sábado, 25 de junho de 2022

.: Entrevista: Meg Pedrozzo: "O amor dá liberdade de sermos quem somos"

Com produção de Vibox, cantora apresenta combinação audaciosa entre versatilidade e coração. Foto: André Bueno

Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Artista talentosa, Meg Pedrozzo alança o EP "Pessoas São Falhas" que, ao longo de 13 minutos, percorre do R&B mais romântico ao afrobeat contemporâneo. A cantora, que gravita com facilidade entre diferentes estilos da black music, é natural do Grajaú, bairro de grande efervescência artística na zona sul de São Paulo. No EP, dirigido pelo produtor e multi-instrumentista Vibox, é possível medir o clima de romance sério e de liberdade compartamental na balada com seus temas sobre amor verdadeiro, flertes, festa e convivência.

As canções deste trabalho combinam as estéticas musicais de hoje com inúmeras referências do passado, como a clareza na voz de Meg, que optou por não fazer uso de muitos efeitos vocais para que o trabalho soasse mais orgânico, como os sons de décadas anteriores. O EP "Pessoas São Falhas" já está disponível via OneRPM. Nesta entrevista exclusiva, Meg Pedrozzo fala sobre música, trabalho e amor.


O que representa a música em sua vida?
Meg Pedrozzo - A música é a minha herança para este mundo, é a minha contribuição musical sonora, é a minha essência que viverá eternamente.


Como e quando começou a cantar?
Meg Pedrozzo - Eu comecei a cantar por volta dos 12 anos, cantava nas igrejas, depois virei baixista da igreja, depois que saí da igreja, fui cantar outros estilos até me encontrar sonoramente no grupo The Monkey’s Thc e agora trilho a carreira solo.


Pessoas são realmente falhas?
Meg Pedrozzo - Sim, não deveríamos ter aprendido sobre a história do príncipe encantado perfeito (risos). Quando se fala de amor, na minha visão, vejo que as falhas fazem parte de qualquer relação, seja afetivamente ou não, somos todes passíveis de errar, mas é importante perceber as falhas e corrigi-las.


Como se deu o processo de seleção de canções para o seu primeiro EP?
Meg Pedrozzo - A seleção ocorreu no ano de 2020 para 2021, logo no começo da pandemia. A escolha foi bem atípica mesmo, eu não pensava ainda em fazer um EP, mas fomos produzindo ao longo do período. Então, em um belo dia, sentamos e selecionamos tudo o tínhamos produzido até aquele momento, e aí sim surgiu a ideia de lançar tudo como um EP, contendo cinco faixas. Todas as faixas têm a assinatura do Vibox como produtor musical e diretor musical. E tem também a presença do Leandro Duarte, que foi fundamental para as construções das linhas de baixo.


Como foi trabalhar com Vibox?
Meg Pedrozzo - Olha, a primeira vez que eu tive contato com o Vibox, fiquei muito impactada, além da sua performance como produtor, multi-instrumentista e diretor musical. Todas as suas produções dele são de alto nível, ele sabe o que faz, domina demais essa gama de produção musical. A direção musical do Vibox foi fundamental para que esta EP brilhasse assim.


Na hora de escolher uma canção, qual é a mensagem que você prioriza?
Meg Pedrozzo - Sempre priorizo o amor, acho que todo dia a gente vê o mundo morrendo um pouco, sabe? Acredito que o amor é o sentimento que nos une, que dá liberdade de sermos quem somos.


Quem são as suas referências na música?
Meg Pedrozzo - Alcione, Péricles, Liniker, Whitney Houston, Mary J. Blige, Alicia Keys, Missy Elliott, SZA. Estes artistas possuem uma identidade musical única, muita musicalidade, é o que me chama atenção quando escuto qualquer música.


Qual é o papel da música no Brasil de hoje?
Meg Pedrozzo - O papel da música é poder representar diversas culturas, é poder compartilhar um pouco da sua arte com o próximo.


É possível viver de música no Brasil?
Meg Pedrozzo - Às vezes, sim, temos vários exemplos hoje em dia de artistas que construíram suas heranças através da música. Eu, como artista independente, precisei e preciso fazer diversos "corres" para poder lançar minhas músicas.


Para você, quais as características separam uma música boa de uma ruim?
Meg Pedrozzo - Músicas ruins são as que reproduzem o machismo, homofobia, transfobia, músicas que fazem apologia à violência feminina.


Você tem algum talento oculto? 
Meg Pedrozzo - Meu talento principal é o canto, atualmente eu estou imergindo no mundo de produção musical, quem sabe não vira um talento também (risos).


Se pudesse escolher somente uma música para ouvir para o resto da vida, qual seria?
Meg Pedrozzo - “It Hurts Like Hell”, da Aretha Franklin. É uma música que fala o quanto dói amar muito, quando você sabe que deu tudo de si e mesmo assim não deu certo, mas acima de tudo, fala sobre tentar encontrar a sua felicidade, e que às vezes precisamos deixar ir e às vezes precisamos partir.


Quem é a Meg Pedrozzo, por ela mesma?
Meg Pedrozzo - Uma artista que fala de amor e que ainda aprende todos os dias como amar, aprendiz de vida que não é fácil, através da música ela consegue compartilhar seus sentimentos e sua paixão por cantar.



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