quarta-feira, 2 de março de 2022

.: Entrevista: Osmar Prado, o "Velho do Rio" na novela "Pantanal"

Osmar Prado comenta personagem que se relaciona com bioma. Foto: Rede Globo/Divulgação

O ator Osmar Prado irá transitar por todos os núcleos, além de fazer parte da primeira e segunda fases da nova versão de "Pantanal", escrita por Bruno Luperi, com direção artística de Rogério Gomes, na pele do Velho do Rio. Há quem acredite que quando o velho Joventino (Irandhir Santos) desaparece sem deixar rastros, na verdade morre e encanta no Velho do Rio. O segundo é bem vivo, e visto por todos que chegam e saem do Pantanal. O que têm em comum? Grandes conhecedores daquelas terras, assumem a função de protegê-las.

Mais que isso, "o Velho do Rio" (Osmar Prado) é o ponto de contato entre o mundo físico e espiritual, e a síntese de uma consciência ecológica coletiva. Ele é um encantado, uma espécie de guardião deste paraíso em terra que se chama pantanal. Apresenta-se vezes em forma de gente, vezes em forma de sucuri, a maior de todas que já se viu pelo pantanal.

"Pantanal" é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. Confira a entrevista de Osmar Prado e saiba mais sobre os bastidores da novela.


Como está sendo interpretar o Velho do Rio?
Osmar Prado - 
Eu já estou falando meio com o jeito do "Velho do Rio". Esse é um personagem especial. É um poeta, um filósofo, um homem que só na transcendência poderia ser o que é, falar o que tem que falar. Ele representa a libertação do mundo, da terra. Como diz “somos filhos de uma mãe gentil e generosa a quem tentamos há muito tempo escravizar”. O "Velho do Rio" representa a defesa da terra, da fauna, da água. E a defesa também da alegria das pessoas, num mundo mais justo, mais cooperativo, mais solidário, com empatia.

 
O que você destacaria do personagem?
Osmar Prado - Ele é uma espécie de guardião da felicidade, mas não da felicidade efêmera, e sim a felicidade baseada no amor verdadeiro. Naquele que você se sacrifica pelo outro. O mundo só é viável se for cooperativo. No dia que o homem entender que ele é parte de um processo global, teremos um mundo correto. “Nós não somos donos de nada”, diz o Velho. Isso é um fato, é uma oportunidade de você atuar com uma personagem de uma profundidade filosófica enorme.
 

O "Velho do Rio" seria, então, um protetor daquele local que habita?
Osmar Prado - Ele é justiceiro, faz justiça. Faz parte do processo também fazer justiça. Eu estou aprendendo muito com ele. A cada fala, eu entendo perfeitamente o que ele quer dizer e estou perfeitamente de acordo. Isso é um privilégio. 
 

Você já conhecia o pantanal?
Osmar Prado - Eu nunca tinha ido ao pantanal, e agora estou apaixonado pelo que conheci. Eu sabia que encontraria pessoas legais, mas estou em êxtase porque essa viagem foi uma oportunidade muito boa. Tenho 63 anos de carreira e 74 de idade. Ser chamado para fazer o Velho do Rio é uma convocação. Como se eu fosse para um movimento revolucionário, com a mesma integridade, força e dedicação. Nada mais atual do que a fala e as coisas que o Velho do Rio defende.

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