sexta-feira, 15 de julho de 2022

.: Teatro: "O Falcão Vingador", com Maria Clara Gueiros e Luccas Papp, estreia

No topo do precipício mais alto da pequena cidade de Ferradura, Lúcia chega com seu filho Victor. O tímido rapaz tem a missão de saltar da montanha com uma asa de pano nas costas projetada duas décadas antes e provar ao povo, que o espera ansioso lá embaixo, que seu falecido pai e idealizador da missão era um gênio. Lúcia parece extasiada com esse evento, mas o garoto se sente pequeno para o fardo que lhe foi dado para carregar. Uma fábula sobre sonhos, grandeza, as projeções e frustrações que os pais colocam sobre os filhos e a busca desenfreada pela glória. Com Luccas Papp e Maria Clara Gueiros. Texto de Luccas Papp. Direção de Ricardo Grasson. No Teatro Nair Bello, que fica no 3º piso do Shopping Frei Caneca. Foto: Leekyung Kim

O sonho de voar do homem e a expectativa dos pais diante dos filhos povoam "O Falcão Vingador", tragicomédia de Luccas Papp que estreia a peça ao lado de Maria Clara Gueiros no dia 15 de julho, sexta-feira, às 21h, no Teatro Nair Bello. A montagem ganha contornos focados no realismo fantástico com direção de Ricardo Grasson e a temporada vai até 28 de agosto com sessões sextas e sábados, às 21h; e domingos às 19h.

A trama se passa no topo do precipício mais alto da pequena cidade de “Ferradura”. Lúcia, uma mulher de meia-idade de comportamento espalhafatoso, chega no local com seu filho Victor. O tímido rapaz tem apenas uma missão naquele momento: saltar da montanha com uma asa de pano nas costas projetada duas décadas antes. Seu objetivo é provar ao povo que seu falecido pai e idealizador da missão era um gênio e não um suicida.  Lúcia está extasiada com esse evento, mas o garoto parece se sentir pequeno para o fardo que lhe foi dado para carregar.

“O realismo fantástico guia todo o espetáculo e vai se tornar uma fábula sobre sonhos, grandeza e a busca desenfreada pela glória. Tem uma atmosfera meio Tim Burton, Guillermo del Toro com tonalidades de Federico Felini, que atinge muito mais a plateia do que um realismo. Cada um acaba criando suas leituras e interpretações, existem muitas camadas. É uma história sensível e potente de uma mãe que joga todas as suas projeções em cima do filho; é uma metáfora de como os pais criam um plano de voo completo para o filho sem deixar eles voarem pelas próprias asas”, conta Grasson.

Para o autor, os protagonistas são diferentes e ao longo da trama entram em cena questões como o despertar da consciência, o controle de um sobre o outro. “Lucia tem um desejo pela grandeza e pela glória, deslumbrada pela fama e reconhecimento. Se considera muito maior do que a cidade em que vivem. Já Victor é um jovem com ideais simples que apenas deseja ficar com a menina que ama. Todavia, ele precisa desempenhar uma missão histórica que foi destinada para ele desde criança. É como se o personagem usasse uma roupa que não cabe mais nele”.

A cenografia de Bruno Anselmo traz um estilo não-realista por meio de recursos que dão margem para a imaginação com ideia do penhasco e o topo da montanha alinhado com as formas e cores. O figurino de Fabio Namatame se inspira nos anos 1930/40, a iluminação de César Pivetti exprime  o sentido de fábula, assim como a trilha sonora original de Edgar Duvivier que utilizou instrumentos como violoncelo, sanfona, trompete para construir uma atmosfera bem solar.

Luccas Papp fala dos detalhes que compõem a dramaturgia. “A forma manipulada como o garoto foi criado evidencia uma temática fundamental presente no enredo da obra: a projeção de sonhos dos pais em seus filhos. Na sociedade contemporânea, ainda existe uma certa idealização de como o filho deve ser e como se realizar. O espetáculo é sobre a busca pela liberdade e o texto tem essencialmente uma beleza poética com dois personagens que vão progredindo e se modificando”.

Maria Clara Gueiros retorna ao teatro para uma temporada presencial após a chegada da pandemia. Seu último espetáculo foi "Loloucas", onde atuou ao lado de Heloísa Périssé em 2020. “O palco é um dos lugares que mais amo estar e será ótimo poder voltar com 'O Falcão Vingador'. Interpreto uma mãe determinada em fazer o filho voar por meio de um projeto do falecido marido. Para a composição da personagem, tenho como referência meu lado maternal, é um texto sensível cheio de surpresas, chega até a ir para um lado obcecado”.

"O Falcão Vingador" é a terceira parceria entre Papp e Grasson, ambos também uniram direção, dramaturgia e atuação nos espetáculos "O Ovo de Ouro" que retratava a figura do Sonderkommando nos crematórios dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial; e A Bicicleta de Papel que mostrava uma história sobre amizade e a busca por alguma esperança após o trauma da perda.


Sinopse
No topo do precipício mais alto da pequena cidade de Ferradura, Lúcia chega com seu filho Victor. O tímido rapaz tem a missão de saltar da montanha com uma asa de pano nas costas projetada duas décadas antes e provar ao povo, que o espera ansioso lá embaixo, que seu falecido pai e idealizador da missão era um gênio e não um suicida, como era conhecido.  Lúcia parece extasiada com esse evento, mas o garoto se sente pequeno para o fardo que lhe foi dado para carregar. Uma fábula sobre sonhos, grandeza e a busca desenfreada pela glória.


Ficha técnica:
Texto:
Luccas Papp. Direção: Ricardo Grasson. Elenco: Maria Clara Gueiros e Luccas Papp. Assistência de direção: Heitor Garcia. Cenografia: Bruno Anselmo. Desenho de luz: César Pivetti. Figurino: Fabio Namatame. Trilha sonora original: Edgar Duvivier. Visagismo: Vitória Micheloni. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção executiva: Giulia Martins e Guilherme Bernardino. Assist. produção: Nicole Casavecchia, Richard Lake e Rhaissa Samas. Supervisão técnica: Matheus Papp. Técnica: Gabriel Tite e Gustavo Gonçalo. Design gráfico: Raphael Ruas. Mídias sociais: Amanda Bellini. Fotos: Leekyung Kim. Realização: LPB Produções.


Serviço:
"O Falcão Vingador"
Teatro Nair Bello - 
Rua Frei Caneca, 569 (Shopping Frei Caneca 3º Piso) - Consolação/São Paulo.
Temporada: de 15 de julho a 28 de agosto. Sextas e sábados, às 21h; e domingos às 19h. Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Duração: 80 minutos. Classificação indicativa: 10 anos. Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/74573/d/145821/s/953213. Capacidade: 201 lugares. Bilheteria online pela plataforma Sympa: www.sympla.com.br. Atendimento presencial duas horas antes de cada apresentação.

+Leia também:
Os livros de Luccas Papp neste link.

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