terça-feira, 5 de outubro de 2021

.: Entrevista: diretor Jayme Monjardim fala sobre a volta de "O Clone"


A obra divide a faixa com as emoções finais de "Ti Ti Ti". Foto: Globo / João Miguel Júnior

"O Clone", um dos maiores sucessos da teledramaturgia, está de volta no "Vale a Pena Ver de Novo". A novela, que permanece viva na memória do público após 20 anos da exibição original, também é um marco forte na carreira da autora Gloria Perez e do diretor Jayme Monjardim, que inovaram ao abordar uma história que mistura clonagem humana e cultura árabe tendo como fio condutor o amor proibido entre a muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) e o brasileiro Lucas (Murilo Benício).

O diretor Jayme Monjardim não pensa duas vezes ao elencar "O Clone" como um dos trabalhos que mais impactaram sua trajetória. "Essa novela é um marco na minha vida, sempre digo que os trabalhos são como filhos, e alguns deles como 'O Clone' e 'Terra Nostra', por exemplo, vivi de forma muito intensa, eles irão estar comigo para sempre no coração. O 'Clone' é uma novela mágica e é muito bom que ela esteja de volta. Me emociono assistindo às chamadas da programação", revela Jayme. 


O que sentiu quando soube que "O Clone" iria ao ar novamente 20 anos após a exibição original?
Jayme Monjardim - 
Quando soube que a novela seria reexibida fiquei muito feliz, pois é uma obra incrível que aborda a clonagem e o mundo muçulmano de forma muito mágica. A Gloria escreveu os personagens e o universo por onde eles caminham carregados de magia, exploramos de forma linda o Marrocos, desde Marrakech, até Fez e o deserto do Saara. Juntamos o que tinha de mais bonito no Marrocos e isso deu um charme, impactou na imagem e na obra como um todo. É muito bom que a novela esteja de volta e mais pessoas possam assisti-la.   


Como foi gravar por mais de um mês no Marrocos?
Jayme Monjardim - Ficamos de 45 a 50 dias, era muito deslocamento em várias cidades do Marrocos. Trabalhamos em Fez, Marrakech, Darfur e muitos outros lugares, então nossa estadia foi longa. Gravamos sob um calor de 50 graus, mas foi inesquecível, faria tudo de novo.


Quais foram os maiores cuidados para abordar os principais temas: cultura muçulmana, clonagem e uso de drogas?
Jayme Monjardim - Uma das coisas mais importantes foi o cuidado para falar de um tema novo, a clonagem. A Gloria estudou muito, estava dominando esse processo, e depois mostrar para todos o universo da campanha contra as drogas, para que as pessoas entendessem o que realmente acontece, como identificar se algum parente seu está começando a se envolver, quais são os sinais. Nas conversas com o dependentes químicos tomamos muito cuidado para trazermos a realidade, sermos delicados na hora de abordar o tema e tomamos todos os cuidados possíveis na captação de imagens. Foi uma campanha maravilhosa que fizemos e que deu muito certo, num momento muito importante. Foi uma das maiores campanhas que a televisão fez até hoje.


O que "O Clone" representa em sua carreira?
Jayme Monjardim - Essa novela é um marco na minha vida, sempre digo que os trabalhos são como filhos, e alguns deles como 'O Clone' e 'Terra Nostra', por exemplo, vivi de forma muito intensa, eles irão estar comigo para sempre no coração. O 'Clone' é uma novela mágica e é muito bom que ela esteja de volta. Me emociono assistindo às chamadas da programação.


A atuação do elenco foi muito importante para o resultado da obra. Quais foram suas maiores surpresas?
Jayme Monjardim - Sempre digo que a novela escolhe seus atores. Por mais que às vezes a gente queira muito um ou outro ator, é incrível porque vão acontecendo coisas e você acaba não tendo aquele ator e vem outro que acaba sendo muito melhor do que o que você tinha escolhido. É incrível, isso aconteceu em "O Clone" e acontece muito.


Qual a principal lembrança que guarda das gravações?
Jayme Monjardim - As lembranças são as melhores. Eu já tinha morado no Marrocos quando pequeno com a minha mãe, mas acabei tendo uma grande vivência nesse universo árabe com a novela que foi muito importante para minha vida e meu crescimento pessoal.   


Qual núcleo era mais interessante dirigir?
Jayme Monjardim - A novela como um todo, mas claro que o núcleo que morava no Marrocos era muito interessante pelos costumes, pelas danças…Mas o mais importante é que quando implantamos uma novela, damos um tom, e cada núcleo tinha sua importância e seu significado. Para mim sempre é mais importante conceituar o trabalho como um todo e cada pedacinho da novela tem o seu encanto.


Em suas produções normalmente a música antecede a criação da teledramaturgia. A trilha sonora de "O Clone" foi muito marcante, especialmente a trilha incidental. O que você recorda do processo de elaboração de toda a trilha sonora da trama?
Jayme Monjardim - A trilha de "O Clone" é muito marcante, como alguns outros trabalhos que já fiz com o Marcus Viana. Quando você pensa na trilha de "O Clone" percebe que música, imagem e texto se completam. "A Miragem" definia a Jade, quando você escuta essa música e o refrão "somente por amor a gente põe a mão..." você vê a novela ali. Acho que esse entrosamento da música com imagem e texto faz com que você nunca mais esqueça alguns momentos da história.


De volta a partir do dia 4 de outubro, "O Clone" é escrita por Gloria Perez, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, direção geral de Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann, e direção de Teresa Lampreia e Marcelo Travesso. 

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