O poeta, cantor e produtor carioca Felipe Lion, também conhecido como Last Aliens in Rio, acaba de lançar, pelo selo italiano RNC Music (Milão), nova leitura de "Pétalas Elétricas". Se na versão original, a música trazia uma pegada eletrônica, agora ela vem com roupagem acústica/minimalista, valorizando sua bela melodia e letra.
Em "Pétalas Elétricas" (acoustique) destaca-se também a forma delicada com que o tema da identidade de gênero (e da liberdade sexual) é tratado, sem que com isso o artista abra mão da incisividade. Na verdade, a força dessa música está exatamente no lirismo, nas imagens simbólicas tão bem trabalhadas na letra da música.
Essa "nova" sexualidade, se apresenta com um descompromisso que não tem a ver com alienação. Sua total expressão, no entanto, se vê ameaçada por grupos conservadores e religiosos. Portanto merece defesa. A própria modelo que posou para a capa é uma espécie de musa involuntária de tudo isso. De fato Elô representa para Felipe Lion essa fluidez, moderna, contemporânea e de enorme poder de sedução; já que livre de todo o peso de construções morais ultrapassadas.
Nesse ponto, talvez seja importante explicar que a partir do segundo álbum quase sempre há uma presença feminina nas capas do Last Aliens in Rio. Isso é uma referência e uma homenagem ao Roxy Music. Lion é um grande fã de Brian Ferry e sua antiga banda, que usou dessa estética de colocar mulheres poderosas nas capas de seus álbuns.
"Pétalas Elétricas" (acoustique) tem como convidada especial a violinista e rabequeira Wanessa Dourado. Com sólida formação técnica, Wanessa ostenta passagens pela Jazz Sinfônica e Orquestra Sinfônica da USP, além de participações destacadas em festivais de música erudita como o de Campos do Jordão e um sem-número de participações em shows e discos de artistas importantes.
Além de Wanessa Dourado, acompanham Felipe Lion o violonista Leandro Henrique e o percussionista Douglas Alonso. A produção é de Felipe Lion e Alexandre Fontanetti. Este último, diga-se, dono de um Disco de Ouro pela produção do álbum Bossa`n`Roll de Rita Lee e de dois Grammys Latinos por sua participação como engenheiro de som nos dois últimos álbuns de Nando Reis.
O Last Aliens in Rio tem três álbuns, alguns singles e marca presença também em dúzias de compilações de bossa nova e jazz, além de playlists das mais variadas. Uma delas, "Café Bossa", é uma das principais playlists oficiais de bossa nova do Spotify.
Tudo começou em 2015, com o lançamento do álbum "Teu Doce Jeito de Dizer Adeus", pelo selo sueco Mareld. Depois vieram os álbuns "Bossa Nova Hotel" (2016) e "Índia" (2019), já pela RNC Music (Itália), seu atual selo. O primeiro álbum foi algo experimental, com o ritmo decomposto e até com o uso de guitarras distorcidas, o que veio a seguir foi uma bossa nova jazzy, moderna e elegante, inovando em alguns aspectos interessantes, como o uso do compasso 7/8 em vez dos tradicionalmente usados, 2/4 ou 4/4.
"Índia" alcançou números importantes. Quase todas as suas músicas foram aproveitadas em compilações e playlists elaboradas por curadores profissionais; com destaque para a faixa Índia (Tarde de Sol) que está presente na playlist editorial Café Bossa, no Spotify.
Em 2021 o Last Aliens in Rio lançou os singles "O Sono Dela" e "Pétalas Elétricas", nos quais buscou novas possibilidades para sua bossa, incorporando elementos da música eletrônica em seus arranjos. Isso continuou com Only Love Can Lead Us: uma collab com o músico e produtor italiano Massimo Bottini aka Max Gabin, da dupla Gabin. A dupla, muito famosa na Europa, é genuína representante do pop eletrônico daquele continente. A música de Gabin está presente, inclusive, em trilhas de Hollywood como a dos filmes Quarteto Fantástico e Sex Drive.
O ano de 2022 começou com "O Sono Dela" (acoustique), single que foi disponibilizado em fevereiro, e segue agora com "Pétalas Elétricas" (acoustique), lançada dia 24 de junho, e a volta da agenda de shows. Você pode ouvir "Pétalas Elétricas" (acoustique) neste link.
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A letra é lindíssima !!’ ♥️♥️♥️
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