os participantes e sobre a maneira como eles estavam lidando com o jogo era certo, que eu não estava louca. Estar no "BBB" já é uma emoção indescritível, tudo que acontece ali é único, e no quarto secreto não seria diferente.
Algumas conversas suas com o Fred Nicácio viralizaram nas redes sociais. Imaginava que poderia estar virando meme lá dentro?
Marília Miranda - Não! Na verdade a minha convicção era de que o meu potencial é muito maior do que o que foi entregue. E a minha preocupação era essa. Eu falei: pronto, vou sair e não vou ter nada, não vai ter torcida, não vai ter ninguém me acompanhando... Eu não consegui mostrar a cabritona que eu queria, o meu jeitão.
Dentro da casa, o Fred Nicácio te relembrou uma fala da sua apresentação: “Você tem sangue de Maria Bonita”. Isso te motivou?
Marília Miranda - Quando eu me apresentei a ele, falei isso e ele ficou repetindo para mim. Sempre que falam sobre força, garra, sobre o sangue de Maria Bonita, eu volto para o eixo, lembro a mulher forte que eu sou. Então, toda vez que ele repetia, me fazia muito bem. Como lá dentro a gente não tem informação de nada, eu muitas vezes me senti perdida porque sou muito da emoção, não consigo disfarçar. Em vários momentos deixei essa emoção muito grande tomar conta, e voltar para o eixo era bom.
Receber o castigo do monstro logo na primeira semana te afetou de alguma maneira ou você levou pelo lado da brincadeira?
Marília Miranda - Quando você entra no "BBB", sabe que está sujeito a todas as dinâmicas. Eu, como fã do programa, já sabia que poderia acontecer. Ninguém quer receber castigo, e é o castigo do monstro. As pessoas acham que a roupa é leve, só uma esponjinha, quando na verdade o buraco é mais embaixo. Mas eu tentei levar da melhor maneira possível, na brincadeira, com um sorriso no rosto. E até isso incomodou as pessoas. Quando me deram o castigo do monstro, queriam ver outra Marília, chorando, mas me viram rindo, debochando. Eu não imaginava que iria sair na primeira semana do jogo, mas já que estou aqui, pelo menos vivi essa experiência (risos). Fico muito feliz quando me vejo de monstro porque lembro que eu queria viver tudo que o jogo poderia proporcionar: anjo, líder, monstro, tudo que tivesse direito! E em uma semana deu para viver bastante coisa.
Você já tinha uma quantidade grande de seguidores quando entrou no "BBB" em função do seu trabalho. Agora, esse número é ainda maior. O que muda para você? Quais são seus planos pós-reality?
Marília Miranda - Eu quero continuar meu trabalho, que é o meu propósito de vida e missão, de transformar a vida das pessoas e empoderar outras mulheres por meio da maquiagem e da minha própria motivação. Eu amo falar sobre motivação, sobre autoestima, sobre força. No "BBB", mesmo em pouco tempo, eu consegui ampliar esse potencial. Tanta gente chegou a mim por causa do programa e eu vou aproveitar essa oportunidade para ampliar o meu trabalho, com muita dedicação, fazendo o que eu amo. E estou aberta ao que mais aparecer. Acredito que ainda virão muitas coisas boas porque eu tenho convicção de que Deus não me trouxe até aqui à toa. Grandes portas vão se abrir.
Quem deve ganhar o "BBB 23"?
Marília Miranda - Eu quero que a Key Alves e o Gustavo vão para a final! Eles são um casal incrível, pessoas de energia maravilhosa. Eu sou muito da energia, e a maneira como eles me tratavam, como a gente brincava... São pessoas leves, do bem, do coração honesto, leais. Também gostaria de ver a Domitila Barros na final. É uma mulher de garra, que também fala sobre muitas coisas que eu falo, como empoderar e ajudar a transformar a vida de outras pessoas. Então, ficaria muito feliz se qualquer um dos três ganhasse o prêmio. Ainda tenho que assistir a muita coisa, mas com o que eu senti e vivi, torço por eles.
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