A partir desta segunda-feira, dia 4 de outubro, a obra divide a faixa com as emoções finais de "Ti Ti Ti" no "Vale a Pena Ver de Novo". Foto: João Miguel Júnior
Dono de um talento inquestionável, Antonio Calloni já se destacou em muitas novelas, mas com o comerciante Mohamed em "O Clone" experimentou o auge do sucesso na carreira. O personagem, apesar dos pensamentos rígidos, era simpático, divertido, amoroso e intenso, e cativou o público. "Até hoje as pessoas falam do Mohamed e fico muito feliz com isso. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro, é impressionante como ele teve repercussão. Nas viagens que fiz as pessoas vinham falar comigo, algumas muito emocionadas, especialmente na Rússia, onde a novela fez muito sucesso. Teve uma mulher da Moldávia que encontrei em uma fila de um dos parques das Disney e veio chorando até mim. Foi uma situação chocante e muito bacana. Ela disse que a novela passou em seu país e que adorava o personagem. É incrível o alcance que temos com nossas novelas", conta o ator.
O amor entre Mohamed e Latiffa (Leticia Sabatella) também encantou os espectadores. Antonio Calloni enaltece a parceria com Leticia Sabatella, que deu vida à esposa do personagem na trama. "A coisa mais linda que teve na história de Mohamed e Latiffa foi que eles se casaram por obrigação e descobriram um sentimento genuíno. O amor deles é emocionante e muito real. Eles constituíram uma família e, dentro dessa família, sempre existiu muito amor. O sucesso do casal me fez muito feliz, ainda mais a parceria com a Letícia, que fez um trabalho absolutamente brilhante. Ela compreendeu a personagem de uma maneira absoluta. Tinha poesia, amorosidade, cuidado e carinho", relembra. Em entrevista, o ator conta mais sobre as lembranças do trabalho que marcou sua trajetória.
O que sentiu quando soube que "O Clone" iria ao ar novamente 20 anos após a exibição original?
Antonio Calloni - Eu me senti 20 anos mais velho (risos). Brincadeiras à parte, eu fiquei muito feliz, porque é uma novela que só me traz lembranças boas. Muitas alegrias por causa do sucesso que ela fez. O personagem fez um imenso sucesso. Não só no Brasil, como no mundo todo e, olha, eu estou louco para ver a novela de novo. Com certeza vou ser um espectador assíduo.
O que você recorda de todo o processo de construção do Mohamed e como foi a preparação para interpretá-lo?
Antonio Calloni - O processo de construção foi muito bacana. Eu estudei muito o Islã com o Sheik Abdul, que era do Sudão. Ele me deu muitas aulas, em casa e nos Estúdios Globo. Foi um aprendizado muito rico, tenho um respeito imenso pela religião. Aliás, eu adoro o tema religião. Não estudei, mas sou curioso a respeito de várias religiões. A preparação foi bastante intensa. Tanto que, até hoje, eu sei a primeira surata do Alcorão de cor em árabe. Já recitei a primeira surata no "Conversa com Bial". Até eu fico surpreso com isso, foi uma preparação muito intensa e rica.
Como analisa a trajetória do personagem na trama, sua personalidade e seus conflitos?
Antonio Calloni - A trajetória do Mohamed é fascinante, porque ele continuou até o fim sendo muçulmano, respeitando as leis do Islã, porém, morando no Brasil. E a coisa mais linda que teve na história de Mohamed foi que ele e Latiffa se casaram por obrigação e descobriram um sentimento genuíno. O amor deles é emocionante e muito real. Eles constituíram uma família e, dentro dessa família, sempre existiu muito amor. Isso foi muito bonito.
Essa novela é um de seus trabalhos mais marcantes na carreira. De que forma "O Clone" impactou sua trajetória profissional?
Antonio Calloni - O Mohamed realmente é um dos personagens mais marcantes da minha carreira, sem dúvida nenhuma. Eu lembro sempre com muita alegria, foi lindo. Porque antes do Mohamed, eu tinha feito o Bartolo em 'Terra Nostra', que foi um grande estouro, também por causa da própria temática da novela, que falava da imigração italiana. Inclusive, da imigração do meu bisavô. Então, começou ali, uma virada, digamos assim, na minha carreira, e o Mohamed veio consolidar isso. Um personagem que tinha muito humor. Tinha uma força muito grande e um amor gigantesco, que ele foi construindo ao longo da história pela Latiffa e pela família dele. Eu já tinha feito outros trabalhos muito legais na Globo desde 1986 com a minha estreia em "Anos Dourados", mas esses dois, "Terra Nostra", em 2000, e "O Clone", em 2001, foram trabalhos muito marcantes e o Mohamed veio coroar essa nova fase na carreira.
Até hoje o público fala desse trabalho com você? Como são essas abordagens?
Antonio Calloni - Até hoje o público fala do Mohamed e eu fico muito feliz com isso. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro, é impressionante. Nas viagens que fiz pelo mundo as pessoas vinham falar comigo, algumas muito emocionadas. Teve uma mulher da Moldávia, que encontrei em uma fila na Disney com meu filho e veio chorando falar comigo. Foi uma situação chocante e muito bacana. Ela veio muito emocionada falando que a novela passou lá e que adorava o personagem. É incrível o alcance que temos com nossas novelas e era uma loucura a repercussão do personagem.
Você disse que quer muito rever a trama. É muito autocrítico ao revisitar um trabalho antigo?
Antonio Calloni - Vou ver a novela com muito prazer. Inclusive vejo, eventualmente, algumas cenas de trabalhos meus antigos. Eu gosto muito de revisitar alguns trabalhos e "O Clone", em especial, vai ser um prazer redobrado, porque eu fui muito feliz fazendo.
Como foi a parceria com a Leticia Sabatella na construção da relação de Mohamed e Latiffa?
Antonio Calloni - O casal Mohamed e Latiffa até hoje é lembrado e isso me deixa muito feliz, muito emocionado. Foi muito feliz a parceria com a Leticia, que fez um trabalho brilhante. Nossa, ela compreendeu esse personagem de uma maneira absoluta. Tinha poesia, amorosidade, cuidado, carinho. Foi um trabalho excepcional da Leticia e, depois, encontrei com ela em outros trabalhos também. Antes de "O Clone", a gente já tinha feito "O Dono do Mundo". Ela é uma pessoa de um talento gigante. Foi um prazer imenso trabalharmos juntos. Espero um dia retomar essa parceria. Quem sabe? Mas a relação Mohamed e Latiffa foi fantástica. Uma ideia para a Gloria: colocar o Mohamed e a Latiffa em outra história dela, mais velhos. A Letícia não, porque a Letícia não envelhece, mas eu posso fazer o Mohamed mais velho em outra história da Gloria. É uma boa ideia, eu acho! (risos).
De volta a partir desta segunda, dia 4 de outubro, "O Clone" é escrita por Gloria Perez, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, direção geral de Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann, e direção de Teresa Lampreia e Marcelo Travesso.
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