sexta-feira, 1 de outubro de 2021

.: Crítica musical: Zé Nigro estreia como artista solo com "Apocalip Se"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Um dos novos nomes emergentes da MPB, Zé Nigro apresenta “Apocalip Se”, o seu álbum de estreia da carreira solo. Músico, produtor e multi-instrumentista com forte atuação no cenário da música independente brasileira, ele traz uma obra com influências nas sonoridades psicodélicas mescladas com ritmos como reggae e synth-pop.

"O nome do álbum surge como um jogo de palavras entre o estado de ´Apocalip Se´ da gente, do mundo, da situação pandêmica. É um disco pensado como uma viagem. A ideia é que vá sendo decifrado: quanto mais se ouve, mais se descobrem fragmentos escondidos entre uma música e outra, inspirações e ideias que vão sendo referenciadas no decorrer do álbum", diz Zé Nigro.

É possível notar a influência da música folclórica em vários momentos, como na faixa Flor do Futuro que tem uma levada reggae ao mesmo tempo em que flerta com os ritmos nordestinos. Muito embora faça um tipo de composição com tendência mais para o lado alternativo, Zé Nigro não chega a exagerar na carga experimental em sua produção musical. São canções com uma temática pop bem interessante. Um exemplo é "Gorjeios", o primeiro single de divulgação, que lembra um pouco a produção de Lô Borges nos anos 70. O Clube da Esquina, aliás, parece uma referência importante para ele. Há alguns ecos da produção mais recente de Marcos Valle também.

As canções são composições autorais e em parceria com Ava Rocha, Saulo Duarte, Eveline Sin, Anna Zeppa e com as participações das cantoras Céu, Thalma de Freitas e Anais Sylla. A capa do álbum é assinada pelo artista plástico Zé Vicente. |Apocalip Se| mostra o potencial de Zé Nigro para explorar novas tendências para sairmos desse nosso apocalipse real, onde o pop soa cada vez mais pobre e previsível. Renovar é preciso sempre. 

 "Apocalip Se"

"Gorjeios"




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