quarta-feira, 30 de novembro de 2022

.: Crítica: "Mundo Estranho" traz protagonismo gay e criaturas coloridas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em novembro de 2022


As rusgas que agitam as relações entre pais e filhos estão na essência da nova animação Disney, "Mundo Estranho", em cartaz no Cineflix Cinemas. Com título escrito em fonte similar -não idêntica- ao clássico "DuckTales: Os Caçadores de Aventuras", em nada lembra a série animada exibida em canal aberto no final dos anos 80, salvo o fato de que, na nova produção, há também uma trama vivida em família que reserva muitas surpresas -geralmente de encher os olhos-, fazendo por vezes, lembrar o sucesso que voltará aos cinemas, "Avatar"

Em "Mundo Estranho", com o colorido combinado do modo mágico e encantador que a Disney sabe imprimir nas telonas como ninguém, o público é apresentado aos Clades, uma família lendária de exploradores. E, antes de chegar nos dias atuais, começa há 25 anos, quando pai e filho, Jaeger (Dennis Quaid) e Searcher (Jake Gyllenhaal) se desentendem durante uma expedição com um grupo. Afinal, Searcher -nome um tanto que sugestivo- não quer viver do jeito que o pai deseja. Objetiva ser fazendeiro, ou seja, enquanto um explora o outro prefere semear e colher. 


Sem perceber a importância das habilidades de cada um, o pai some e é dado como morto. Passados os 25 anos, Searcher é um fazendeiro importante da região, após colher Pando e salvar Avalonia. Orgulhoso do que construiu, tendo um casamento feliz com Meridian (Gabrielle Union), é pai de Ethan (Jaboukie Young‑White), garoto de 16 anos que sonha ser um explorador e é apaixonado por Diazo (Jonathan Melo). Nesse ponto, a trama remete e muito a história de conflito de gerações de "Procurando Nemo".

Tendo total aceitação dos pais e amigos no quesito romântico com Diazo, Ethan sofre por não ser ouvido por Searcher que tenta impor seus desejos ao filho, igual Jaeger tanto fez. Contudo, o destino bagunça a história quando promove um reencontro entre Jaeger e Searcher, incluindo a terceira geração, o jovem Ethan, que mostra uma terceira opção, Ainda que admire o vô explorador, Ethan acredita que é possível viver com respeito e harmonia -mesmo estando num mundo cheio de estranhas criaturas. 

Tanto é que Ethan faz amizade com um ser que parece um vírus de geleca, muito fofo e o batiza de Splat. Tal qual o E.T., Stitch, na cor azul, o ser não fala, mas se comunica muito bem, a ponto de ser um personagem importante para que a trama aconteça com fôlego. Diante da necessidade, os Clades vão encontrando formas de derrubar os muros das diferenças entre si, para que saiam vivos dessa jornada e, claro, salvem Avalonia.


"Mundo Estranho" faz referências a outras produções Disney, seja a mão estendida seguida da pergunta "confia em mim?", de "Aladdin", ou ainda apresenta o cachorro Lenda, que em muito lembra o companheiro peludo do príncipe Eric do clássico "A Pequena Sereia", Max. O grupo de seres de cores vibrantes que serve de "caminho" lembra as tarturugas em "Procurando Nemo" na corrente ou até a "ponte" de "Viva! A Vida é Uma Festa".

Contudo, "Mundo Estranho" reforça mais uma vez que de nada adianta estampar referências a clássicos Disney ou ter representatividade nos personagens, se a história não convence ou não envolve o suficiente. A nova produção simplesmente passa diante dos olhos, mas não acontece. Não emociona. Todavia, dá um show de colorido, principalmente nas criaturas. Vale pelo visual! 


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


"Mundo Estranho" (Strange World) 
Classificação: 10 anos
Ano de produção: 2022
Diretor: Don Hall
Duração: 1h41


.: "Viva! A vida é uma festa" celebra a família e emociona


Trailer



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