Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em dezembro de 2021
"Amor, Sublime Amor" é um clássico musical da Broadway, de 1957, que foi adaptado para as telonas há 60 anos. No entanto, em 2021 a produção de essência shakespeariana com história de amor impossível volta aos cinemas, em remake, pelas mãos mágicas do diretor Steven Spielberg e está em cartaz na rede de Cinemas Cineflix.
O longa de 2h36m, resgata a história de duas gangues rivais que vivem no lado oeste de Nova York: Sharks e Jets. Iguais a ratos habitando guetos de imigrantes, seguem à sombra dos arranha-céus em uma disputa por um espaço que está fadado a futuros empreendimentos para pessoas endinheiradas. Na área degradada, os menos favorecidos fazem a primeira aparição quando saem do submundo a que pertencem chegando ao ponto de até escalarem montes de restos de concreto de grande parte das antigas casas demolidas do local.
Na disputa pela área estão os Sharks, porto-riquenhos, contra os Jets, brancos de origem anglo-saxônica. Contudo, num baile, Tony, ou melhor, Anton (Ansel Elgort), antigo líder dos Jets e Maria (Rachel Zegler), irmã do líder dos Sharks, se conhecem e são embalados pelo amor que dá o título ao filme. É a boa e velha história do amor à primeira vista. Nesse caso, eles são de grupos rivais.
É bom lembrar que o longa é um musical. Enquanto a história apresenta sequências similares a do clássico "Romeu e Julieta", como a rixa entre os Capuletto e os Montechio, há muita cantoria e coreografias, com efeitos, que enchem os olhos, seja quando há água ou areia no chão. Mesmo com dança, a simbologia vai além de vários atores no mesmo compasso. Seja para indicar um confronto ou até uma cena de abuso sexual.
Com roteiro de Tony Kushner, o novo longa é bem mais ágil e contextualiza melhor a trama de amor e disputa, diferindo bastante da produção de 1961. A releitura de certas cenas é outro ponto forte, embora resgate o que foi apresentado no filme anterior. Não há como deixar de perceber a iluminação similar dos dois filmes na cena que Tony e Maria realizam o próprio casamento.
Embora a tônica da trama seja o amor impossível entre Tony e Maria, por conta da disputa entre as gangues, outro personagem muito importante para colocar a história para o alto e ainda encaminhar para o desfecho dos pombinhos é Anita (Ariana DeBose). Como passar impune a nova sequência cheia de cores e agitação para a canção "America"?!
O novo longa além de trazer uma Anita ainda mais firme e decidida, homenageia a antiga atriz que defendeu o papel na produção de 1961: Rita Moreno. Neste, ela é Valentina, viúva de Doc, antigo comerciante, assim, ela além de ser a empregadora de Tony, ainda é amiga e conselheira do rapaz.
Indiscutivelmente, "Amor, Sublime Amor" de Spielberg é mais vibrante e ágil do que a primeira adaptação do musical teatral para as telonas. Provavelmente por trazer toda a latinidade necessária para os Sharks -é visível que o elenco foi selecionado com esmero. Assistir a esse clássico é preencher uma lacuna de conhecimento, tanto cinemetográfico, quanto de teatro musical adaptado.
A produção que marca o sexagenário longa de Jerome Robbins e Robert Wise é um lindo resgate às tão poucas produções musicais para o cinema hollywoodiano. No elenco de "Amor, Sublime Amor" estão Ansel Elgort (Tony), Ariana DeBose (Anita), David Alvarez (Bernardo), Mike Faist (Riff), Brian d'Arcy James (Polícia Krupke) e Rita Moreno (como Valentina, a dona da loja de esquina em que Tony trabalha).
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
Filme: "Amor, Sublime Amor" (West Side Story)
Diretor: Steven Spielberg
Adaptação de: West Side Story
Lançamento: : 9 de dezembro de 2021 (Brasil); 10 de dezembro de 2021 (Estados Unidos);
Roteiro: Tony Kushner
Produtoras: 20th Century Studios, Amblin Entertainment, TSG Entertainment
Data de lançamento: 9 de dezembro de 2021 (Brasil)
Elenco: Ansel Elgort (Tony), Ariana DeBose (Anita), David Alvarez (Bernardo), Mike Faist (Riff), Brian d'Arcy James (Polícia Krupke) e Rita Moreno (Valentina)
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