A cia Os Satyros volta à cena dia 13 de janeiro com a peça "Pessoas Brutas" no Espaço Satyros. O espetáculo retrata personagens anônimos da cidade de São Paulo, com seus medos, conflitos e a solidão em meio à turbulenta metrópole. O trabalho partiu de pesquisa sobre dependência química e psíquica, com visitas a grupos de apoio anônimos, depoimentos pessoais e outras fontes sobre o tema.
Todo o visual da peça, em preto, branco e tons de cinza, é inspirado na “selva de pedra” das grandes metrópoles e também nos mangás japoneses. O texto é de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, e direção de Rodolfo García Vázquez. No elenco, em nova formação, Alex de Jesus, Thiago Mendonça, Gabriela Veiga, Gustavo Ferreira, Sabrina Denobile, Tiago Leal, Julia Bobrow, Eduardo Chagas, Henrique Mello, Andre Lu, Dani Moreno e Diego Ribeiro.
O espetáculo, terceira parte da "Trilogia das Pessoas", fala da vida de personagens anônimos de São Paulo, que na verdade se parecem e podem representar todos os anônimos das metrópoles contemporâneas mundo afora. "Pessoas Brutas" estreou em 2017 no Espaço dos Satyros, em São Paulo, sendo indicada aos Prêmios Shell na categoria Melhor Figurino, Aplauso Brasil em oito categorias e ao Blog do Arcanjo em três. Entre as várias temporadas, a peça esteve no Rio de Janeiro no mesmo ano, no Sesc Copacabana.
Em 2014, Os Satyros resolveram dar início a uma trilogia que abordaria a vida dos personagens anônimos da cidade de São Paulo. A primeira montagem foi o premiado espetáculo “Pessoas Perfeitas” (vencedora prêmio APCA de melhor espetáculo, prêmio Shell de melhor texto e prêmio Aplauso Brasil de melhor dramaturgia), que tratava da vida de moradores da região central e da Zona Leste de São Paulo.
Em 2016, veio a segunda peça - “Pessoas Sublimes”, que tratava de uma região pouco explorada na dramaturgia sobre São Paulo - Parelheiros, bairro periférico da grande metrópole. O espetáculo falava da relação entre o mundo dos vivos e dos mortos.
Em 2017, a terceira parte - "Pessoas Brutas", que foi criada a partir de entrevistas e observação in loco, além de depoimentos dos artistas participantes, para investigar a questão das dependências química e psíquica no cotidiano de moradores da metrópole de São Paulo.
"Pessoas Brutas" discute também a viabilidade da ética num Brasil moralmente arrasado. O grupo pretende refletir sobre o momento atual a partir de um conceito - o heroísmo. O espetáculo olha para a figura do herói de forma desencantada. Não há herói à vista, somente missões heroicas equivocadas ou egoístas. Os artistas propõem a seguinte provocação: “se não temos mais heróis, a quem recorrer?”
Sinopse do espetáculo
A filha de um doleiro delatado na Operação Lava-jato é sequestrada por criminosos, a pedido de uma amiga de infância. A partir deste mote, a peça apresenta personagens invisíveis da cidade de São Paulo que lutam pela sobrevivência sem questionar limites morais ou legais.
Há um vendedor de sapatos que se tornou herói por ter salvado uma pessoa da morte, um casal de youtubers em relação de abuso, uma relação de poliamor entre três dependentes químicos, o encontro amoroso de um contador evangélico e uma recepcionista de hotel, o amor de um taxista pela sua filha idealizada e dois sequestradores que se inspiram nas pessoas que conseguiram vencer no Brasil - os bandidos de Brasília e os bandidos da quebrada. As personagens se cruzam em um encontro da comunidade ¨Quem quer amigos?¨, que levará todos a um final inesperado.
A caracterização inspirada nos mangás japoneses
Todo o visual da peça, em preto, branco e tons de cinza, é inspirado na “selva de pedra” das grandes metrópoles. Mas foi concebido também a partir de uma outra arte: os mangás japoneses.
“O visual de 'Pessoas Brutas' foi criado a partir dos mangás japoneses. Os mangás eram incialmente em preto e branco, tiveram origem numa época em que o Japão passava por uma grande crise econômica. Eram impressos em folha de jornal e em preto e branco, para que eles não precisassem gastar muita tinta. Isso nos inspirou, por que não tínhamos dinheiro e queríamos fazer alguma coisa criativa e que fosse legal. Daí começamos a pesquisar o gênero dos quadrinhos - em especial quadrinhos em preto e branco - e os mangás, e assim todo o visual da peça acabou indo para o preto e branco com alguns tons pasteis”, explica o autor e ator Ivam Cabral.
Uma pesquisa continuada
A pesquisa dos Satyros sobre os invisíveis da metrópole paulistana marca a trajetória do grupo. Em 2004, o grupo montou “Transex”, seu primeiro espetáculo em que abordava a questão das travestis e transexuais na Praça Roosevelt (região durante anos degradada e ocupada pelo tráfico de drogas, prostituição e criminalidade, até que em 2000 foi ocupada pelos Satyros, e posteriormente por outros grupos teatrais, tornando-se um dos polos mais democráticos de produção e convivência artística em São Paulo).
Espetáculos da companhia como “A Vida na Praça Roosevelt” (2005), “Hipóteses para o Amor e a Verdade” (2009), entre outros, também tratavam das questões dos moradores do entorno da Praça Roosevelt, onde até hoje se localiza a sede dos Satyros.
Ficha técnica
Espetáculo: "Pessoas Brutas"
Texto: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Direção: Rodolfo García Vázquez
Elenco e personagens: Alex de Jesus (Sueco), Thiago Mendonça (Teodoro), Gabriela Veiga (Turmalina), Gustavo Ferreira (Glicério), Sabrina Denobile (Consolata), Tiago Leal (Olívio), Julia Bobrow (Disneilandia), Eduardo Chagas (Sancho), Henrique Mello (Rael), Andre Lu (Tasso), Dani Moreno (Carolaine) e Diego Ribeiro (Berilo).
Iluminação: Rodolfo García Vázquez e Flávio Duarte
Trilha sonora: Henrique Mello, Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Cenografia: Marcelo Maffei
Figurinos: Bia Pieratti e Carol Reissman
Perucas: Lenin Cattai
Programação visual: Henrique Mello
Operação de som: Dennys Leite
Operação de luz: Flavio Duarte
Fotografias: Andre Stefano
Produção: Os Satyros
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany
Serviço
Espetáculo: "Pessoas Brutas"
Estreia: dia 13 de janeiro (5ªf), às 21h
Espaço dos Satyros - Praça Franklin Roosevelt, nº 214, Consolação / SP Tels: (11) 3255-0994 e (11) 3258-6345 / www.satyros.com.br
Ingressos: R$10 (inteira) R$ 5 (meia-entrada) | Retirada na bilheteria (uma hora antes de cada sessão)
Horários: de quinta a sábado, às 21h / Duração: 90 minutos / Gênero: drama / Classificação indicativa: 14 anos / Temporada: até 17 de fevereiro
As sessões presenciais seguirão os protocolos de biossegurança, com medição de temperatura, uso de máscaras e apresentação do passaporte de vacinação.
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