segunda-feira, 13 de setembro de 2021

.: Sesc Bom Retiro traz exposição com obras de artistas da região da Luz


O Sesc Bom Retiro exibe a exposição coletiva "Birico - Poéticas Autônomas em Fluxo", composta por obras de mais de 40 artistas, coletivos e grupos que têm em comum a vivência, preocupação social e atuação sociocultural na região central de São Paulo, no território da chamada Cracolândia, no bairro da Luz. As criações são de diversas linguagens artísticas, como lambe-lambes, fotos, peças sonoras, obras tridimensionais e peças gráficas. Na imagem, a obra sem título, de Indio Badaross, Lambe-lambe

O Sesc Bom Retiro exibe a exposição coletiva "Birico - Poéticas Autônomas em Fluxo", composta por obras de mais de 40 artistas, coletivos e grupos que têm em comum a vivência, preocupação social e atuação sociocultural na região central de São Paulo, no território da chamada Cracolândia, no bairro da Luz. As criações são de diversas linguagens artísticas, como lambe-lambes, fotos, peças sonoras, obras tridimensionais e peças gráficas.

As pessoas que colaboram com a exposição trazem histórias e trajetórias sociais diversas, algumas delas enfrentando situações de rua e de vulnerabilidade social, e se reuniram por conta da relação com o território, suas transformações e desigualdades. O grupo de artistas que integra ou colabora com o coletivo Birico foi criado para dar suporte e gerar renda emergencial a artistas da comunidade local, frente à crise sanitária de covid-19. A curadoria e organização da exposição são assinadas por integrantes do coletivo em parceria com a equipe do Sesc.

"Birico - Poéticas Autônomas em Fluxo" apresenta impressões de obras produzidas por artistas urbanos, como Mundano, Mag Magrela e Paulestinos; trabalhos originais de nomes da arte contemporânea como Renata Felinto e Monica Ventura; e de veteranos pouco conhecidos fora da Boca do Lixo (um dos apelidos dados à região do bairro da Luz), como Yori Ken, Índio Badaross e a poetisa Joh Bittencourt. A mostra conta, também, com registros de ações sociais organizadas pelo coletivo Birico na área conhecida por Cracolândia e recortes históricos que remontam aos últimos anos de presença cultural no bairro.

O lambe está entre as principais linguagens presentes na exposição. Este destaque se dá por sua relevância na arte da região. De acordo com um dos membros da comissão curatorial, Raul Zito, "a linguagem de lambe-lambe entrepassa toda a exposição e foi adotada pelo seu caráter informativo, que acompanha a história da presença artística no Território e é uma técnica acessível, que possibilita várias maneiras de intervenção e demonstra a potência de fala e resistência".

No espaço expositivo há, ainda, trabalhos inéditos que propõem uma reação sensível às tentativas de invisibilização da subjetividade do território chamado por Cracolândia e aos preconceitos locais. O nome do coletivo, Birico, é utilizado para falar sobre a solidariedade entre artistas que atuam para fortalecer projetos na região. Segundo Julio Dojcsar, integrante da comissão curatorial da exposição, Birico é resultado de laços longínquos de parceria. "A formação do coletivo só foi possível pela confiança estabelecida nas contínuas ações executadas desde 2008, sejam elas de afeto e reconhecimento humano ou de uso da prática artística urbana como protesto ou instrumento para o cuidado do próximo", comenta.

Para Pablo Vieira, outro membro da comissão curatorial, Birico - Poéticas autônomas em fluxo é um posicionamento da criativa coletividade do Território. "[A mostra procura demonstrar que] existe uma coletividade fecunda de imaginação e criatividade [na região]". A exposição conta com 158 trabalhos - entre lambe-lambes, fotos, peças sonoras, obras tridimensionais e peças gráficas -, com colaborações dos coletivos Tem Sentimento, É de Lei e Craco Resiste.

"Birico - Poéticas Autônomas em Fluxo" extrapola os limites do espaço expositivo, com obras que podem ser vistas nos gradis externos da unidade do Sesc Bom Retiro, no Teatro de Contêiner Mungunzá (Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia, São Paulo), ou pela Internet, nos conteúdos audiovisuais criados exclusivamente para a exposição.


Artistas e coletivos colaboradores da exposição Birico - Poéticas autônomas em fluxo (em ordem alfabética)
Alberto Pereira, Aline Motta, Aluízio Marino, Ananda Giuliani, Chip Thomas, Cleverson I. Salvaro, Coletivo Transverso, Daniel Mello, Dentinho, Equipe do filme "Diz A Ela Que Me Viu Chorar" , Fábio Rodrigues, Felipe Risada, Frederico Filippi, Grupo Mexa, Helen Salomão, Hideki Nomies, Índio Badaross, Iskor, Jaick MC, João Leoci, Joh Bittencourt, Juliana Dos Santos, Julio Dojcsar, MC Kawex, Kelly Reis, Kika Carvalho, Lau Guimarães, Mag Magrela, Maré de Matos, Mônica Ventura, Mundano, Ozi, Pablo Vieira, Paty Bonani, Paulestinos, Paulo Pereira, Pri Barbosa, Raphael Escobar, Raul Zito, Renata Felinto, Sato do Brasil, Sol Casal e Yori Ken.


Sobre os coletivos integrantes:

É de Lei - https://edelei.org/
O Centro de Convivência É de Lei é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua desde 1998 na promoção da redução de riscos e danos sociais e à saúde associados à política de drogas. Com o propósito de promover a perspectiva ética do cuidado no campo das drogas, ampliando a possibilidade de escolha das pessoas, desconstruindo preconceitos, e incentivando uma cultura garantidora de direitos e diferenças.


Coletivo Tem Sentimento - https://www.instagram.com/coletivo_temsentimento
Coletivo que propõe o acolhimento, reconhecimento e a valorização de mulheres cis e trans, o Tem Sentimento é fruto do atendimento contínuo a esta população em situação de vulnerabilidade, pela assistente social Carmen Lopes. Transformou-se em uma cooperativa de costura e realiza formação em oficinas de moda.


Craco Resiste - https://naoeconfronto.weebly.com/
A Craco Resiste é um coletivo autônomo que atua desde dezembro de 2016 contra a violência policial na região da Cracolândia. Foi constituído por militantes e pessoas que vivem, frequentam e trabalham nesse Território para se opor às ações da Prefeitura e do governo do estado, que buscam expulsar a população mais pobre dos bairros da Luz, Campos Elíseos, Bom Retiro e Santa Efigênia.

Polo cultural construído com 11 contêineres em 2016 pela Cia Mungunzá de Teatro na região da Boca do Lixo, buscando caminhos alternativos no âmbito arquitetônico, urbanístico e social por meio da sustentabilidade e da democratização do acesso à cultura. Criada em 2008, a Cia. Mungunzá de Teatro desenvolve há treze anos uma pesquisa focada no teatro contemporâneo, onde a organização, produção e criação artística é executada por um núcleo de 7 artistas e educadores que, além das montagens teatrais, também propõem uma permanente reflexão sobre o universo social e cultural. A Cia. já circulou por 19 dos 26 estados brasileiros e se apresentou em Coimbra (Portugal) e em Kerala (Índia).


Blocolândia
Blocolândia é o bloco de carnaval do território conhecido como Cracolândia. Foi fundado em 2014 na junção de ativistas, trabalhadores, usuários e moradores da região e tem como objetivo mostrar que a cracolândia tem muito mais assuntos do que o crack. O bloco pretende assim desestigmatizar os usuários a partir da música. O cortejo do bloco passa em frente a todas as instituições culturais do território com o objetivo de mostrar a cultura da rua.


Sobre Birico
Birico é um coletivo formado por mais de 40 artistas que vivem, trabalham ou se relacionam com a Cracolândia, e foi formado em 2020 como forma de gerar renda por meio da venda de obras de arte impressas. O coletivo realiza ações continuadas no Território visando facilitar o acesso a moradia, alimentação e trabalho para as pessoas atendidas por sua rede. Desde o começo de 2021, Birico trabalha para a construção da "Escola Livre de Artes", projeto que oferecerá aos membros da comunidade formação e capacitação em artes visuais. Saiba mais - https://www.instagram.com/birico.arte/


Orientações para visitantes presenciais
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança de órgãos de saúde pública.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade é permitida apenas após confirmação do agendamento feito pelo app Credencial Sesc SP ou, pelo computador, no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.


Mesa Brasil Sesc São Paulo 
 Paralelamente à campanha Ação Urgente contra Fome, a rede de solidariedade que une empresas doadoras e instituições sociais cadastradas segue suas atividades, buscando onde sobra e entregando em lugares onde falta, contribuindo para a redução da condição de insegurança alimentar de crianças, jovens, adultos e idosos e a diminuição do desperdício de alimentos. 

Hoje, 19 unidades do Sesc no estado - na capital, interior e litoral - operam o Mesa Brasil. As equipes responsáveis pela coleta e entrega diária de alimentos foram especialmente capacitadas para os protocolos de prevenção à Covid-19, com todas as informações e equipamentos de proteção individuais e coletivos necessários para evitar o contágio. Saiba+  sescsp.org.br/mesabrasil


Serviço:
"Birico - Poéticas Autônomas em Fluxo" | Local:
Sesc Bom Retiro | Curadoria: Comissão curatorial do coletivo Birico e Equipe Sesc | Período expositivo: até 27 de fevereiro de 2022 |  Funcionamento: terça a sexta, das 14h às 20h. Sábados, das 10h às 16h | Tempo de visitação: até 45 minutos | Agendamento de visitas: no app Credencial Sesc SP ou, pelo computador, no site sescsp.org.br/bomretiro | Classificação indicativa: não indicado para menores de 14 anos | Grátis | 
Sesc Bom Retiro - Alameda Nothmann, 185, Bom Retiro | Estacionamento: Alameda Cleveland, 529 | Valores estacionamento: com apresentação de credencial plena - R﹩ 5,50 até uma hora; R﹩2 adicional por hora. Não credenciados - R﹩ 12,00 até uma hora; R﹩ 3,00 adicional por hora | Para mais informações, acesse o portal: sescsp.org.br/bomretiro.


Um comentário:

  1. Olá bom dia tenho um quadro original do índio badaross e gostaria de avalia lo e ou vender o adquiri a uns anos atrás de uma pessoa dependente química na região da Cracolândia como um agradecimento por eu tela lhe dado um Marmitex , ela estava acredito eu tentando trocar por dinheiro como eu trabalhava ali perto eu almoçava antes e muitas vezes compra um Marmitex a mais pra dar na hora que eu parasse no semáforo onde muitas vezes os dependentes estavam pedindo uns trocados meu telefone 11920014389 , este quadro e pequeno e está com a assinatura do badaross no verso da tela e ele aparece num de seus vídeos na internet quero comercializa lo com alguém que irá devolve lo onde ele merece estar ... Num museu exposto ou numa galeria só quero vendelo porque preciso

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