Depois de uma bem-sucedida temporada no Sesc Santana, o musical "A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa" volta em cartaz em São Paulo, com uma temporada no Teatro Vivo, entre os dias 3 de novembro e 11 de dezembro. O espetáculo tem adaptação e direção de André Paes Leme, canções especialmente compostas por Chico César e direção musical e arranjos de Marcelo Caldi.
Laila Garin é Macabéa, a mítica protagonista do aclamado romance, ao lado de Claudia Ventura e Leonardo Miggiorin. Também estão em cena os músicos Fabio Luna (bateria, percussão, flauta e voz), Pedro Franco (guitarra, violão, bandolim, violino e voz) e Pedro Aune (baixo acústico, baixo elétrico, tuba e voz).
A idealização e produção do projeto é de Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, responsável por espetáculos como "Elza", "Suassuna – O Auto do Reino do Sol", "Sísifo" e "Macunaíma".
Em 2020, ano do centenário de Clarice Lispector (1920-1977), uma de suas obras mais emblemáticas ganhou uma versão musical para os palcos, absolutamente original.
“A Hora da Estrela” foi o último livro escrito por Clarice, que faleceu pouco tempo após o seu lançamento. Suas páginas narram a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada pela ausência de afeto e poesia. Vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.
Na obra literária, tal história é contada por um escritor, que vê Macabéa na rua e resolve narrar a vida de uma pessoa tão invisível, comum e sem brilho, em um exercício de alteridade. Para esta versão teatral, André Paes Leme propõe uma inversão e essa figura do escritor se transforma em uma atriz. Desta forma, Laila Garin tem o desafio de se alternar entre a Macabéa e a Atriz, que não somente narra, mas também comenta e lança uma série de questões ao longo da encenação.
“O trabalho de adaptação não é de reescrever o texto. É o trabalho de transportar o universo sem estar aprisionado a qualquer palavra, através da edição e deslocamentos de episódios. Houve também a recondução dos textos do escritor para a atriz”, conta o diretor, que tem longa experiência na transcrição de livros para o palco, no que se convencionou chamar de ‘romance em cena’. Seguindo essa tradição, ele não somente faz uso de diálogos, mas coloca os atores como narradores, enquanto contracenam, fazendo uso de frases na íntegra do livro original.
André Paes Leme, que já assinou elogiadas adaptações de Guimarães Rosa ("A Hora e Vez de Augusto Matraga") e Nelson Rodrigues ("Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados"), teve ainda a parceria de Chico César no processo de criação. As músicas pontuam toda a dramaturgia e aparecem para ilustrar o estado emocional e o interior de cada personagem. Ao longo da montagem, as canções servem ainda para detalhar algum acontecimento e também para tirar as personagens do sofrido estágio em que se encontram, trazendo alguma fantasia para existências tão opacas.
Chico César vem de outra experiência bem-sucedida, ao ter a literatura como base de uma criação musical para teatro. Em 2017, ele assinou a trilha de "Suassuna – O Auto do Reino do Sol", ao lado da Cia. Barca dos Corações Partidos. A experiência rendeu uma série de prêmios e indicações, inclusive ao Prêmio da Música Brasileira pelo álbum. "A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa" vai trazer mais um conjunto de canções inéditas do compositor, com trechos musicados do próprio livro e criações livres, com base no original de Clarice Lispector.
O espetáculo marca ainda a primeira vez em que Laila Garin atua em um espetáculo de composições inéditas, produzidas ao longo do processo de ensaios. Após ser recordistas de premiações por seu trabalho em "Elis – A Musical" e "Gota D’Água [a seco]", Laila foi dirigida pela lendária Ariane Mnouckine em ‘As Comadres’, no início de 2019. Enquanto segue com uma série de projetos de TV, Laila se consagrou na última década como uma das grandes vozes do teatro musical brasileiro.
Histórico: “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa” estreou em março de 2020 no no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, em comemoração ao centenário de Clarice Lispector, mas teve a sua temporada interrompida pela pandemia do Covid-19. Após a pausa, o espetáculo retornou para uma temporada híbrida, entre maio e junho desse ano, seguindo todos os protocolos e lotação limitada, passando também pelo CCBB Brasília e CCBB BH.
Em 2022, o musical cumpriu uma nova temporada no Sesc Santana, em fevereiro. Na ocasião, também foi lançado o álbum O Canto de Macabéa ou a Hora da Estrela, com canções interpretadas por Chico César e Laila Garin, que pode ser conferido nas principais plataformas digitais.
Sinopse: Macabéa é uma migrante nordestina cuja vida é marcada pela ausência de afeto e poesia. Sua história é contada por uma atriz, que resolve narrar sua vida em um exercício de alteridade.
Ficha Técnica
Da obra de Clarice Lispector
Adaptação e Direção: André Paes Leme
Música: Chico César (canções originais) e Marcelo Caldi (direção musical e arranjos)
Idealização e Direção de Produção: Andréa Alves
Com Claudia Ventura, Leonardo Miggiorin e Laila Garin
Músicos
Fabio Luna – Bateria, Percussão, Flauta e voz.
Pedro Franco – Guitarra, Violão, Bandolim, Violino e voz.
Pedro Aune - Baixo acústico, Baixo elétrico, Tuba e voz.
Produção
Coordenação de Produção: Rafael Lydio
Produção Executiva: Flávia Primo
Assistente de Produção: Matheus Castro
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Serviço
"A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa"
Temporada: 3 de novembro a 11 de dezembro (exceto no dia 17/11)
De quinta a sábado, às 20h; e aos domingos, às 18h
Teatro Vivo - Avenida Dr. Chucri Zaidan, 2460 - Vila Cordeiro
Ingressos: R$100 (inteira) e R$50 (meia-entrada)** | Preço popular (há limite por sessão): R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
**Meia-entrada para estudantes, idosos, professores, PCDs, funcionários da Vivo e participantes do programa Vivo Valoriza (com voucher de desconto)
Vendas online: bileto.sympla.com.br/event/76705/d/159075/s/1057209
Acessibilidade:
PNE (cadeirante) - 6 lugares + 6 acompanhantes
PMR - 2 lugares + 2 acompanhantes
Obeso - 3 lugares + 3 acompanhantes
Os ingressos dos acentos de acessibilidade poderão ser adquiridos através de reserva pela bilheteria 11 3279-1520 (funcionamento somente nos dias de peça 2h antes da sessão) ou pelo e-mail teatrovivo@trimitraco.com.br
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos
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