domingo, 26 de dezembro de 2021

.: "Escola de Mulheres" comemora os 400 anos de Molière no teatro


Para celebrar o nascimento do dramaturgo francês Molière (1622- 1673), o Teatro Aliança Francesa retoma com sua programação teatral em 2022 com a estreia do espetáculo "Escola de Mulheres". Com direção de Clara Carvalho, a montagem é protagonizada por Brian Penido Ross que vive em cena um solteirão que tem pavor de ser traído. A estreia acontece no dia 15 de janeiro, sábado, às 20hs, dia da celebração dos 400 anos de nascimento do autor. O elenco conta ainda com Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Leandro Tadeu, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny. Fotos: Ronaldo Gutierrez


A montagem da comédia clássica de Molière, escrita em 1663, é protagonizada por Brian Penido Ross. A peça revela a potência feminina e a força do amor opondo-se ao conservadorismo burguês e ao machismo e marca o início da programação de 2022 do Teatro Aliança Francesa. A estreia, dia 15 de janeiro, acontece no dia de nascimento do dramaturgo francês, em 1622.

Num gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, Molière (1622 – 1673) traz à tona, com muita ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina em "Escola de Mulheres". Sob direção de Clara Carvalho, a estreia acontece no sábado, 15 de janeiro, às 20hs, dia da celebração dos 400 anos de nascimento do autor. Esta é a abertura da programação de 2022 do Teatro Aliança Francesa. A montagem é protagonizada por Brian Penido Ross, que está ao lado de Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Leandro Tadeu, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny.

“Este é um texto escrito em 1662, quando Molière tinha 40 anos e estava na plenitude de sua potência criativa. Ele também fazia o papel de Arnolfo, personagem que repele frontalmente a ideia de ser traído e, para isso, educa a jovem Inês para que ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Mas, como em muitas de suas peças, as personagens femininas de Molière são perspicazes, inteligentes e descobrem como se empoderar numa circunstância a princípio desfavorável e o plano de Arnolfo mostra-se muito difícil de implementar. Sente-se no texto a simpatia de Molière pelas mulheres. O machismo patológico é escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista”. É esse viés que queremos colocar em cena”, comenta Clara Carvalho.

A peça, que foi um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões sobre a polêmica comportamental que trazia, é exemplarmente clássica, com unidade de tempo - tudo se passa em 24 horas - espaço e ação e a encenação busca mesclar sugestões do século XVII com traços contemporâneos. Tudo se passa numa praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus detratores, "A Crítica à Escola de Mulheres", que a produção pretende montar ainda em 2022.

Brian Penido Ross comentou as características de seu personagem e as comparou com outros clássicos do autor: “Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento, ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja obsessivamente não se tornar um deles. Molière tem uma galeria genial de personagens com comportamentos compulsivos, como Argan, de 'O Doente Imaginário', ou Harpagão, de 'O Avarento'. Num momento em que o Brasil está lidando com pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar", afirma o ator.

Durante a preparação da peça a equipe se inspirou em filmes como "A Viagem do Capitão Tornado", (1990, de Ettore Scola; Molière, (1976, de Ariane Mnouchkine); "O Rei Dança", (2000, Gérard Corbiau); "Vatel - Um Banquete para o Rei", (2000, Roland Joffe, além montagens disponibilizadas pela Comédie-Française e pelo Teatro Odéon.


Ficha técnica
Espetáculo: "Escola de Mulheres". Idealização: Ariel Cannal, Brian Penido Ross e Clara Carvalho. Texto: Escola de Mulheres. Autor: Molière. Direção / Tradução / Adaptação: Clara Carvalho. Elenco: Ariel Cannal (Horácio), Brian Penido Ross (Arnolfo), Felipe Souza (Cupido), Fulvio Filho (Crisaldo), Gabriela Westphal (Inês), Leandro Tadeu (Oronte), Luiz Luccas (Henrique), Rogério Pércore (Alain), Vera Espuny (Georgette). Diretor musical: Gustavo Kurlat. Diretor de movimento: Guilherme Sant'Anna. Iluminador: Wagner Pinto. Cenógrafo: Chris Aizner. Cenotécnico: Denis Chimanski. Figurinista: Marichilene Artsevskis. Design gráfico - Cenário: Adriana Alves. Design gráfico - Divulgação: Mau Machado. Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Assistente de produção: Nando Barbosa e Nando Medeiros. Diretor de produção: Ariel Cannal.


Serviço
"Escola de Mulheres"
De 15 de janeiro a 27 de março.
Quinta a sábado, às 20h; e domingo, às 18h.
Preço: R$60 (inteira) e R$30 (meia).
Compra online: www.sympla.com.br/teatroaliancafrancesa
Classificação: 12 anos. Duração: 90 minutos.


Teatro Aliança Francesa
Rua General Jardim 182 - Vila Buarque. Ar-condicionado. Informações: (11) 3572-2379.
www.teatroaliancafrancesa.com.br


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