Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.
A cantora Graziela Medori se uniu ao músico Alexandre Vianna para produzir um disco com canções que marcaram um dos principais movimentos da nossa MPB: o Clube da Esquina. O resultado foi este "Nossas Esquinas" (gravadora Kuarup), que apresenta momentos intensos e de puro feeling, superando todas as expectativas.
O título explica bem a intenção do disco. Representa um novo olhar da intérprete e do músico sobre o cancioneiro consagrado por nomes como Milton Nascimento, Lô Borges, Elis Regina e tantos outros. Para quem não conhece, Graziela Medori é filha da cantora Claudya e do músico Chico Medori. E ela faz valer a velha máxima de “filho de peixe, peixinho é”. Tem uma voz forte e afinada que se sentiu totalmente à vontade nas melodias consagradas pelo Clube da Esquina.
Não posso deixar de destacar o trabalho de Alexandre Vianna, um jovem músico que conseguiu produzir arranjos com uma maestria digna de um músico veterano. O segredo dele está na preocupação em fazer os trabalhos com foco em Graziela, valorizando a intérprete com arranjos que soam aparentemente simples, mas que na verdade exigem uma boa dose de musicalidade e sensibilidade (ou feeling, como alguns preferem chamar).
Destacaria as releituras de "O que Foi Feito Devera", "San Vicente", "Canoa Canoa" e "Cravo e Canela" (que começa com o vocal à capela de Graziela). Mas mesmo nas faixas menos conhecidas, como "Dos Cruces" e "Ao Que Vai Nascer", Graziela se supera ainda mais, mostrando seu poder de fogo como intérprete.
O CD "Nossas Esquinas" comprova a força perene das canções daquele grupo de músicos lá de Minas Gerais no início dos anos 70. E além disso, apresenta uma cantora e um músico que vão conquistando seu espaço na música. Com qualidade acima da média.
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