Aimar Labaki constrói de forma delicada e emocionante a história de Lili, que, tanto em vida quanto na narrativa, vive numa UTI há quase quarenta anos, desde os 2 anos de idade, por conta de uma poliomielite mal diagnosticada. “Lili vive em uma condição muito singular, mas seus questionamentos, medos e verdades são os mesmos de qualquer pessoa na sua idade: a necessidade de amar e ser amada, a relação com a morte, o que fazer da vida, como conseguir o sustento com o trabalho", diz Débora Duboc.
“A luta de Lili para sobreviver em condições tão adversas, sem perder o humor e o amor, são a metáfora perfeita para os dias sombrios que vivemos, entre a violência e a desesperança”, completa o autor Aimar Labaki. A parceria entre a diretora Débora Dubois e o autor Aimar Labaki é antiga. É de ambos os espetáculos "MotoRboy" e "Pirata na Linha", grandes sucessos para adolescentes, além de "Poda ou Una Notte Intera", que Débora dirigiu para o Festival Intercity, em Florença, na Itália. Ela também já dirigiu Duboc em espetáculo com curadoria de Gianni Ratto. Sobre "A Valsa de Lili", Dubois diz ser “um testemunho forte e sensível, uma forma de vida tão única e singular, que alçou vôo pra falar e tocar fundo em muitos de nós".
Eliana Zagui, a autora do livro, esteve presente em uma sessão de "A Valsa de Lili". “É mais que uma peça, é mais que imaginar. É entrar numa máquina do tempo, no mais profundo inconsciente. Reviver cada detalhe com muita saudade, risada, choro e ver que valeu a pena nunca parar de dançar ao meu ritmo”, conta.
Débora Duboc conta que foi uma grande emoção recebê-la, pois ela se locomove acompanhada de um grande aparato que inclui ambulância, respiradores e profissionais da saúde. “Eu entendi que viver é um ato político. A existência de Lili é uma escolha diária. A personagem diz: Eu posso não mexer nada do pescoço para baixo, mas a minha alma nunca deixou de dançar".
A peça estreou em 2019 no Sesc Ipiranga, em São Paulo, onde Débora Duboc ganhou o Prêmio APCA de melhor atriz. Antes da pandemia iniciou temporada nos Teatros dos CCBB’s Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em julho de 2020, foi o primeiro espetáculo, no Brasil, a ser exibido num drive-in, que foi montado no estacionamento do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília.
Sinopse do espetáculo
Lili é uma pessoa extraordinária e única, e, ao mesmo tempo, é uma mulher com questões iguais às de qualquer outro ser humano: o amor, a perspectiva do envelhecimento e da morte, os limites sociais e físicos e a luta pela sobrevivência. A única coisa que a distingue é que só consegue mexer os músculos do pescoço e da cabeça. Em pouco menos de uma hora, ela conta sua história e de seus amigos, mas principalmente, narra a aventura de viver plenamente, transformando as tragédias e dramas do cotidiano.
Ficha técnica
Espetáculo: "A Valsa de Lili". Texto: Aimar Labaki. Intérprete: Débora Duboc. Direção: Débora Dubois. Cenário e figurinos: Márcio Vinicius. Iluminação: Aline Santini. Trilha sonora: Débora Dubois. Assessoria corporal: Doria Gark. Fotografia: João Caldas Fº. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Produção executiva: Fabrício Síndice. Direção de produção: Cristiani Zonzini. Coordenação geral: Edinho Rodrigues (Brancalyone Produções).
Serviço:
"A Valsa de Lili"
De 5 de março a 1º de maio - Sábados às 20h e domingos às 18h.
Classificação indicativa:12 anos
Duração: 70 minutos
Ingressos: R$50 e R$25.
Vendas: Sympla.com.br
Teatro Eva Herz - Livraria Cultura do Conjunto Nacional - Avenida Paulista, 2073, Cerqueira César, 168 lugares.
Bilheteria aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração.
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