sexta-feira, 11 de novembro de 2022

.: "Pantera Negra: Wakanda para sempre" é filmaço denso e emocionante


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em novembro de 2022 


"Pantera Negra: Wakanda para sempre" (Black Panther: Wakanda Forever), em cartaz no Cineflix Cinemas, é uma produção de herói completamente autêntica, além de profunda. Com audácia e brilhantismo, homenageia o ator Chadwick Boseman enquanto distribui protagonismos, insere um forte antagonista e ainda lança o que está por vir no seriado sobre "Wakanda" e "Ironheart". Embora o longa de 2h41 apresente a jornada do herói, inova na conclusão. 

Aliás, inicialmente é Ramonda (Angela Bassett) quem rouba a cena, uma vez que Shuri acaba ignorando as tradições e dedica-se ao estudo da tecnologia. E como é maravilhoso ver a beleza de Basset ganhar o espaço devido numa produção cinematográfica tão grande. De fato, há muito destaque para as personagens femininas. 

Todo o filme dirigido por Ryan Coogler foge -não completamente, mas consegue subverter a fórmula Marvel que estamos habituados a acompanhar nas telonas. O típico início da contextualização atual do herói ou heróis, apresentação do grande vilão, surgimento de um problema que gera a primeira pancadaria e novos problemas que implicarão no grande e final confronto que resulta na morte do antagonista ou na mudança de caráter dele. "Pantera Negra: Wakanda para sempre" tem tudo disso, mas vai além.

Ainda que, em certo rumo da trama, remeta a uma situação vivida por Doutor Estranho e América em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura". Densa, a nova produção começa direto com Shuri (Letitia Wright) queimando os neurônios para usar os meios tecnológicos como escapatória para o irmão, o rei T'Challa (Chadwick Boseman) que está prestes a falecer. É nesse momento que tudo acontece diferente. Logo, a dor da perda não fica restrita ao adeus do personagem, mas também ao ator -falecido em 28 de agosto de 2020

Não bastando toda a emoção da perda e a cerimônia de arrepiar, a Marvel bagunça, descaradamente, os sentimentos de todo fã e admirador dos filmes de heróis, pois estampa um logo exclusivo para a produção. Assim, no nome da marca, insere imagens diversas de Chadwick Boseman como Pantera Negra no mais absoluto silêncio. Ali sente-se o primeiro baque, ainda que mentalmente se ouça a música que muitos conhecem bem, a ausência de som acaba sendo representada na impossibilidade de se ver o ator como protagonista novamente. Não há como segurar a emoção -só de escrever, arrepiei e chorei.

Wakanda, sem um novo Pantera Negra, acaba sendo envolvida num ataque -na verdade, contra-ataque- do povo de Talokan. Assim, Ramonda é julgada pelos civis. O que motiva tal acusação infundada, é o que está no foco dos humanos, mas é de domínio do povo de Wakanda e Talokan, o vibranium. Sem ter o material acessível, os civis buscam o metal poderoso, com o objetivo de construir armas, ainda que usem um trabalho escolar da inteligente estudante Riri Williams (Dominique Thorne). Sim! Eis a dona da futura série do Disney Plus, "Ironheart", ela, fã de Tony Stark, usa sucata e constrói uma armadura capaz de ajudar os protagonistas a combaterem os vilões no embate final.

A jornada da heroína Shuri se faz, na base de sérias perdas, o sofrimento volta a pautar a trama. Enquanto tenta combater Namor e lidar com o ego de M'Baku (Winston Duke), incluindo o da sabichona, Okoye (Danai Gurira), a princesa sofre com a partida de uma personagem importante que dá show de talento em "Pantera Negra: Wakanda para sempre". Assim, ela é forçada a amadurecer

Indiscutivelmente, o longa é de tirar o chapéu, completo e diferenciado. Uma perfeição séria que enriquece muito a fase 4 das produções Marvel. E, caso pense que as lágrimas deixarão de rolar, não se engane. Pois pela metade, a emoção é provocada novamente e perto do fim, há uma revelação que vai trabalhando para mexer com a emoção do público, pois Shuri tem lembranças de T´challa, as imagens surgem no silêncio, parte para o instrumental até que começa a tocar "Lift Me Up" de Rihanna. Choro garantido!

O filme com roteiro de Ryan Coogler e Joe Robert Cole tem somente uma cena pós-créditos, sendo que ao fim de tudo, estampa os dizeres, numa tela preta, "Pantera Negra retornará". Calma! É bom seguir na cadeira do cinema, pois esse é o tempo suficiente para se recompor do chororô de outras imagens de Chadwick Boseman. Enfim, "Pantera Negra: Wakanda para sempre" é um filmaço completo e 100% imperdível!


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.

"Pantera Negra: Wakanda para sempre" (Black Panther: Wakanda Forever)
Classificação: 12 anos 
Lançamento: 2022
Diretor: Ryan Coogler
Duração: 2h41
Elenco: Tenoch Huerta (Namor), Michael B. Jordan, Letitia Wright (Shuri), Angela Bassett (Ramonda), Dominique Thorne (Riri Williams),  Mabel Cadena (Namora), Michaela Coel (Aneka), Danai Gurira (Okoye), Jarrell Pyro Johnson (Jabari Warrior), Lupita Nyong'o (Nakia), Winston Duke (M'Baku), Dorothy Steel (Merchant Tribe Elder), Alex Livinalli (Attuma), Florence Kasumba (Ayo), Martin Freeman (Everett Ross), Shalet Monique, María Mercedes Coroy, Kamaru Usman, Lake Bell, Gigi Bermingham (French Secretary of State), Forest Whitaker, Curtis Bannister, Isaach de Bankolé (Ancião da Tribo do Rio), Danny Sapani, Rahiem Riley, Stanley Aughtry, Richard Schiff. 

Trailer de "Pantera Negra: Wakanda para sempre"





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