Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.
No dia 26 de outubro, a partir das 20 horas, o cantor Willie de Oliveira, ex-vocalista do Rádio-Taxi, se apresenta com o grupo Medusa Trio no Sesc, com entrada gratuita para o público (os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria do Sesc, na Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida). Será uma ótima oportunidade para reviver hits que marcaram os anos 80 e conhecer também o trabalho instrumental do Medusa Trio, comandado pelo guitarrista Milton Medusa. Em entrevista para o Resenhando, Willie explica como surgiu essa parceria com os músicos santistas e revela que está procurando estruturar a sua produção autoral. “Estou aprendendo a jogar o jogo dos canais de streaming como fontes de divulgação”.
Resenhando – Como foi que surgiu essa sua parceria com o grupo do Milton Medusa? Willie de Oliveira – Ih, já faz tempo, rapaz. Desde 2008. O Milton foi aluno da escola do falecido e saudoso Wander Taffo (também ex-RadioTaxi). Então, a partir daí passamos a nos conhecer. E em um evento que teve na escola, chamei ele para tocar e me surpreendi ao ver como ele conhecia as músicas de minha época. Rolou uma química musical muito legal. Os demais músicos que compõem o trio também são talentosos. Então acabou dando tudo certo e estamos aí fazendo shows por aí.
Resenhando – Sua antiga banda (Radio Taxi) tinha músicos que, como você, já possuíam um currículo respeitável na música. Como foi essa experiência? Willie de Oliveira – Eu costumo dizer que tínhamos sido estagiários no Secos e Molhados, Rita Lee e Tutti-Frutti, entre outros. Mas é fato que, com o Rádio Taxi, passamos de coadjuvantes para protagonistas emplacando hits nas rádios. O primeiro disco tinha composições do Nelson Motta, Rita Lee e Roberto de Carvalho... além da experiência, nós tivemos foi muita sorte de contar com esse apoio no início.
Resenhando – Você saiu logo depois do segundo disco. Foi para tentar uma carreira solo? Willie de Oliveira – Na verdade minha saída não foi algo planejado. Foi como uma briga de moleques, pois éramos bem mais jovens e imaturos. O que aconteceu é que a canção Eva estava estourando nas paradas e o público começou a perguntar onde estava o cantor? Foi aí que lancei o single Sinal de Paixão, que foi tema de novela da Rede Globo. Depois toquei no grupo KGB com outras figuras lendárias: o guitarrista Piska, que tocou no Casa das Máquinas, e o baixista Pedro Baldanza, do Som Nosso de Cada Dia. Lançamos um single com a canção Ponte Aérea para Shan-Gri-La, que chegou a ser bem executada nas rádios. Mas o projeto não teve continuidade.
Resenhando – É verdade que você começou na música tocando em bailes? Willie de Oliveira – É sim. Na minha época não havia a internet com todas as facilidades que ela proporciona. Aprendia as letras das músicas ouvindo no toca-discos e anotando. Me guiava pelo som das palavras que os cantores internacionais cantavam. Acabou sendo um aprendizado e tanto.
Resenhando – E como é tocar música nesta era do streaming? Willie de Oliveira – Eu estou fazendo uma espécie de cursinho desse mundo. Em breve lançarei o meu canal oficial no spotfy e demais plataformas. A bem da verdade, estou me inteirando melhor sobre o mercado autoral, para poder proteger a minha produção. Não por acaso músicos como Djavan já têm a sua própria editora, justamente para proteger sua obra das grandes gravadoras ou de empresários inescrupulosos.
Resenhando – E o que o público santista pode esperar do show no dia 26? Willie de Oliveira – Vai ser muito legal. O Medusa Trio abre com o som instrumental deles, depois eu subo no palco e canto uma música deles, a única cantada deles, inclusive. E depois revisitamos alguns hits dos anos 80 e mais algumas surpresas com foco no Classic Rock dos anos 60 e 70. Quem for não vai se arrepender.
"Um Amor de Verão"
"Sweet Home" Chicago
"Eva"
"Com o Rádio Ligado"
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