A iniciativa, que também dá nome à exposição no Sesc, partiu de um experimento coletivo que buscou repensar, reagir e reimaginar o impacto causado pela pandemia de Covid-19 no mercado de artes no Brasil. Na imagem, a obra "não (nbp)" (2000), de Ricardo Basbaum.
O Sesc Ipiranga exibe a mostra "Quarantine". A exposição reúne obras de 31 artistas contemporâneos - de diferentes partes do Brasil - incorporadas ao Acervo Sesc de Arte a partir de iniciativa concebida como resposta aos impactos que o mundo passou a enfrentar diante da pandemia de Covid-19 e, em particular, no campo das artes visuais.
Idealizado e coordenado por Cristiana Tejo, Julia Morelli, Lais Myrrha e Marilá Dardot, o projeto - que dá nome também à exposição no Sesc - estabeleceu uma espécie de cooperativa de artistas e disponibilizou suas obras a colecionadores, todas pelo mesmo valor. O montante arrecadado foi repartido igualmente entre os participantes, sendo uma parcela revertida para o fundo emergencial de apoio às pessoas trans afetadas pela Covid-19 e assistidas pela Casa Chama.
Entre as obras adquiridas por meio do projeto para a coleção permanente do Sesc São Paulo - e exibidas nesta mostra na unidade do Ipiranga - estão desenhos, gravuras digitais, trabalhos de arte sonora e outros formatos, vídeos, fotos e conjuntos de instruções para ações artísticas de Ana Lira, Arissana Pataxó, Armando Queiroz, Bruno Faria, Caetano Costa, Clarice Cunha, Daniel Lie, Denilson Baniwa, Fabiana Faleiros, Fabio Morais, Fabio Tremonte, Fernando Cardoso, Janaína Wagner, João Loureiro, Luanda Patrícia Francisco, Lucas Bambozzi, Manauara Clandestina, Marcellvs L., Marcia Xavier, Marco Paulo Rolla, Mariana de Matos, Marta Neves, Maurício Ianês, Nicolás Robbio, Paulo Bruscky, Rafael R.G., Ricardo Basbaum, Romy Pocztaruk, Traplev, Yana Tamayo e Yuri Firmeza.
Ao incorporar essas obras à sua coleção e apresentá-las na mostra "Quarantine", o Sesc reforça seu papel educativo por meio do estímulo à produção artística e da exposição dos públicos a trabalhos que tratam de temas urgentes. A entrada em qualquer unidade do Sesc no estado de São Paulo é permitida somente após a apresentação do comprovante das duas doses da vacina contra a covid-19 (ou do comprovante de vacinação em dose única) para maiores de 12 anos e documento com foto. O uso de máscara cobrindo boca e nariz é obrigatório durante a permanência nas unidades.
Cooperação como resposta aos impactos causados pela ameaça viral
Em março de 2020, o mundo se viu diante de uma situação que repentinamente trouxe a interrupção do cotidiano, um assolamento de incertezas e o aprofundamento de desigualdades já existentes. Desdobra-se dessa conjuntura a necessidade de se (re)pensar um modelo político e econômico e agir a partir de novas formas de cooperação. "Sem a ação coletiva, não há solução", é a resposta do projeto Quarantine para repensar, reagir e reimaginar o impacto causado pela pandemia de covid-19 no mercado de artes no Brasil.
A iniciativa das artistas Lais Myrrha e Marilá Dardot, da curadora Cristiana Tejo e da fundadora da plataforma 55SP Julia Morelli, propôs a colaboração mútua. As obras foram pensadas de modo a serem enviadas digitalmente e realizadas (baixadas, impressas e/ou executadas) pelos compradores. Os trabalhos só eram visualizados após a compra.
A iniciativa, que também dá nome à exposição no Sesc, partiu de um experimento coletivo que buscou repensar, reagir e reimaginar o impacto causado pela pandemia de Covid-19 no mercado de artes no Brasil. "Quarantine" molda-se então como um experimento coletivo de reimaginar o modelo econômico para as artes com a participação de mais de quarenta artistas de todas as regiões do país, em distintos momentos de trajetórias, gêneros e raças.
Os trabalhos realizados durante a quarentena tiveram o mesmo preço e todas as obras que foram vendidas tiveram seu valor repartido entre os colaboradores. Parte do valor arrecadado foi doado ao fundo emergencial de apoio às pessoas trans afetadas pela pandemia e assistidas pela Casa Chama, organização civil de ações socioculturais com foco em artistas transvestigêneres.
Sobre o Acervo Sesc de Arte
O Acervo Sesc de Arte abrange pouco mais de duas mil obras permanentemente visitáveis nas unidades da instituição em todo o estado de São Paulo. Esse patrimônio voltado à ação educativa do Sesc no campo das artes visuais, com frequência, integra também recortes de exposições temporárias, estabelecendo relações com outras obras.
Serviço
"Quarantine"
Visitação em dezembro: até dia 30 de dezembro, terça a sábado, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h. Exceto dias 24, 25, 26 e 31 e dezembro.
Visitação a partir de janeiro: de 4 de janeiro a 30 de sabril de 2022, de terça a sábado, das 10h às 21h30. Domingos e feriados, das 10h às 19h. Classificação: livre. Grátis.
É indispensável a apresentação do cartão de vacinação que comprove a aplicação das 2 doses dos imunizantes ou da dose única. O uso de máscaras nos espaços é de caráter obrigatório durante toda a permanência na unidade. Grátis.
Sesc Ipiranga
2.º andar
Rua Bom Pastor, 822 - Ipiranga | (11) 3340 - 2035
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