domingo, 25 de setembro de 2022

.: Crítica: "A Mulher Rei" é novelão com trama dramática e de muita ação


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em setembro de 2022 


Nanisca (Viola Davis), a guerreira principal do Reino de Daomé, é quem conecta a trama dramática e cheia de ação do longa "A Mulher Rei", ambientada na África de 1800. Em cartaz nos Cinemas Cineflix e inspirada em eventos reais, a produção dirigida por Gina Prince-Bythewood começa com a vitória do grupo Agojie que retorna ao povoado em desfile para o rei. Admiradas pelo público, que as reverencia de cabeça baixa e olhos fechados, têm entre o povo, um menininho que mesmo após levar uma bronca para seguir o costume, coloca as mãos sob os olhos, mas afasta os dedos para ver as guerreiras passando. Assim, a atitude de fofura garante um carinho de Izogie (Lashana Lynch). 

Nawi (Thuso Mbedu) é outra que quebra a regra, mesmo de cabeça baixa, olha diretamente para o grupo de Agojie que desfila. Na sequência, é a jovem quem ganha o foco da trama, uma vez que está para ser entregue a um marido. No entanto, mais uma vez ela não aceita o parceiro, um homem muito mais velho e de aparência nada atraente. Contrariado, o pai da moça de 19 anos a entrega para o rei. É nesse ponto que o caminho da brilhante guerreira Nanisca cruza com o de Nawi.

Enquanto ganha destaque no posto de treinante a guerreira, sob os cuidados de Izogie, Nawi chama a atenção de Nanisca, mas também comete erros que a desagradam. Tanto é que há espaço para um romance com o jovem Malik (Jordan Bolger). Ele que é metade originário da região -e veio para conhecer o lugar em que a mãe nasceu- e metade brasileiro (conforme a versão dublada do longa). Todavia, essa história de amor será importante para o destino de Nawi no desenrolar da história.

A moça conquista a atenção de Nanisca, a guerreira mais importante das Agojie que também está na mira do veneno ácido da esposa do rei Ghezo (John Boyega), a jovem e manipuladora Shante (Jayme Lawson). Conforme a história de Nanisca e Nawi vai se entrelaçando de modo irreversível, embates de defesa do povo Reino de Daomé acontecem -e são de tirar o fôlego. 

No entanto, o drama histórico com cenas de muita ação, ao retratar a jornada da general responsável pelas mulheres guerreiras pode ser definido como um novelão de primeira. Garante lindas cenas de fazer derramar lágrimas. Seja na despedida entre Izogie e Nawi, quando a atriz Thuso Mbedu dá um show de talento ou quando ela contracena com Viola Davis, numas das cenas finais, interpretando um texto de reconciliação e muito amor que faz arrepiar. 

"A Mulher Rei" é um novelão, mas também uma produção imperdível. Tudo no longa se encaixa e o torna majestoso. Seja pela construção bem elaborada de toda a trama que passeia entre confrontos -as cenas de ação chegam a dar frio na espinha-, incluindo dramas do passado que regressam para tornar a grande revelação emocionante, dando espaço para a importância da amizade. O roteiro de Dana Stevens fortalece a produção que é complementando pelo visual com lindos cenários naturais. "A Mulher Rei" é um filmaço!

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A Mulher Rei (The Woman King, 2022)
Gênero: Drama. História
Duração: 2h15
Diretor: Gina Prince-bythewood
Roteiro: Dana Stevens
Classificação: 16 anos (Drogas Lícitas, Temas Sensíveis, Violência Extrema)
Elenco: Viola Davis, Thuso Mbedu, Lashana Lynch


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

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