Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em fevereiro de 2022
Na infância, há até poucos anos, o sonho de ser uma princesa no estilo antigo -das que usam vestidões e tem um príncipe encantado ao lado- era incultido nas meninas como a representação perfeita de um sonho transformado em realidade. Eis que no longa "Spencer", dirigido por Pablo Larrain, o público é convidado a bisbilhotar um pouco da vida da princesa de Gales, Lady Di, ou melhor, da mulher de nome Diana e sobrenome Spencer, interpretada brilhantemente por Kristen Stewart ("O Quarto do Pânico" e da saga "Crepúsculo").
A produção com roteiro de Steven Knight (“Peaky Blinders”), em cartaz no Cineflix, destaca bem que os membros da realeza não perdoam quem foge às regras. Assim, foi o caso de Diana (Kristen Stewart) antes de romper os laços com o universo cercado de muita riqueza, compromissos e sem amor -por essa intrusa.
Ao estampar tudo isso no longa, ambientado para as festividades de Natal, o sentimento de amor e ódio de Diana cria uma empatia automática com quem assiste tal recorte da história de vida da personalidade britânica que morreu de mod precoce, em um acidente automobilístico, no dia 31 de agosto de 1997.
O drama da pobre princesa riquissíma dita o tom do longa de 1h 51min. A agenda lotada de regras a serem seguidas e afazeres a serem cumpridos para os olhos da sociedade -e do mundo-, o sufocamento de Diana, inclusive, transborda além de telona de cinema. Não há como deixar de ficar incomodado com tantos "cuidados" que limitam a liberdade de ser quem ela é, até mesmo com os filhos.
Não há como negar que "Spencer" consegue ser imersivo, assim, desperta amor e ódio diante das situações que acontecem nos bastidores da realeza. Nessa espiadela, o público nada perde nada desse drama. Como passar impune diante da conversa seríssima de Diana e Charles (Jack Farthing) tendo uma mesa de sinuca separando os dois?! Ah! Aquela bolinha, por vezes, desperta a vontade em quem assiste de ela ase acomode bem no centro da cara de seu traidor descarado. Sim! Em "Spencer" a angústia da traição escancarada de Charles é mostrada como meio de confusão para Diana, além da claustrofobia -com direito a perseguidor- e a bulimia.
Nada no longa sobra, seja o colar de pérolas, presente de Natal de Charles ou quando a princesa de Gales é apresentada, perdida dentro de seu conversível e decide parar para ter informações de onde está. Não há como deixar de destacar a atuação cativante e extremamente madura de Kristen Stewart. Ela visivelmente se entrega ao papel daquela que decide mudar certos costumes, embora conheça as regras do jogo de aparências.
"Spencer" tem toque de biografia com misto de suposição do que teria acontecido entre Diana e os membros da realeza. Contudo, os que leram "Uma Questão de Honra - O Mordomo de Lady Di conta toda a verdade", de Paul Burrell e outros livros de pessoas próximas à princesa sabem que muito do representado no filme, tem fundamento. Enfim, "Spencer" é um filme indispensável!
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* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
Filme: Spencer
Diretor: Pablo Larrain
Música: Jonny Greenwood
Duração: 1h 51m
Produção: Juan de Dios Larraín; Jonas Dornbach; Paul Webster; Pablo Larraín; Janine Jackowski; Maren Ade
Data de lançamento: 3 de fevereiro de 2022 (Brasil)
Elenco: Kristen Stewart, Jack Farthing, Sally Hawkins, Timothy Spall, Jack Nielen, Freddie Spry, Amy Manson, Stella Gonet
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