quarta-feira, 14 de setembro de 2022

.: Crônica: "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" no Cineflix Cinemas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em setembro de 2022

Assisti mais uma vez "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa". Delas, duas foram em 2021, primeiro legendado, na estreia, e dias depois dublado. Nesse ano de 2022, com a versão estendida limitada, voltei ao Cineflix Cinemas pela terceira vez, em 7 de setembro, para assistir a produção legendada com mais minutos e, dia 13 foi a vez de rever tudo dublado. Não há dúvida de que eu amo o melhor amigo da vizinhança de todos os tempos.

Tal predileção ganhou força quando eu ainda era uma adolescente e uma foquinha -estudante de jornalismo. Assisti, na primeira fila, a do gargarejo, com o meu namorado -hoje marido-, o ator Tobey Maguire interpretar um nerd zoado na escola que, após ser picado por uma super aranha, passava a lançar teias do pulso e pular de prédios em prédios enquanto combatia os vilões maquiavélicos. 

Era 2002 e saímos da sala de cinema arrebatados. Até então, tudo o que se tinha de filmes de heróis com qualidade era reduzido aos vários filmes do "Batman" ou o primeiro filme dos "X-Men". Tanto é que no ano seguinte saiu "Hulk" -que temos duplicata em DVD- e, apesar dos pesares, amamos assistir nos cinemas também.

Mas o assunto aqui é o cabeça de teia, não o verdão. E surge a questão maior: como não se encantar com aquele herói juvenil sendo também adolescente?! O trunfo maior de "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" (2021) está justamente em reforçar o lado jovem do Peter Parker de Tom Holland. Ainda que tenha lutado com "Os Vingadores", não sabe como agir diante de uma negativa ou por somente querer fazer o bem a todos, apesar de ter a insegurança caminhando lado a lado, o que é típico de todo adolescente. Além disso o longa coloca na telona mais uma vez aquele que representou esse adolescente tão bem lá em 2002.

Ver o Peter de Tom Holland diante de Tobey Maguire, é como uma espécie de espelhamento, mas reformulado para a atualidade. Brincadeira insana que bagunça, fatalmente, as emoções daqueles jovens que hoje estão mais velhinhos e quarentões hoje. E, claro, a entrada de Tobey arrepia e faz escapar lágrimas. Por mais que se lute ardorosamente, é inevitável! Quem curtiu aquele aranha, automaticante volta no tempo e reflete sobre como era e como se está hoje em dia. 

É algo como quando se vê a Xuxa agora, sendo que se cresceu com ela. Neste caso, é você ver alguém que virou adulto junto com você. Ok. O Tobey não era assim tão jovenzinho, mas a mudança física -ele está para virar um cinquentão- é nítida no novo filme em que a equipe de edição, parece ter dado o melhor para preparar o chororô do público. O drama é iniciado com Peter perdendo a tia May. Sim! Tom Holland dá um show nessa cena que cutuca as vias lacrimais. 

Na sequência, acontece a entrada dos outros "Peters" com o fator surpresa. Primeiro surge Andrew Garfield, com o uniforme e depois, entra Tobey sem o traje e com roupas comuns, sendo chamado até de "pastor". De toda forma, mesmo descaracterizado, provoca um turbilhão de emoções! Segurar o choro é impossível. Chorei nas quatro vezes em que assisti.

Afinal, como se não bastasse ter três miranhas atuando juntos na telona, ainda voltam os vilões deles, menos o Venom de Topher Grace. E, mais uma vez é o vilão de Willem Dafoe, o Duende Verde quem taca fogo no parquinho, respingado coisa muito séria para o teioso de Tom Holland. Em resumo: este filme é mais um que me prenderá do início ao fim e sempre que for exibido na televisão, farei questão de rever. 

O drama do excesso de hate, de parte da população, para quem luta pelo bem e a exaltação desmedida pelo vilão Mysterio, que fez o diabo com o teioso no longa anterior "Homem-Aranha Longe de Casa", lança a provocação a respeito do que vivemos hoje em dia: a deturpação dos fatos e lobos em peles de cordeiros, além de certos veículos de comunicação espalhando fake news. Foi nessa quarta sessão do longa que a frase "toda gentileza tem seu preço", dita pelo doutor Norman me fez pensar a respeito. Será?! 

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* Mary Ellen é editora do portal cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

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