Com Nívea Maria e Arlindo Lopes, a peça é uma adaptação do filme "Harold e Maude" (1971) e conta a história do improvável encontro - e paixão - entre um jovem solitário, obcecado pela morte, e uma octogenária livre e apaixonada pela vida. Foto: Lúcio Luna
Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.
Ao que tudo indica, o teatro está dando a atrizes veteranas papeis que a televisão vem lhes negando com o passar do tempo. Um exemplo disso é o espetáculo "Ensina-me a Viver", em últimas apresentações no Teatro Porto, que devolve à atriz Nívea Maria - grande nome das novelas na época de ouro da teledramaturgia brasileira - ao patamar de estrela, desta vez nos palcos.
Ela empresta o talento, a dicção inconfundível e o carisma a uma personagem extremamente marcante: Maude, uma jovem de 80 anos apaixonada pela vida - em texto escrito por Colin Higgins, que rendeu o filme "Harold e Maude" em 1971. O desafio é duplo: ela assumiu a personagem que, durante algumas temporadas, pertenceu a Glória Menezes. Em quase duas horas de espetáculo, o público permite se apaixonar por essa persona tão inusitada e livre de convenções - torná-la plausível e palpável deve-se ao talento da artista, que acolhe uma história de amor que poderia ser polêmica mas que ganha a torcida dos espectadores.
A química se dá, também, pelo outro lado da história de amor - Arlindo Lopes interpreta Harold, um senhor de 20 anos que não vê razão para continuar vivo e tenta, de diferentes maneiras, suicidar-se ou chamar atenção da mãe, interpretada por Susana Ribeiro, ótima no papel da mãe que sente dificuldade para ouvir o que o filho quer dizer e, ao mesmo tempo, não é indiferente a ele - um papel extremamente desafiador que caiu como uma luva para esta atriz brilhante.
O casal de protagonistas, juntos, é tão arrebatador que a diferença de idade entre o casal de protagonistas torna-se o menor dos empecilhos. Elisa Pinheiro que interpretou as três pretendentes de Harold até a apresentação de domingo passado, dia 25 de setembro, e foi substituída pela atriz Fernanda de Freitas para as últimas apresentações, mostrou versatilidade e é responsável por boas risadas. Luciano Bortoluzzi, outro ator que interpreta vários personagens durante o espetáculo, também rende bons momentos em personagens que fazem a história engrenar.
O casal de protagonistas, juntos, é tão arrebatador que a diferença de idade entre o casal de protagonistas torna-se o menor dos empecilhos. Elisa Pinheiro que interpretou as três pretendentes de Harold até a apresentação de domingo passado, dia 25 de setembro, e foi substituída pela atriz Fernanda de Freitas para as últimas apresentações, mostrou versatilidade e é responsável por boas risadas. Luciano Bortoluzzi, outro ator que interpreta vários personagens durante o espetáculo, também rende bons momentos em personagens que fazem a história engrenar.
A versão brasileira tem a sensibilidade de João Falcão, que dirige e adapta o espetáculo a partir da tradução de Millôr Fernandes. No limiar entre vida e a morte, "Ensina-me a Viver" é uma experiência inusitada e, surpreendentemente, um espetáculo leve - com uma trilha sonora alto-astral e personagens que ultrapassam períodos difíceis, mas que sempre veem o lado positivo das situações. No fim das contas, os espectadores aprendem um pouquinho sobre a vida e a maneira de conduzir a vida a partir da ótica de personagens tão cativantes. É uma história de amor, daquelas que poderiam pertencer a quaisquer pessoas, com elementos que fogem das convenções sociais. É uma explosão de afeto imperdível, profunda e suave.
Serviço
Local: Teatro Porto - Alameda Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos | Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h | Classificação: 12 anos | Duração: 110 minutos | Ingressos: R$ 25 a R$ 100 | Até 9 de outubro | Leia + Espetáculo "Ensina-me a Viver" estreia no Teatro Porto dia 19 de agosto
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