domingo, 6 de novembro de 2022

.: "Escola de Mulheres" no Teatro Aliança Francesa celebra 400 anos de Molière

A montagem do clássico do dramaturgo francês Molière (1622- 1673) marca a celebração dos 400 anos de nascimento do autor. Com direção de Clara Carvalho, a obra é um gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina. A montagem é protagonizada por Brian Penido Ross, que está em cena ao lado de Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Klever Ravanelli, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny. O espetáculo conta a história de Arnolfo (Brian Penido Ross), cujo maior medo é ser traído por uma suposta esposa. Para que isso não aconteça, educa a jovem Inês (Gabriela Westphal) para que ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Foto: Ronaldo Gutierrez

Com direção de Clara Carvalho, o espetáculo "Escola de Mulheres" retorna aos palcos do Teatro Aliança Francesa. A peça estreou em janeiro e foi sucesso de público por onde passou. A montagem da comédia clássica de Molière, escrita em 1663, é protagonizada por Brian Penido Ross. 2022 marca os 400 anos do autor francês.

Assistida por mais de seis mil pessoas em uma trajetória que já passou por São Paulo, Santos, Jundiaí e Barueri, "Escola de Mulheres" retorna aos palcos do  Teatro Aliança Francesa fechando o quadricentenário de nascimento de Molière (1622-1673). A nova temporada fica em cartaz até dia 4 de dezembro. Sob direção de Clara Carvalho, a obra é um gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina. As apresentações acontecem de quinta a sábado, às 20h; e domingo, às 18h. A montagem é protagonizada por Brian Penido Ross, que está em cena ao lado de Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Klever Ravanelli, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny. 

“Este é um texto escrito em 1662, quando Molière tinha 40 anos e estava na plenitude de sua potência criativa. Ele também fazia o papel de Arnolfo, personagem que repele frontalmente a ideia de ser traído e, para isso, educa a jovem Inês para que ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Mas, como em muitas de suas peças, as personagens femininas de Molière são perspicazes, inteligentes e descobrem como se empoderar numa circunstância a princípio desfavorável e o plano de Arnolfo mostra-se muito difícil de implementar. Sente-se no texto a simpatia de Molière pelas mulheres. O machismo patológico é escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista. É esse viés que queremos colocar em cena”, comenta Clara Carvalho. 

A peça, que foi um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões sobre a polêmica comportamental que trazia, é exemplarmente clássica, com unidade de tempo – tudo se passa em 24hs – espaço e ação e a encenação busca mesclar sugestões do século XVII com traços contemporâneos. Tudo se passa numa praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus detratores, A Crítica à Escola de Mulheres.

Brian Penido Ross comenta as características de seu personagem e as comparou com outros clássicos do autor: “Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento, ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja obsessivamente não se tornar um deles. Molière tem uma galeria genial de personagens com comportamentos compulsivos, como Argan, de 'O Doente Imaginário', ou Harpagão, de 'O Avarento'. Num momento em que o Brasil está lidando com pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar."

Durante a preparação da peça a equipe se inspirou em filmes como "A Viagem do Capitão Tornado", (1990, de Ettore Scola; Molière, (1976, de Ariane Mnouchkine); "O Rei Dança", (2000, Gérard Corbiau); "Vatel - Um Banquete para o Rei", (2000, Roland Joffe, além montagens disponibilizadas pela Comédie-Française e pelo Teatro Odéon.


Ficha técnica
"Escola de Mulheres", de Molière
Idealização:
Ariel Cannal, Brian Penido Ross e Clara Carvalho. Autor: Molière. Direção, tradução e adaptação: Clara Carvalho. Elenco: Ariel Cannal (Horácio), Brian Penido Ross (Arnolfo), Felipe Souza (Cupido), Fulvio Filho (Crisaldo), Gabriela Westphal (Inês), Klever Ravanelli (Oronte), Luiz Luccas (Henrique), Rogério Pércore (Alain), Vera Espuny (Georgette). Diretor musical: Gustavo Kurlat. Diretor de movimento: Guilherme Sant'Anna. Iluminador: Wagner Pinto. Cenógrafo: Chris Aizner. Cenotécnico: Denis Chimanski. Figurinista: Marichilene Artisevskis. Design gráfico de cenário: Adriana Alves. Design gráfico de divulgação: Mau Machado. Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Assistentes de produção: Luísa Ferrari e Nando Barbosa. Diretor de produção: Ariel Cannal. 

Serviço
"Escola de Mulheres", de Molière
De 6 de outubro a 4 de dezembro.
Quinta a sábado, às 20h; e domingo, às 18h
Preço: quinta e sexta-feira: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Sábados e domingos, R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Compra on-line: https://bit.ly/EscolaDeMulheres
Classificação:
12 Anos. Duração: 85 minutos


Teatro Aliança Francesa
Rua General Jardim 182 - Vila Buarque / São Paulo. Ar-condicionado. Informações: (11) 3572-2379.


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