Como protagonista do segundo episódio da série “O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-americana”, Mariana Enriquez, autora de "Nossa Parte da Noite" e "As Coisas que Perdemos no Fogo", lançados no Brasil pela editora Intrínseca, fala de sua experiência como autora e jornalista, e da influência de Silvina Ocampo em sua obra. Foto: Divulgação/Curta!
O segundo episódio, inédito, da série “O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-americana”, dirigida por Daniel Augusto, viaja à Argentina e proporciona um encontro entre duas gerações de mulheres escritoras nascidas no país. Como protagonista desse capítulo inédito, Mariana Enriquez, autora de "Nossa Parte da Noite" e "As Coisas que Perdemos no Fogo", lançados no Brasil pela editora Intrínseca, fala de sua experiência como autora e jornalista, e da influência de Silvina Ocampo em sua obra.
Em um depoimento que ora se configura como um bate-papo informal com o jornalista Cristian Alarcon, ora se apresenta como uma espécie de monólogo, Mariana Enriquez relembra sua trajetória até o momento em que ela esbarra na obra e na história de vida de Silvina Ocampo, falecida em 1993.
Mariana Enriquez elenca similaridades entre seus trabalhos: narradoras femininas, o interesse em questões mentais, distorções da realidade e o protagonismo de crianças que vivem uma infância não-idealizada - não são retratadas como símbolo de pureza ou inocência. “As mulheres de Silvina são muito extremas e algumas das minhas também”, analisa a escritora.
Além dessa relação entre passado e presente da literatura feminina argentina, Mariana Enriquez fala de outros temas que movem sua escrita em direção ao terror e à violência. Em certo momento, ela visita a Escuela de Mecánica de La Armada, que abrigou um campo de concentração de prisioneiros durante a ditadura militar argentina. Naquele local, onde ocorreram graves violações dos direitos humanos e diversas mortes, ela relembra o medo que sentiu ao descobrir o significado da palavra “tortura”, ainda criança.
“O Lobo do Lobo e a Literatura Latino-Americana” é uma produção da Pacto Filmes viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia é na Quinta do Pensamento, 13 de janeiro, às 21h30.
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