sábado, 3 de dezembro de 2022

.: "A Vestida": livro de contos escrito por Eliana Alves Cruz vence o Prêmio Jabuti


Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Contos, o livro "A Vestida" é escrito por Eliana Alves Cruz e lançado pela editora Malê. Crítica social, referências a ancestralidade africana, pesquisa histórica, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos seus personagens marcam a prosa dessa escritora carioca. Os seus personagens não estão soltos nos vãos da história, nos espaços invisíveis aos quais as vivências negras quase sempre foram relegadas, muito pelo contrário, eles estão intimamente comprometidos com a vida e o tempo, iniciados em terreno ficcional bem elaborado.

Não é diferente com "A Vestida", primeiro livro de contos de Eliana Alves Cruz. Seja na cidade de Justiçópolis, do conto Cidade espelho, seja no desconforto de Flávio, personagem de Oito e oitenta, com o seu filho. Tudo em "A Vestida" leva a reflexão. Seja nas precipitações de Marilene, no conto "Noite sem Lua", ou nas reflexões de Doralice, no conto "Peito de Ferro". Tudo em "A Vestida" leva a sentir. 

Eliana Alves Cruz, em "A Vestida", tinge um rico painel do Brasil de ontem e de hoje, do país que não se move em questões que são centrais para a maioria de sua população. Ao desenhar essa paisagem, Eliana não se desvirtua, em nenhum momento, do que é essencial na sua atuação como escritora de literatura, nos oferecer bons enredos, finamente elaborados, desenvolvidos com inspiração, técnica e talento, que seduzem os leitores em intensa fruição literária. Você pode comprar o livro "A Vestida" neste link.


Sobre a autora
Com quatro romances publicados entre 2016 e 2022, Eliana Alves Cruz desponta como grande revelação da literatura afro-brasileira contemporânea. Jornalista por formação, ela nasceu no Rio de Janeiro e, como escritora, vem se destacando na ficção, inicialmente com o romance "Água de Barrela", fruto de cinco anos de pesquisa sobre a história de sua família desde os tempos da escravidão. Em 2015, o livro foi contemplado em primeiro lugar no Prêmio Oliveira Silveira, concurso promovido pela Fundação Cultural Palmares, que o publicou no ano seguinte. E uma nova edição já se encontra disponível. 

Em 2016, integrou a edição 39 da série "Cadernos Negros", com poemas de sua autoria. E, no ano seguinte, contribuiu com dois contos para a 40ª edição dos "Cadernos", entre eles a narrativa de ficção científica intitulada “Oitenta e Oito”. Neste mesmo ano, participou também da premiada antologia "Novos Poetas". 

Empenhada no resgate da memória social e cultural afro-brasileira, seu mais novo romance - "O Crime do Cais do Valongo" - figura como romance histórico e policial, com uma instigante narrativa que se inicia em Moçambique e chega até o Rio de Janeiro. Em 2020, vem a público seu terceiro romance, "Nada Digo de te que em Ti Não Veja", também situado no período colonial, mais precisamente no século XVIII, em pleno ciclo do ouro nas Minas Gerais. Já "Solitária", publicado em 2022, apresenta um mergulho na exploração da força de trabalho feminina e negra em trabalhos domésticos, em que desponta a empregada como sucedâneo das antigas mucamas do período escravista. Compre "A Vestida" neste link.

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