“'Muito Pelo Contrário' pretende fazer rir e pensar, necessariamente nessa ordem. Uma excelente oportunidade para rir das nossas neuroses, preconceitos, fraquezas, ciúmes, raivas e inseguranças”, afirma Antonio Prata, autor do texto sobre a quarentena forçada pela pandemia, que colocou à prova muitos casais. Alguns, inclusive, não sobreviveram à convivência extrema.
A muito divertida comédia dramática "Muito Pelo Contrário" narra um momento na vida de Pedro, em crise com a esposa, Gabi, depois de dois anos envolvidos nos perrengues do primeiro filho. Quando Pedro acha que a vida sexual do casal foi pro lixo junto com as fraldas sujas e restos de banana amassada com aveia, vê-se diante da possibilidade de uma pulada de cerca. Mas tudo pode mudar diante dos direitos iguais.
“Uma peça escrita, dirigida e encenada por craques. Trata de temas atuais, que podem ser divertidos e intrigantes ao mesmo tempo. É um prazer ter um texto inteligente e perspicaz como este sendo encenado em nosso Teatro Unimed. Tenho certeza que a retomada das atividades presenciais e a oportunidade de estarmos com familiares e amigos em eventos culturais contribuem para a saúde mental e o bem-estar de todos", afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional.
“O Teatro Unimed continua no seu propósito de oferecer produções de qualidade ao público de São Paulo e a seus visitantes, com uma programação feita para ser aproveitada junto com a família e amigos, de forma leve, divertida e que, ao mesmo tempo, nos faz pensar. Por sua localização privilegiada no Edifício Santos-Augusta, frequentar o Teatro Unimed permite uma experiência completa, antes e depois do espetáculo, com a alta qualidade e o ótimo atendimento do Perseu Coffee House, no térreo, e do Casimiro Ristorante dal Tatini, no quarto andar”, declara Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.
Se é verdade que depois de toda grande tragédia humanitária há um pico de euforia e hedonismo, questões como fidelidade e traição ocupam o centro da pauta. Mesmo antes do coronavírus, é verdade, tais questões já estavam em alta. A terceira onda do feminismo, o movimento #metoo e outras eclosões femininas mudaram a relação entre os gêneros e exigem dos homens um reexame inédito.
A peça "Muito Pelo Contrário" é exatamente este reexame: um homem em crise diante da liberdade de sua mulher, tentando encontrar o seu novo papel neste mundo em (des)construção. O humor, característica sempre presente nos livros, roteiros e crônicas de Antonio Prata, faz com que toda esta reflexão se dê de forma leve, mas incisiva.
A atuação precisa e realista de Emilio Orciollo Netto, com anos de experiência no teatro, cinema e televisão, dá ao texto uma fluição natural, coloquial, orgânica. Rodrigo e Gabi são pais de primeira viagem. Depois de dois anos trocando fralda, amamentando, acordando de madrugada e submetendo-se a todos os perrengues exigidos por um recém-nascido, veem-se diante de um bebê estupendo - e de uma relação estropiada. Meses de insônia, pijamas, olheiras, pantufas e golfadas no ombro não são exatamente o cenário mais adequado para que brilhem o romance, o sexo e a alegria da vida a dois - ou melhor, a três.
No momento em que Rodrigo acha que sua vida sexual acabou, conhece no trabalho uma mulher que lhe desperta o desejo. Sob toneladas de culpa, ele se pergunta: qual seria a gravidade de um sexo casual com a colega? Ele não quer uma amante. Não pensa de jeito nenhum em se separar. Sexo casual com outra mulher faria dele um monstro da masculinidade tóxica? Um parceiro desleal? Ou apenas um ser humano livre que dispõe de seu corpo com liberdade durante sua curta passagem sobre a terra? E se sua amada esposa estivesse pensando em fazer a mesma coisa, com os mesmos direitos que ele? Como lidar com sua educação machista, antiquada, de homem nascido no final do século 20?
A peça analisa uma relação amorosa contemporânea a partir desta pergunta: o que significa, nos dias de hoje, uma traição? É legítimo que um dos dois faça sexo com um terceiro, sem que o cônjuge fique sabendo? É melhor que saiba, que o assunto seja discutido à mesa de jantar? Ou trata-se de uma questão privada, que não faz parte da vida do casal? Quem pula a cerca é uma pessoa livre e bem resolvida ou canalha? Como aceitar para o outro as liberdades que porventura queremos para nós mesmos? A chegada de um filho acaba com a vida sexual de um casal? O casamento sobrevive a noites mal dormidas, trocas de fraldas, mamadeiras, golfadas, choros? O amor é mais forte que tudo isso? Ainda mais no meio de uma pandemia e de uma crise política e social sem precedentes?
Sobre o autor
Paulistano, Antonio Prata é escritor e roteirista, com 14 livros publicados, entre crônicas, contos e infantis, Antonio Prata escreve para televisão, cinema e teatro. Em 2013, foi selecionado pela revista Granta como um dos 20 melhores escritores brasileiros com menos de 40 anos. Filho dos também escritores Mário Prata e Marta Góes, trabalha como roteirista na Rede Globo, onde participou da equipe das novelas "Bang Bang" (2006) e "Avenida Brasil" (2012), "A Regra do Jogo" (2015) e das séries "Os Experientes" (2016, prêmio APCA de melhor série e finalista do Emmy Internacional), "Sob Pressão" (2017/2018, vencedor do APCA de melhor série) e "Pais de Primeira" (2018, vencedor do prêmio ABRA de melhor roteiro de série cômica).
Atualmente, escreve a série "Encantado’s", com Chico Mattoso, Renata Andrade e Thais Pontes, que deve estrear no fim de 2022 no Globoplay. Sobre as provocações de "Muito Pelo Contrário", sua primeira peça a ser encenada, ele analisa: “Vejam só que coisa: fomos à Lua, dividimos o átomo, modificamos o DNA, fotografamos um buraco negro, mas estamos completamente desamparados, contando somente com a própria experiência e intuição, quando se trata de organizar uma vida a dois. A Apple, a Microsoft, a OMS, a Nasa e os tutoriais do Youtube pouco ou nada podem ajudar casais a definir as regras e protocolos de cada relação. Na hora de juntar os trapos - e, mais difícil, mantê-los juntos -, cada um de nós, ou melhor, cada dois, tem que inventar seu próprio modelo. As dificuldades são ainda maiores numa época em que se questionam os papeis dos gêneros. Derrubadas as paredes que colocavam a mulher no lar e o homem no trabalho, cabe aos dois descobrir, juntos, quais os direitos e deveres de cada um. Trata-se de uma benção e de uma maldição. Um casamento pode ser o que quisermos, mas nós é que precisamos construí-lo. Nesta elaboração, tanto o homem quanto a mulher (e isso vale pra relações hétero ou homossexuais) percebem em si próprios a distância entre o ideal e o real. Entre aquilo que gostariam de ser e o que realmente são. O que é um perrengue para a vida amorosa contemporânea é, felizmente, um prato cheio para a dramaturgia”.
Sobre o ator
Também paulistano, Emilio Orciollo Netto tem uma carreira de quase 33 anos de atuação no teatro, cinema e televisão. De apresentador do "Globo Ciência" logo passou a brilhar em novelas, como "O Rei do Gado", "Anjo Mau", "Alma Gêmea" (Rede Globo) e "Marcas da Paixão" e "Topíssima" (Record), séries como "Chiquinha Gonzaga" (Rede Globo) e "O Mecanismo" (Netflix) e filmes como "Tropa de Elite 2" (dirigido por José Padilha) e "Real - O Plano por Trás da História" (dirigido por Rodrigo Bittencourt).
No teatro, já participou de quase duas dezenas de peças, entre as quais "O Beijo no Asfalto" (ao lado de Leopoldo Pacheco, com direção de Michel Berkovitch) e "Atrás da Porta" (2014, como diretor). Sobre este seu mais novo trabalho, conclui: “Tempos difíceis, talvez como nunca antes passamos. Como se relacionar nesse momento? Meu grande desejo como ator e produtor é poder mostrar ao público, um pouco desse mundo caótico e real de um casamento com um filho de dois anos de idade. Expectativa versus realidade. Sonhos que muitas vezes nunca se concretizam. O olhar de Antonio Prata nos traz esse universo para o entretenimento e a reflexão”.
Sobre os diretores
A carioca Vilma Melo é atriz, diretora e professora de artes cênicas, primeira atriz negra a ganhar o Prêmio Shell na categoria de Melhor Atriz, pelo espetáculo "Chica da Silva - O Musical" (2017). Tem vários trabalhos no cinema, como os filmes "Campo Grande" e "Três Verões" (ambos de Sandra Kogut) e na televisão, como as novelas "Prova de Amor", "Avenida Brasil" e "Joia Rara" e os seriados "Sob Nova Direção" e "Cidade dos Homens" (todos da Rede Globo).
No teatro, já participou de várias montagens, como "Grande Othelo - Êta Moleque Bamba!" (2004) e "AntígonaCreonte" (2011) e dirigiu "Lapinha" (de Isabel Fillardis) ao lado de Edio Nunes. Sobre seu trabalho de direção na peça "Muito Pelo Contrário", ela afirma: “o instigante de dirigir isso tudo é ter o humor como a mola mestra e o término sem juízo de mérito. É o espectador quem vai ter a sua resposta, única e individual. O texto tão bem reconhecido por nossa mente aponta lugares com que nos identificamos piamente. Emilio, este experiente ator, é o condutor deste percurso agônico, mas leve;sério, mas burlesco; real, mas imagético. E ele vai nos fazer mergulhar nesta divertida história”. }
Chamado por amigos como “o argentino mais querido dos palcos cariocas”, Victor Garcia Peralta é ator, cenógrafo e diretor teatral de grandes sucessos como "Os Homens São de Marte... e é Para Lá que Eu Vou" e "Não Sou Feliz Mas Tenho Marido", entre muitos outros espetáculos. Seu olhar de grande cuidado estético e, ao mesmo tempo, fortemente dedicado ao trabalho do ator é sua marca registrada. E é assim que ele se refere a este novo trabalho de direção: “'Muito Pelo Contrário' me seduziu e instigou desde a primeira leitura. O texto de Antonio Prata me deixou cheio de perguntas. Quando isso acontece é um bom sinal. Sermos monógamos é uma utopia criada pela sociedade ou por algumas religiões? Existe fidelidade? No meu caso, não acredito na monogamia e na fidelidade, acredito na lealdade”.
Ficha técnica
Espetáculo "Muito Pelo Contrário"
Autor: Antonio Prata
Ator: Emilio Orciollo Netto
Direção: Vilma Melo e Victor Peralta
Vozes em off: Bruno Mazzeo e Vilma Melo
Cenário: Mina Quental
Figurinos: Mariana Barreto Orciollo
Desenho de luz: Luciano Xavier
Trilha sonora: Plínio Profeta
Coordenação de comunicação Morente Forte: Beth Gallo
Concepção e criação visual: Mariana Barreto Orciollo
Designer: Pedro Brucz
Assessoria de Imprensa Morente Forte: Thais Peres
Fotos de estúdio: Jorge Bispo
Fotos de cena: Caio Gallucci
Secretaria: Alceni Braz
Administração: Magali Morente Lopes
Direção de produção: Clarice Philigret
Produção executiva: Dante Passarelli
Gerente técnico Teatro Unimed: Reynold Itiki
Assessoria jurídica Teatro Unimed: Carolina Simão
Comunicação Teatro Unimed: Dayan Machado
Assessoria de Imprensa Teatro Unimed: Fernando Sant’ Ana
Produtores associados: Emílio Orciollo Netto, Selma Morente e Célia Forte
Realização: Emilio Orciollo Netto, Morente Forte Produções Teatrais e Teatro Unimed
Serviço
"Muito Pelo Contrário"
Teatro Unimed (249 Lugares)
Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo
Curta temporada: até dia 9 de outubro de 2022
Horários: sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h
Valores: inteira - R$ 90 (plateia), R$ 70 (balcão).
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: comédia
Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.
Horários da Bilheteria: Sexta e sábado, das 13h30 às 21h30. Domingos, das 10h30 às 18h30.
Acessibilidade: ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@teatrounimed.com.br
Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.
Estacionamento com manobrista: R$ 25 (primeira hora) + R$ 10 (por cada hora adicional)
Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.