sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

.: Entrevista: Bruno Cabrerizo comenta virada em "Quanto Mais Vida, Melhor"


Personagem procura um banco de sêmen para se tornar doador e começa a flertar com a médica. Ator também fala sobre "Ouro Verde", novela portuguesa vencedora do Emmy Internacional que entrou para o catálogo do Globoplay. Foto: 
Globo/Fabio Rocha

Marcelo, personagem de Bruno Cabrerizo em "Quanto Mais Vida, Melhor!", é um sujeito de caráter duvidoso. Vice-presidente da Cosméticos Terrare, foi amante de Paula (Giovanna Antonelli) e Carmem (Julia Lemmertz) ao mesmo tempo. E, depois que a primeira se apaixonou por Neném (Vladimir Brichta), com orgulho ferido, ajudou a concorrente a sabotar o lançamento da própria empresa em que trabalha, por achar que pode ter seu cargo mantido caso ela seja comprada pela Cosméticos Wollinger.

Novos acontecimentos vão transformar a vida de Marcelo. A obsessão por ser pai vai levá-lo a se apaixonar por Joana (Mariana Nunes). Depois de terem se esbarrado numa clínica de inseminação artificial,  a médica vai atendê-lo em uma emergência. Ele vai se lembrar de tê-la visto, a conversa dará início a um flerte, que termina com uma proposta cretina da parte dele: economizarem o dinheiro da inseminação e fazerem um filho à moda antiga. Proposta prontamente recusada por Joana, que vai levar adiante o seu projeto de uma gravidez solo, mas tendo agora Marcelo como um teimoso e insistente candidato ao posto de pai do filho dela.

Ele também é um dos destaques de "Ouro Verde", primeira novela portuguesa no catálogo do Globoplay. Ganhadora do Emmy Internacional de melhor novela, e exibida originalmente em Portugal em 2017, a trama conta com atores brasileiros no elenco, como Zezé Motta, Silvia Pfeifer, Gracindo Júnior e próprio Cabrerizo – no ar hoje na TV Globo em "Quanto Mais Vida, Melhor". 


Como está sendo a repercussão de "Quanto Mais Vida, Melhor"?
Bruno Cabrerizo -
Acompanho as cenas, consigo ver o que eu faço, vejo cena dos colegas, eu gosto muito da novela. Eu acho que o Allan Fiterman, que é o nosso condutor, nosso diretor artístico, é muito bom. Ele conseguiu nos guiar durante esse ano difícil e presenteou o público com esse produto maravilhoso. Então, eu sou suspeito, gosto muito da novela e do meu personagem.


Como foi sua preparação para viver essa fase do seu personagem? Você chegou a conhecer ou conversar com alguém que fez essa opção na vida real?
Bruno Cabrerizo - 
Não, a minha preparação não teve nada específico. Não cheguei a conversar com ninguém, eu procurei entender a lógica dentro da cabeça do Marcelo. Ele é um cara muito sozinho, egocêntrico, vaidoso e que, de repente, começa a sentir essa mudança interna. E por achar que realmente todo mundo chama ele de “pastel de vento” e essa situação começa a mexer com a autoestima dele, então ele quer deixar um legado. Eu procurei entender essa parte do Marcelo, essa psicologia dele, até que depois ele vai se apaixonar pela primeira vez verdadeiramente e vai pagar todos os pecados dele.


Como vê essa virada da personagem? Marcelo é um homem de caráter duvidoso, e, do nada, resolve se tornar doador? 
Bruno Cabrerizo - Sim, ele é um cara de caráter duvidoso, ele rema para onde está a maré, só vê o lado dele, mas essa situação de ir ao banco de sêmen vai levá-lo a conhecer uma pessoa e ele realmente vai se apaixonar e querer ser pai, não só por deixar um legado por vaidade, mas sim, por começar a sentir aquele espírito paternal e de poder criar uma família que ele não tem, com alguém que ele ama e que é verdadeiro.


Mexeu com sua cabeça de alguma forma ser identificado como o número 427? 
Bruno Cabrerizo - 
Sobre o número 427, não. Era da maneira como ele se expressava, era a maneira como ele tinha até mesmo para tentar algo com a Joana a partir do momento que ele a conhece e começa a sentir algo por ela, claro que ele usava o número até mesmo de maneira cafona e grosseira às vezes, mas é o jeito dele, não é por mal. Não mexeu com a minha cabeça até porque quem se identificava com o número era o Marcelo, não o Bruno.


Você é pai de dois, mas essa trama de alguma forma te fez refletir sobre paternidade?
Bruno Cabrerizo - 
O fato de eu ser pai, claro que o fato de eu ter dois filhos já me ajuda naquela coisa do cara que começa a ter a vontade de ser pai, eu sei o que é isso porque eu tive isso com o nascimento dos meus filhos e da minha filha, principalmente, que é a minha primogênita. Então, esse sentimento, essa vontade de ser pai, de ter uma criança que seja do seu sangue ou adotada, eu sei o que é isso e eu levei isso para o Marcelo, foi o que eu pude emprestar de mim para ele, sobre essa situação específica.


O público vai poder acreditar nos sentimentos dele em relação a Joana?
Bruno Cabrerizo - 
O público tem que acreditar nos sentimentos dele pela Joana porque são verdadeiros. Ela vai trazer paz a ele, ela é o oposto dele completamente, mas trará paz, um prumo que ele até então nunca teve, essa vontade de se aquietar, de parar de ciscar de um lado para o outro e, principalmente, de ser uma pessoa melhor, correta, respeitosa, porque ela é assim e ele vê nela o que ele gostaria de ser nessa nova fase.


"Ouro Verde" foi vencedora do Emmy Internacional. Para você, como parte do elenco, o que esse feito significou? 
Bruno Cabrerizo - 
"Ouro Verde" foi importante porque pude trabalhar pela primeira vez com atores brasileiros. Até então eu só tinha trabalhado com atores italianos e portugueses, e eu tive oportunidade de contracenar com Zezé Motta, Gracindo Júnior, Sílvia Pfeifer, e foi uma ótima experiência. Claro, fazer parte do elenco de uma novela que ganhou Emmy sempre é bom. Aliás, eu posso dizer que, apesar de eu não ter uma carreira longa com muitas novelas nas costas, como tantos outros colegas, eu faço parte do elenco de duas novelas que ganharam Emmy, "Ouro Verde" e "Órfãos da Terra".

 
Qual a importância, em sua opinião, de o Globoplay ter agora em seu catálogo tramas portuguesas, começando por "Ouro Verde"?
Bruno Cabrerizo - 
Eu acho que a estratégia do Globoplay de colocar novelas portuguesas no catálogo é ótima, até porque Portugal sempre consumiu e continua consumindo produtos do audiovisual brasileiro, as novelas, as séries, mas, principalmente, novelas. Então, ter novelas portuguesas no catálogo é também uma maneira de mostrar que o produto português também é muito bom. É uma troca entre culturas diferentes, porém muito parecidas em vários aspectos.


Pode contar um pouco sobre o seu personagem na história, Laurentino?
Bruno Cabrerizo - 
Laurentino da Silva é um rapaz trabalhador, muito leal a seu chefe que ele considera como um pai, o pai que ele não teve. Foi a pessoa que o acolheu, deu trabalho, carinho, afeto, até que surge na história o personagem do Diogo Morgado que faz o protagonista Zé Maria/ Jorge. Com a chegada dele, Laurentino se transforma, enxerga no personagem do Diogo um rival que vai tomar o lugar dele, principalmente na herança que supostamente seria somente do Laurentino. Ele vira uma pessoa completamente diferente pela ganância, pelo dinheiro e pelo amor do chefe que ele considerava como pai, o personagem do Gracindo Júnior.

 
Você também está no ar em "Quanto Mais Vida, Melhor". Como está sendo a repercussão da novela?
Bruno Cabrerizo - 
Agora eu estou no ar em "Quanto Mais Vida, Melhor" com o personagem Marcelo, estou feliz, foi uma novela que demoramos um ano para terminar. Eu acompanho as cenas, consigo ver o que eu faço, vejo cenas dos colegas, eu gosto muito da novela. O Allan Fiterman, que é o nosso condutor, nosso diretor artístico, é muito bom. Eu sou suspeito (risos), gosto muito de "Quanto Mais Vida, Melhor" e do Marcelo, que é o meu personagem.


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