sexta-feira, 18 de novembro de 2022

.: Michelle Obama traz "Nossa luz interior: Superação em tempos incertos"

Em sua aclamada autobiografia "Minha história", que alia reflexões profundas a histórias contadas de maneira encantadora, Michelle Obama rememorou sua trajetória de vida desde a infância na zona sul de Chicago, passando pelos anos como uma executiva equilibrando as demandas da maternidade e do trabalho, até chegar ao momento em que foi a primeira mulher negra a ser primeira-dama dos Estados Unidos. Escrevendo com sagacidade e honestidade irretocável, ela convida os leitores a adentrarem seu mundo, compartilhando com eles seus triunfos e decepções, tanto públicos como privados, e inspirando milhões de pessoas no mundo todo a reconhecerem e refletirem sobre o poder de suas próprias histórias e o valor da sua própria voz.

Em "Nossa luz interior: Superação em tempos incertos", Michelle Obama traz histórias estimulantes e inspiradoras de sua vida, além de reflexões e insights sobre mudança, desafios e poder. Isso inclui acreditar que quando ficamos felizes pelos outros, podemos iluminar a riqueza e o potencial do mundo ao nosso redor, descobrindo verdades profundas e novos caminhos para o progresso. Partindo de suas experiências como mãe, filha, esposa, amiga, primeira-dama e defensora do direito ao voto, da educação de meninas e da saúde das crianças, Michelle compartilha os hábitos e práticas que desenvolveu ao longo de sua trajetória pessoal e profissional e que a ajudaram a superar obstáculos, continuar equilibrada e confiante, e se adaptar às mudanças — essa sabedoria que lhe permitiu tornar-se quem ela é, continuamente. Com franqueza e compaixão, ela também explora questões ligadas a gênero, raça e visibilidade, encorajando os leitores a enfrentarem o medo, encontrarem a força dentro de si mesmos e em suas comunidades e viverem com ousadia.

Em um evento editorial global, "Nossa luz interior" foi traduzido para 22 línguas em 36 países do mundo.

Ao abordar o longo período de tristezas, perdas e incertezas que chegaram a cada canto do mundo à medida que a pandemia global se espalhava, uma onda de intolerância e preconceito avançava, e autocratas sedentos por poder fecharam o cerco em diferentes países, Michelle Obama admite que houve momentos nos últimos anos em que se sentiu abalada, raivosa e até sem esperança, e que essa conjuntura deixou muitos de nós inseguros e confusos. "Mas quando o equilíbrio não é possível", ela escreve na introdução do livro, "somos desafiados a evoluir... À medida que continuamos a navegar pelos desafios da pandemia, lidar com problemas de injustiça e instabilidade e nos preocuparmos com um futuro incerto, eu me pergunto se não seria a hora de pararmos de perguntar 'quando isso vai acabar?' e, em vez disso, começarmos a considerar um conjunto de perguntas diferentes e mais práticas que nos coloquem bem no meio do desafio e da mudança: como podemos nos adaptar? Como podemos ficar mais confortáveis, menos paralisados, em meio à incerteza? Que ferramentas temos para nos sustentar? Onde encontramos mais apoio? Como podemos criar segurança e estabilidade para os outros? Se trabalharmos todos juntos, o que conseguiremos superar?"

Nossa luz interior" é a resposta de Michelle Obama, pensada muito a fundo, para todas essas questões. "Não acredito que haja soluções certas ou respostas firmes para os grandes problemas da vida", ela escreve. "Por natureza, a experiência humana vai contra isso. Nossos corações são muito complicados, e as nossas histórias, muito confusas." Em vez de trazer uma "fórmula mágica" para dar conta dos desafios da vida, ela permite aos leitores uma olhadinha para dentro de sua caixa de ferramentas pessoal, abordando temas como:

O poder das pequenezas: naqueles dias mais confusos do começo da pandemia, Michelle aprendeu a acalmar sua mente ansiosa e lidar com a sensação de sobrecarga a partir de um novo hobby: tricotar. O simples ato de se dedicar a "algo que era menor que meu medo, menor que minhas preocupações e minha raiva, menor que a sensação esmagadora de desamparo que eu estava sentindo... isso levou meu cérebro para outro caminho", ela explica. "Isso me colocou em uma estrada que saía da cidade em ruínas e ia para uma calma colina, um lugar onde eu podia ver com mais clareza." Quando ela descreve a sensação de solidão que teve às vésperas de seu discurso virtual na Convenção Nacional Democrata em 2020, ela comenta que a perseverança e serenidade conquistadas pela prática do tricô a ajudaram a chegar ao "tipo de clareza vulcânica que vem quando você fala do âmago do seu ser". "Eu tinha que chegar no pequeno para conseguir pensar grande de novo", escreve.  "Abalada pela enormidade de tudo que estava acontecendo, eu precisava que minhas mãos me levassem de volta para o que é bom, simples e realizável. No fim, isso foi muita coisa."

Decifrando o medo: o medo é uma emoção legítima em um mundo em que muitas pessoas têm preocupações reais a respeito de sua segurança e estabilidade, sobreviveram a abusos ou traumas de guerra, ou estão expostas aos julgamentos e críticas cruéis de outros. Mas em algumas circunstâncias, medos abstratos — de vergonha ou rejeição, de experiências pouco familiares, de começar algo novo — podem nos travar, limitando nossas possibilidades e diminuindo o horizonte da vida. "É por isso que eu acho que precisamos prestar muita atenção a como avaliamos nossas preocupações e aprendemos a processar o medo", escreve Michelle. "As escolhas que fazemos quando estamos com medo, acredito, muitas vezes determinam os resultados mais amplos na vida." Ao comparar o medo que sentiu quando Barack Obama contou a ela que queria concorrer à presidência e o legado dos dois avôs dela, homens negros orgulhosos e capazes cujas vidas foram, ainda assim, limitadas por um senso de medo e falta de confiança devido à experiência do racismo, Michelle convida os leitores a se perguntarem: "'estou com medo porque estou realmente em perigo, ou apenas porque estou encarando algo novo de frente?'. Decifrar o medo envolve parar para pensar em nossos próprios instintos, examinando o que nos faz dar um passo para trás, quais são as coisas pelas quais poderíamos avançar com mais agilidade, e, talvez ainda mais importante, por que recuamos ou avançamos".

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Começar pela gentileza: "Muitos de nós passamos uma vida inteira reparando na presença de olhares críticos ao nosso redor, nos sentindo bombardeados por julgamentos, perguntando o que estamos fazendo errado, e internalizando as respostas de maneiras danosas que nos acompanham pelo resto da vida", escreve Michelle. "Com frequência, viramos esse olhar crítico para nós mesmos. Nós nos punimos com o que está errado antes mesmo de parar pra cogitar o que está certo.” Ao admitir que ela também passa por muitas manhãs em que se olha no espelho do banheiro e impulsivamente começa a catalogar seus próprios defeitos, Michelle reivindica a importância de começar cada dia com um ato de gentileza por si mesmo, deixando de lado a autocomiseração e, em vez disso, saudando a si mesmo com uma mensagem simples de compaixão e aprovação. Da mesma forma, nos contatos com o outro — e especialmente com crianças —, é crucial deixarmos para trás nosso impulso de julgar e criticar e, em vez disso, partir de um lugar caloroso e que expresse alegria pela existência da outra pessoa como um todo.

Estão me vendo de verdade?: quase todo mundo passa, em algum momento, pela sensação de não pertencer, de ser visto como um intruso no espaço que estão ocupando. "Mas para nós que somos percebidos como diferentes — seja por nossa cor e raça, etnicidade, tamanho corporal, gênero, sexualidade, deficiência, neurodivergência, ou de outras formas, incluindo as combinações disso tudo —, essa sensação não é uma coisa que simplesmente vai embora, e sim algo que pode ser muito forte e insistente", comenta Michelle. "Viver com isso exige muito trabalho." Ela relembra como ser uma criança alta a levou a desenvolver uma autoconsciência desconfortável de ser diferente, com uma sensação de pouco valor, e descreve como essa sensação assustadora de ser percebida como "o outro" ou "nada mais do que isso" a acompanhou até seu período em Princeton, onde ela fazia parte de uma minoria dupla enquanto estudante mulher e negra. Ela levou muitos anos até conseguir internalizar a máxima que orientava a vida de seu pai: "ninguém vai conseguir fazer você se sentir mal se você se sentir bem consigo mesmo". Aos poucos, aprendeu a incorporar tudo o que tinha de diferente com orgulho, a reconhecer essas diferenças como parte dela, e deixar que suas ações falassem por ela, não os preconceitos alheios. "Quando você começa a reescrever a história que diz que você não tem valor, você encontra um novo lugar", ela escreve. "Isso é, eu acredito, a raiz de nossa verdadeira confiança. E esse se torna o lugar a partir do qual você poderá se mover com maior visibilidade, mais agência e mais habilidade para criar mudanças mais amplas."

Tudo sobre nós: ao mesmo tempo que pode ser desconfortável compartilhar quem somos por inteiro e de maneiras autênticas, especialmente quando lidamos com o fardo de sermos diferentes, Michelle destaca que "é importante que busquemos oportunidades para ficar mais confortáveis com nós mesmos e com nossas histórias. E tão importante quanto é criar espaço e aceitação para as histórias dos outros". Abraçar o risco calculado de colocar no mundo algo que estava em seu espaço mais protegido não só pode causar uma sensação de alívio como também alargar a concepção que você tem sobre seu próprio valor. "É uma forma de encontrar sua própria luz, o que muitas vezes ajuda os outros a vê-la também", explica Michelle. E ainda que possamos nos sentir mais seguros guardando nossas vulnerabilidades a sete chaves, contar a própria história como um todo, com orgulho e graça, pode também ajudar os outros a erguerem junto a própria cabeça, criando um espaço mais amplo em que eles se sintam visíveis e saibam que também têm seu próprio lugar. Como ela escreve: "quando alguém decide afastar os véus que escondem uma pequena imperfeição de sua história, em uma circunstância ou condição que tradicionalmente poderia ser percebida como uma fraqueza, muitas vezes o que essa pessoa revela é o código-fonte de sua força e perseverança".

Nossa luz interior" é uma combinação gratificante de histórias poderosas e conselhos profundos que vai gerar conversa e encorajar reflexões positivas. Além disso, o livro inclui dicas de Michelle Obama sobre a importância da "roda de amigos", um círculo íntimo de pessoas em quem você confia, com quem conta e se diverte, e também sobre a importância de escolher um parceiro de vida que apoie e encoraje você e esteja ao seu lado nos momentos bons e ruins. Também inclui conselhos práticos de Michelle sobre maternidade, a partir de lições que ela aprendeu com a própria mãe, Marian Robinson, e de sua experiência ao criar duas meninas na Casa Branca. E em um momento em que tantas pessoas — incluindo jovens ativistas lutando por igualdade e justiça — sofrem para manter um senso de esperança e construir uma mudança social significativa em um mundo que deixou tantos de nós raivosos e desapontados, o livro traz a resposta esclarecedora de Michelle para uma pergunta que ela recebe com frequência: "qual o verdadeiro significado de 'subir na vida'?". Ela nos lembra que a liberdade e o progresso exigem que a gente se comprometa, e se comprometa novamente, com todo o trabalho envolvido nisso, com integridade moral e uma persistência incansável.  

"Aprendi que está tudo bem em reconhecer que nossa noção de valor próprio vem emaranhada com vulnerabilidade, e que o que compartilhamos como humanos nesta Terra é o impulso de lutar pelo melhor, sempre, não importa em que condições", escreve Michelle Obama. “Somos mais fortes na luz. Se você conhece sua luz, você se conhece. Você conhece sua história de maneira honesta. Em minha experiência, este tipo de autoconhecimento ajuda a gerar autoconfiança, que por sua vez cria serenidade e uma capacidade de manter a perspectiva; isso, por fim, leva a finalmente sermos capazes de nos conectarmos uns com os outros de maneira significativa — o que, pra mim, é a base de tudo. Uma luz alimenta a outra. Uma família forte empresta sua força às demais. Uma comunidade engajada pode acender todo mundo ao seu redor. Esse é o poder da luz que temos dentro de nós."

Michelle Obama foi primeira-dama dos Estados Unidos de 2009 a 2017. Egressa da Universidade de Princeton e da Harvard Law School, ela começou sua carreira como advogada no escritório Sidley & Austin em Chicago, onde conheceu seu futuro esposo, Barack Obama. Posteriormente, ela trabalhou no gabinete do prefeito de Chicago, na Universidade de Chicago, e no Centro Médico da Universidade de Chicago. Michelle Obama também foi uma das fundadoras da seção de Chicago da Public Allies, organização que prepara jovens para carreiras no serviço público. Ela é a autora do best-seller global Minha história, que já foi traduzido para 50 línguas e vendeu mais de 17 milhões de cópias no mundo todo, e de American Grown, um best-seller nos Estados Unidos. A família Obama vive em Washington, D.C., com suas filhas Malia e Sasha.


Nossa luz interior: Superação em tempos incertos

Autora: Michelle Obama

Editora: Objetiva/Companhia das Letras

Tradução: Débora Landsberg, Denise Bottmann e Fernanda Abreu

256 páginas

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