Em "Os Meninos São a Cura do Machismo", Nana Queiroz propõe que uma educação feminista amorosa é a vacina contra nossa pandemia patriarcal. Depois de trabalhar ao longo de uma década combatendo o machismo, com foco nas mulheres, Nana Queiroz percebeu que, de certa forma, era como se estivesse secando gelo. As mulheres eram, sem dúvida, o remédio mais efetivo que conhecia contra o machismo, com seu grito e sua coragem para quebrar silêncios e conquistar direitos. Mas eram isso: antibiótico para uma infecção generalizada que resistia em retroceder. Eram o grito desesperado de um corpo social na UTI.
Como mãe de um homenzinho, viu-se então diante da oportunidade de trabalhar na erradicação desse mal. Os meninos podem ser a cura do machismo. Uma educação feminista amorosa é a vacina contra nossa pandemia patriarcal. Porque ninguém nasce insensível, ninguém nasce agressor, ninguém nasce estuprador - isso é, na verdade, o que o machismo quer que a gente pense sobre os homens. Que existe alguma natureza perversa que os rebaixa e os leva a agir irracionalmente.
Nana Queiroz escolheu acreditar nos meninos: eles mudarão tudo - desde que a gente deixe de treiná-los para oprimir. Os meninos são a cura do machismo ensina como cultivarmos um antiexército de homens decentes que se atrevam a mudar o mundo para melhor.
“A metáfora que melhor descreve meu ponto de vista é a do hospedeiro consciente e o vírus. Uma pessoa doente não é culpada por contrair um vírus (ao menos, não na maioria dos casos), mas, se não busca tratamento disponível, é responsável pela deterioração da própria saúde e pela infecção daqueles com quem entra em contato. O machismo estrutural é o vírus dessa história. Os homens, o hospedeiro. Nós, a sociedade, somos os profissionais de saúde que têm de tornar o tratamento disponível. Podemos — e devemos — nos valer de medicamentos fortes como protestos, leis e punições. Mas também devemos trabalhar a prevenção, construindo uma educação que impeça que os meninos sejam seduzidos pelo torpor dessa febre”. Você pode comprar o livro neste link.
Sobre a autora
Nana Queiroz é uma paulista criada no coração de uma família paraibana, autora dos livros "Presos que Menstruam" e "Eu, Travesti: Memórias de Luísa Marilac", também pela editora Record, e "Você Já É Feminista: Abra Este Livro e Descubra o Porquê". É bacharel em Jornalismo pela USP, especialista em Relações Internacionais pela UNB e em direitos das mulheres por necessidade vital. Também é criadora do protesto #NãoMereçoSerEstuprada e fundadora da revista AzMina, referência em jornalismo feminista no Brasil. Em 2017, liderou a equipe premiada com o Troféu Mulher Imprensa de Melhor Projeto Jornalístico. É mãe do Jorge e do Vicente.
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