O espetáculo parte do estudo do Dadaísmo, movimento vanguardista do início do século XX, de protesto contra valores burgueses, nacionalistas e capitalistas, com espírito anárquico e caráter irônico, que surgiu motivado pelo panorama de destruição da Primeira Guerra Mundial e da epidemia da gripe espanhola, que matou milhões de pessoas.
O Cabaré Voltaire, berço dos Dadaístas, foi um espaço de resistência de artistas em Zurique, Suíça, onde escritores, poetas e artistas plásticos se encontravam para criar eprotestar. Hoje, 100 anos depois, os artistas se defrontam com uma pandemia e graves crises políticas, e os Satyros investigam a conexão entre a vida dos artistas hoje e no tempo dos dadaístas, e quais os desafios atuais de se fazer arte.
"Cabaret Dada" é a terceira parte da "Trilogia Cabaret", iniciada por "Cabaret Stravaganza", em 2011, e continuada em 2016, com "Cabaret Fucô". Desde o início da pandemia, a cia Os Satyros já estreou 14 espetáculos de forma online, além do Festival Satyrianas, com mais de 400 atrações, se tornando uma das companhias mais ativas do momento, e referência em teatro digital. Por estes trabalhos digitais, já recebeu 6 prêmios e 14 indicações nacionais e internacionais. É também uma das mais antigas e importantes em São Paulo - em 32 anos já são mais de 100 espetáculos em 27 países e mais de 100 prêmios, incluindo APCA, Shell, Mambembe, APETESP e Governador do Estado de São Paulo.
O espetáculo "Cabaret Dada", 15ª criação da cia desde o início da pandemia, com dramaturgia de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, e direção de Rodolfo García Vázquez, estreia online e ao vivo no dia 11 de setembro. No elenco, dezenove artistas: Alessandra Nassi, Alex de Felix, Andre Lu, Anna Kuller, Beatriz Medina, Bruno de Paula, Cristian Silva, Dominique Brand, Elisa Barboza, Felipe Estevão, Guilherme Andrade, Heyde Sayama, Ícaro Gimenes, Ingrid Soares, Julia Francez, Karina Bastos, Luis Holiver e Vitor Lins. Há ainda a participação em vídeo do ator Roberto Francisco, que ensaiava o espetáculo antes de falecer, ao final do mês de julho.
Durante o processo, a equipe se debruçou sobre o Dadaísmo e suas relações na sociedade atual. Em cena nesse cabaré, obras de arte ganham vida própria, marionetes controlam e são controladas, cabeças se revoltam, corpo e palavra se ressignificam.
Palavra do diretor
“Cabaré Voltaire foi um espaço de resistência de artistas em Zurique, na Suíça, no começo do século XX, há cem anos atrás, quando tinham enfrentado a primeira guerra mundial, e estavam enfrentando a epidemia da gripe espanhola, que matou milhões e milhões de pessoas pelo mundo todo, e tentavam dar algum sentido ao futuro e às próprias vidas.
Cem anos depois, os artistas se defrontam com graves crises políticas, revoluções sociais, enfrentamentos e uma grande pandemia que também está isolando e matando muito. Nós decidimos fazer uma correlação entre a vida que estamos levando hoje, como artistas, e a vida que os artistas levavam há cem anos atrás. O principio básico do espetáculo é esse - o que nos une aos dadaístas e o que nos separa deles, e quais são os desafios de fazer a arte no momento tão difícil.”, explica Rodolfo García Vázquez.
O dadaísmo
O dadaísmo é considerado a mais radical das vanguardas artísticas do século XX. O movimento dadaísta - ou dadá - tinha a ruptura como meta e “a destruição também é criação” como lema. A proposta dadaísta relaciona-se ao fim da estética, ou seja, à desvinculação da produção artística com aquilo que até então se entendia como arte. A proposta era a negação de todas as regras e de todas as tradições. A palavra “Dadá” significa nada – e, portanto, pode também significar tudo.
A destruição causada pela Primeira Guerra Mundial foi o motor principal para o movimento. Os artistas dadaístas franceses e alemães exilaram-se na Suíça, por não concordarem com o posicionamento de seus países de origem durante a guerra, e levaram para a arte esse protesto contra uma cultura e uma civilização incapazes de evitar o aniquilamento massivo, a desgraça e a ruína. A arte, portanto, deveria negar os valores vigentes, levantar a bandeira do absurdo e chocar, escandalizar, já que a ruína da guerra não parecia chocante o suficiente para que os governantes europeus cessassem fogo.
O Cabaré Voltaire
Clube noturno criado em fevereiro de 1916 em Zurique (Suíça), era dirigido pelo filósofo, poeta e romancista Hugo Ball e pela sua companheira, a cantora e poeta Emmy Hennings. Com o Cabaret Voltaire, surgia também, oficialmente, o Dadaísmo, movimento de vanguarda modernista. O grupo fundador desse movimento ficou conhecido pelo nome do clube. O espaço dava a escritores, poetas e artistas plásticos condições de liberdade artística e experimentação.
Os Satyros na Pandemia
Desde o início do período de isolamento, com o advento da pandemia do covid-19, Os Satyros mergulharam no teatro digital, se tornando uma das companhias mais ativas durante esse momento. Já estreou 14 espetáculos de forma on-line, além de realizar o Festival Satyrianas no mesmo formato, reunindo mais de 400 atrações, das mais variadas expressões artísticas. Por estes trabalhos digitais, já recebeu 6 prêmios e 14 indicações nacionais e internacionais.
A primeira peça a ser pensada para a plataforma do Zoom, "A Arte de Encarar o Medo”, criada e apresentada em 2020, recebeu três montagens: as versões brasileira, afro-europeia e norte-americana, todas dirigidas e ensaiadas remotamente pelo diretor brasileiro Rodolfo García Vázquez, e vistas por mais de 30 mil pessoas pelo mundo.
A cia. de teatro Os Satyros é também uma das mais antigas e importantes em São Paulo, já produziu em 32 anos mais de 100 espetáculos, se apresentou em 27 países e ganhou mais de 100 prêmios – incluindo os maiores do teatro brasileiro, como APCA, Shell, Mambembe, Apetesp e Governador do Estado de São Paulo.
Ficha técnica
Espetáculo: "Cabaret Dada" | Dramaturgia: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez | Direção: Rodolfo García Vázquez | Atuantes: Alessandra Nassi, Alex de Felix, Andre Lu, Anna Kuller, Beatriz Medina, Bruno de Paula, Cristian Silva, Dominique Brand, Elisa Barboza, Felipe Estevão, Guilherme Andrade, Heyde Sayama, Ícaro Gimenes, Ingrid Soares, Julia Francez, Karina Bastos, Luis Holiver, Vitor Lins | Participação em vídeo: Roberto Francisco | Assistência de direção: Elisa Barboza |
Diretora de arte: Adriana Vaz | Assistência de direção de arte: Letícia Gomide | Produção de vídeos: Maiara Cicutt | Fotografia: André Stefano | Designer: Diego Ribeiro | Produção geral: Silvio Eduardo | Produção executiva: Maiara Cicutt | Social media: Isabella Garcia | Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany.
Serviço
Espetáculo: "Cabaret Dada" | Estreia: sábado, dia 11 de setembro, às 18h | Ingressos gratuitos | Onde retirar e assistir: Espaço Satyros Digital – Sympla/Zoom | www.sympla.com.br/espacodigitaldossatyros | Horários: sábados e domingos, às 18h e segundas às 21h | Gênero: comédia | Classificação indicativa: 12 anos | Duração: 70 minutos | Temporada: até 31 de outubro.
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