terça-feira, 21 de junho de 2022

.: Crítica: "Lightyear" não é o Maverick do espaço, mas tem Sox

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em junho de 2022 


"Lightyear", em cartaz na rede de cinemas Cineflix, é a história do personagem que inspirou o boneco que foi dado ao garotinho Andy e quase tirou o favoritismo do caubói Woody na franquia "Toy Story". Sendo assim, o público é apresentado à animação que encantou o menino que zelava por seus brinquedos. No início, em uma preguiçosa tela de fundo preto com letreiros, há o aviso de que iremos assistir ao filme que fez Andy querer o Buzz Lightyear. 

Em certos pontos, "Lightyear" até remete ao sucesso de bilheteria do momento, encabeçado por Tom Cruise, "Top Gun: Maverick". Principalmente por conta dos mocinhos assumirem os postos de pilotos destemidos e amam o que fazem, sendo ambos responsáveis por uma super missão, mas não há nada do carisma de Maverick em "Lightyear"

A vida do patrulheiro se resume a cumprir a missão de tirar todos do espaço. Contudo, enquanto teima na mesmice, o tempo passa, menos para ele, uma vez que faz viagens pelos anéis do tempo. De fato, "Lightyear" começa empolgando e apresenta, por vezes, aquele colorido vibrante que só a Disney sabia imprimir na telona, mas a luz fica restrita ao nome do protagonista, o longa animado é bastante escuro, o que acaba proporcionando algumas cabeçadas para quem está com sono. 

Enquanto tenta tirar todos do além planeta Terra, todos na estação envelhecem e a amizade estabelecida entre ele e Alisha, que é o ponto alto e lindo do filme, também acaba. Exatamente! O único elo do viajante do tempo é a amiga que constrói família, mas morre. Grande erro, pois a falta de alguém para Lightyear voltar torna o protagonista frio. Ao menos Alisha dá a ele o gatinho eletrônico Sox. Sim! É esse pet moderno quem leva alegria e leveza para "Lightyear" em suas 1h 45m. Sox é que graça dessa animação! 

Sem a amiga, na última volta do patrulheiro tudo está mudado. A ele, sobra uma equipe que comete absurdos evidenciando o total despreparo para o cargo. Logo, surge na telona o momento palestrinha de que "juntos conseguiremos". Por outro lado, Lightyear é tão egocêntrico que não permite nem mesmo que a plateia embarque na história com ele. Ao fim, conclui-se que "Lightyear" pouco contribui para a lista de produções Disney Pixar, deixando somente o ensinamento sobre a necessidade de trabalhar em conjunto. Tão Losto, né?! Só que Lightyear não é um ursão de creche.

Antes da estreia, parte de fãs de dubladores manifestou profundo pesar quanto a dublagem de Marcos Mion. No entanto, ele dá mais um show de interpretação. O problema é o enredo fraco que não estabelece uma profunda conexão com o público, além de patinar numa história que se repete e não ter um momento de grande revelação. Se a morte de Alisha faz chorar?! Sim. Todavia, o protagonista passa a ser pesaroso a ponto de ficar nítido o quanto murcharam a animação do apresentador e ator, Mion. Basta rever "Operação Big Hero", de 2014

Definitivamente, "Lightyear" é mais uma produção Disney Pixar que não se destaca, assim como "Lucca". Neste a falha maior está na falta de carisma do protagonista para um enredo raso, assim como "Encanto", que, pelo menos colocou na telona o colorido vibrante que salta aos olhos. Calma! "Lightyear" não é um filme ruim, só que não é tão maravilhoso quanto poderia! 


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*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


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