Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em dezembro de 2022
2022 foi marcado como o ano do regresso definitivo do público aos cinemas. E a turma da poltrona com balde de pipoca e refrigerante foi presenteada com produções incríveis e de gêneros variados como "Trem-Bala", "O Telefone Preto", "O Menu", "O Acontecimento", "Bardo: falsa crônica de algumas verdades", "Avatar: O Caminho da Água", "Esperando Bojangles", "A Felicidade das Pequenas Coisas", "O Beco do Pesadelo", "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", "Entre Rosas", "Tempos Super Modernos", "Adão Negro", "Ela Disse", "A Mulher Rei", "Batman" além de marcantes produções brasileiras como "Eduardo e Mônica", "O Palestrante" e "O Amor Dá Voltas".
A emoção nos cinemas foi tanta que voltaram para as telonas o sucesso de bilheteria "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", em versão estendida, assim como o destaque de público que estreou em maio: "Top Gun: Maverick". A produção protagonizada por Tom Cruise conseguiu a proeza de se segurar em cartaz por semanas e, alguns meses depois, retornar para mais algumas semanas, coincidindo com o "Dia dos Pais". Nós do Resenhando.com, que assistimos aos filmes no Cineflix Cinemas em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping, elencamos aqui as 10 melhores produções cinematográficas que passaram nas telonas daqui. Confira!
O crime não compensa, mas rende uma tremenda história recheada de ação e com um mistério a ser desvendado em partes, tal qual aquelas bonequinhas russas, as matrioskas. O longa dirigido por David Leitch, o mesmo de "Deadpool 2", "Trem-Bala" é um filme de ação com sequências eletrizantes de tirar o fôlego. Sem uniforme de látex e tentando não fazer uso de armas, o protagonista de Brad Pitt, chamado carinhosamente de Ladybug (Joaninha) faz e acontece nos vagões de um trem-bala que segue caminho com toda agilidade rumo a Kyoto. Por isso é o primeiro filme da lista do Resenhando.com!
Cheio de pompa e estilo, a cinebiografia retrata a vida do ícone do rock que muitos juram não ter morrido. "Elvis", filme do diretor consagrado Baz Luhrmann ("Romeu e Julieta", "Moulin Rouge: O Amor em Vermelho" e "O Grande Gatsby"), apresenta edição ágil e com transições impecáveis, tendo pré-estreia no Dia Mundial do Rock. Em 2h39 não há uma nova história ou segredos expostos -como no recente "Spencer". Contudo, ainda que romanceado e com passagens floridas, "Elvis" trata-se de uma cinebiografia com uma trilha sonora muito bem usada para complementar falas e até pensamentos dos personagens. No entanto, o modo em que tudo é estampado na telona, consegue trazer um ar de novidade quando associado aos fatos que ocorrem em paralelo, atribuindo veracidade a toda narrativa.
No pódio, em terceiro, está "O Telefone Preto". Num visual retrô, leva o público para uma pequena cidade suburbana do Colorado em 1978 enquanto acontece uma partida de beisebol. Entre os adolescentes está o tímido e inteligente Finney Shaw (Mason Thames) que perde para o time oponente. O conto de Joe Hill, adaptado para as telonas, não é somente a história de meninos que foram sequestrados para a satisfação de um sádico. "O Telefone Preto" traz efeitos visuais que contribuem para que o público mergulhe no terror em que Finney é inserido quando capturado pelo sequestrador do carro preto, interpretado por Ethan Hawke ("Antes do Amanhecer", "Dia de Treinamento" e "O Homem do Norte"), ainda que a irmã, Gwen (Madeleine McGraw), tenha algumas informações privilegiadas -daquelas que a polícia esconde.
O maior sucesso de bilheteria de 2022 é a sequência do clássico "Top Gun: Ases Indomáveis" que recebeu um novo subtítulo "Maverick". "Top Gun: Maverick" fez valer toda a expectativa criada durante o tempo de produção até a estreia nos cinemas, chegando com pegada de clássico. Seja nos minutos iniciais com os créditos da produção tendo imagens similares ao longa de 1986, ao som de "Danger Zone" ou por resgatar o melhor de seu protagonista: Pete "Maverick" Mitchell (Tom Cruise). Tudo regado a um romance pé no chão e muita ação nos ares em cenas de tirar o fôlego. O longa que é pura tensão em 2h 17m, para roer as unhas, é uma sequência de "Top Gun: Ases Indomáveis". Depois de mais de 30 anos, Maverick tira a famosa jaqueta do armário, acelera a moto e volta a pedido de Iceman (Val Kilmer). Embora contasse pilotar novamente com os melhores, acaba assumindo o posto de instrutor de alunos Top Gun e enfrenta os desafios da modernidade.
O drama histórico com pitadas de suspense, exibido durante o Festival Varilux de Cinema Francês, apresenta a história de um talentoso joalheiro quem dá o sobrenome ao filme que começa na Paris de 1941. Assim, o senhor Haffmann (Daniel Auteuil) depara-se com um aviso que irá mudar a vida dele e dos que estão a seu redor. Com a invasão dos alemães, por todo o país, a caça aos judeus é iniciada. Sem conhecer François Mercier (Gilles Lellouche), o novo funcionário do comerciante recebe a proposta de um acordo. Haffmann passa a casa e a joalheria para o nome do francês, além de permitir que ele e a esposa, Blanche (Sara Giraudeau), morem ali, enquanto o judeu e a família se refugiam na zona livre. Contudo, em "O Destino de Haffmann", o rumo da história não segue o planejado.
"Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?". É a pergunta que sempre circunda a tocante história de amor do filme "Eduardo e Mônica", o rapaz de 16 anos que está perto de prestar o vestibular com a estudante universitária de Medicina. O longa dirigido por René Sampaio consegue emocionar o público por vezes e vezes, além de apresentar uma trilha sonora que faz cantar junto -e até dançar de modo contido na poltrona-, apresenta canções do "Legião Urbana", na voz de Renato Russo e até clássicas dos anos 80 e 90, como "Total Eclipse of the Heart". Sim! E que cena linda! Caso tenha conseguido segurar a emoção em algum momento do longa, quando Eduardo sobe ao palco e puxa o microfone para cantar o sucesso na voz da cantora Bonnie Tyler, fica impossível não se arrepiar e deixar escorrer algumas lágrimas que seja.
A história perfeita e muito bem apresentada numa fotografia digna de Oscar, que saiu sem um prêmio do evento em 2022, tem um elenco de peso defendendo com unhas e dentes, personagens cheios de nuances que geram reviravoltas. A nova produção dirigida por Guillermo Del Toro, é um espetáculo completo, mesmo sendo ambientada num circo itinerante. O longa fisga o público com a grande jogada de trabalhar a narrativa, ou seja, apresenta pontos importantes da trama no início enquanto segue lançando provocações ao longo de 2h20min a respeito do rumo que a história irá tomar. É como um jogo bem elaborado em que cada situação, quando permite um novo passo a ser dado, fatalmente esbarra em um novo caos. Por outro lado, ao fim, percebe-se que tudo estava claro, ali, diante dos olhos do público, mas que nada percebeu.
"Batman", protagonizado por Robert Pattinson, com direção de Matt Reeves é uma tremenda surpresa. O filme do morcegão, apresenta um herói mais comedido numa história longa de quase 3h de duração que simplesmente contextualiza o enredo que conhecemos muito bem, mas foge o tempo todo da trama apelativa de heróis que logo começa com pancadaria ou explosões. Vale destacar também a cena pós-crédito, uma brincadeira debochada, para a Marvel e seus fãs. O novo longa do vigilante de Gotham City é de Pattinson que deixa espaço para que Zoë Kravitz faça seu show como Selina, a Mulher-Gato. Não há o que discutir, ambos entregam muito bem seus personagens. Ele em nada se assemelha ao Edward de "Crepúsculo" ou o jovem Cedrico da saga "Harry Potter", e Zoë Kravitz também é muito diferente da marcante Bonnie de "Big Little Lies".
"Bardo: falsa crônica de algumas verdades"
"Bardo, falsa crônica de algumas verdades", produção dirigida por Alejandro González Iñárritu, vencedor de quatro estatuetas do Oscar 2015 com "Birdman", incluindo na categoria de Melhor Filme, é pura poesia dedicada ao momento de despedida da vida. Em 2h39, a história pessoal e profissional Silverio, renomado jornalista e documentarista mexicano, é esmiuçada por quem está do outro lado da telona. Silverio, o latino-americano que viveu como norte-americano, volta para as origens e tenta lidar com uma crise existencial depois de ganhar um importante -e muito desejado- prêmio internacional -sequência que garante cenas de bastidores belíssimas. Aliás, "Bardo, falsa crônica de algumas verdades" também imprime poesia na impecável fotografia.
"Doutor Estranho no Multiverso da Loucura"
Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", assim como o título do longa dirigido por Sam Raimi sugere, o público é levado a encontrar o "Outro Outro Eu" do protagonista. Para tanto, logo nos primeiros minutos é apresentada a jovem America Chavez (Xochitl Gomez), garota com o dom sobrenatural de abrir portais em formato de estrelas, tendo grande facilidade em transitar pelos múltiplos universos. No entanto, ela, que é amiga de outro Doutor Estranho, topa com Stephen Strange conhecido do público no filme de 2016. Assim, aos poucos, sabe-se bem quem é America e, inclusive, quem está promovendo tal caçada para roubar o dom da moça: Wanda Maximoff, ou melhor, a própria Feiticeira Escarlate. Afinal, quem assistiu "WandaVision" logo entenderá o motivo da vingadora ter tamanha ânsia de viver em outro multiverso.
Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
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