Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2022
É indiscutível que a cultura brasileira é riquíssima, ainda que pouco apreciada. Assim, para preencher tal lacuna, exaltando uma figura importantíssima nesse cenário, chega aos cinemas do Cineflix, Bethânia, dona de uma voz limpa e inconfundível, como musa de "Maria: Ninguém Sabe Quem Sou Eu". A produção gravada no teatro do Hotel Copacabana, no Rio de Janeiro, apresenta uma entrevista exclusiva com Carlos Jardim, quem assina a direção e roteiro do documentário que inclui variadas apresentações antigas da icônica cantora, além da leitura de textos pautados na filha de Dona Canô.
Aos 76 anos, Maria Bethânia comenta importantes assuntos que permearam sua trajetória, que completa 57 anos, na música brasileira, incluindo sua prisão durante a ditadura militar. Bethânia fala dos pais, comenta a falta que sente da mãe, reverencia o irmão Caetano Veloso e Chico Buarque, declara amor por Fernando Pessoa e, claro, abre o coração sobre a paixão e respeito que sente pelo palco, o que faz se apresentar descalça.
Em meio ao depoimento inédito e com informações complementares sobre certos acontecimentos, imagens de fãs e de arquivo, registros raros de ensaios e shows, a atriz Fernanda Montenegro e a jornalista Mariana Gross, por exemplo, narram textos de autores como Ferreira Gullar, Nelson Motta, Fauzi Arap, Caio Fernando Abreu e Reynaldo Jardim, que destacam a importância de Bethânia no Brasil.
Mesmo despertando ou aumentando a paixão pela genialidade de Maria Bethânia, a produção fica focada na devoção da intérprete pelo canto e por estar no palco -sendo uma outra pessoa. "Maria: Ninguém Sabe Quem Sou Eu" passa longe da vida pessoal da cantora, ainda que mencione os pais e fale da figura de Caetano Veloso em sua vida, desde o nascimento. Contudo, é inegável que o documentário tem o poder de fazer o público sair da sala de cinema maravilhado pelo talento dessa rainha que é, de fato, uma força da natureza.
Ainda que exiba entre as filmagens de apresentações de Maria Bethânia, as canções de Erasmo e Roberto Carlos e garanta arrepios para o público, fica devendo a interpretação para a clássica "Fera Ferida", que foi abertura da novela de sucesso nos anos 90 com o mesmo nome. Música que ainda segue como grande referência na voz da intérprete, tanto quanto o clássico "É o Amor" de Zezé di Camargo, contemplado no documentário.
De toda forma, "Maria: Ninguém Sabe Quem Sou Eu" é uma produção necessária, pois lembra aos brasileiros que, aqui, em nosso país, há artistas brilhantes para nos orgulharmos. De quebra, consegue despertar o interesse em assistir também "Narciso em Férias", sobre Caetano Veloso, irmão de Maria Bethânia. O documentário com distribuição da Arteplex Filmes é imperdível para se ver na telona do cinema!
Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.
Gênero: documentário
Direção: Carlos Jardim
Roteiro: Carlos Jardim
Produção: Turbilhão de Ideias Cultura e Entretenimento
Coprodução: Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil
Duração: 1h40
Classificação: livre
Data de lançamento: 1 de setembro de 2022 (Brasil)
Distribuidora: Arteplex Filmes
Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm
Teaser
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