O espetáculo, uma fábula que reflete sobre o consumo de notícias no mundo atual, faz duas temporadas: uma no teatro Glaucio Gill, em Copacabana, a partir desta sexta-feir,a dia 30 de julho, e a outra online, a partir de 5 de agosto. Com dramaturgia e direção de Cecilia Ripoll, a peça se inspira no surgimento da máquina de imprensa, inventada por Gutenberg no século 15, para refletir sobre a comunicação humana, a noção de verdade e a manipulação de discursos na sociedade contemporânea. Foto: Thaís Grechi
Com dramaturgia e direção de Cecilia Ripoll, espetáculo se inspira no surgimento da máquina de imprensa, inventada por Gutenberg no século 15, para refletir sobre a comunicação humana, a noção de verdade e a manipulação de discursos na sociedade contemporânea. Não é raro nos sentirmos perdidos e confusos diante da quantidade de informações (verdadeiras e falsas) a que temos acesso diariamente pelos meios de comunicação e redes sociais. A circulação de notícias, obras e ideias está em profunda transformação no mundo atual, passando por fenômenos como os da “fake news”, mas também ampliando em nível vertiginoso nossa possibilidade de acesso ao conhecimento.
Com dramaturgia e direção de Cecilia Ripoll, o espetáculo “Pança” constrói uma fábula para tratar da reprodutibilidade da notícia e das falhas da comunicação humana. Quais os efeitos que o poder de circular ideias pelo mundo gera na sociedade? O espetáculo fará duas novas temporadas: presencial, no Teatro Glaucio Gill (de 30 de julho a 2 de agosto) e online, no canal do Youtube do espetáculo (5 a 9 de agosto). A peça foi selecionada pelo edital Prêmio de Montagem Teatral, da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ).
Com estrutura cômica e farsesca, a montagem acompanha a história de um talentoso e endividado escritor que, de seu pequeno vilarejo, escuta falar sobre a mais nova invenção da capital: a famosa máquina de imprensa. Com desejo de ampliar a venda de seu mais recente romance, o autor se endivida ainda mais para conseguir comprar a copiadora mecânica. Cheia de peripécias e reviravoltas, a trama faz referência ao surgimento histórico da máquina de tipos móveis (a primeira versão ocidental de copiadora mecânica), divisor de águas na história da humanidade que permitiu a produção em série dos livros, até então copiados um a um a mão. No elenco, estão André Marcos (Escritor), Clarisse Zarvos (Josefina), Diogo Nunes (Rei), Julia Pastore (Padeiro, Sputnik e Fisco) e Ademir de Souza (Máquina - voz).
“Sem compromissos rígidos em dar conta de contexto ou fatos históricos, a fábula está mais preocupada em se perguntar o que acontece com a sociedade quando surgem avanços que transformam a capacidade de reprodutibilidade de obras e ideias. Como a ampliação dos meios de reproduzir discursos impacta na transformação social e no imaginário dos indivíduos?”, questiona a autora e diretora Cecilia Ripoll, que escreveu a peça no ano passado. “De uma hora para a outra, ficamos sabendo da opinião de todo mundo sobre todas as coisas. E há uma dificuldade de aceitar que podem existir diferentes narrativas de uma mesma história. A minha aposta é de que um livre invencionismo acerca do passado nos permita construir metáforas para pensar sobre nossos tempos”, acrescenta.
Para criar a dramaturgia, a autora também se inspirou em clássicos como “O Inspetor Geral”, de Nikolai Gogol, “Arlequim, Servidor de Dois Patrões”, de Carlo Goldoni, e “Galileu Galilei”, de Bertolt Brecht. “São três textos que eu já li várias vezes e que tocam em temas que eu tinha vontade de desenvolver. 'Galileu Galilei' me instiga a refletir sobre os artifícios usados por artistas que desejam pesquisar, sem precisarem ficar à mercê de esquemas engessados. 'O Inspetor Geral' é uma peça que deixa em evidência o ridículo do ser humano a partir de um equívoco, revela o patético por trás de algumas instituições e relações de poder. E 'Arlequim, Servidor de Dois Patrões' me inspirou no aspecto formal. A estrutura da trama, com encadeamentos muito precisos, me encanta”, explica Cecilia.
Com estética inspirada no estilo das trupes de comédia dell’arte, “Pança” vai contar com linguagem das máscaras teatrais. “Em cena, brincamos o tempo todo com a ideia de que mudanças sutis podem criar uma outra narrativa, uma outra ideia. Também investimos em uma linguagem ágil, que busca unir a ideia do antigo com o contemporâneo”, explica Cecilia. Na equipe criativa, também estão Eduardo Vaccari (supervisor artístico), Carlos Alberto Nunes (cenógrafo), Nívea Faso (figurinista), Tania Gollnick (mascareira), Ana Luzia de Simoni (iluminadora) e Charles Kahn (colaboração musical).
O Teatro Arthur Azevedo e o Teatro Glaucio Gill são espaços da FUNARJ e estão funcionando com a capacidade reduzida, seguindo o Protocolo de Segurança Sanitária da Fundação. Os locais foram equipados com totens de álcool em gel. É obrigatório o uso de máscaras de proteção, de preferência PFF2 e manter o distanciamento. Após as apresentações presenciais faremos uma temporada online para as pessoas que não se sintam seguras possam assistir de casa.
Sobre Cecilia Ripoll
É dramaturga, diretora e atriz, formada em Licenciatura Plena em Artes Cênicas pela UNIRIO. Indicada ao Prêmio Shell (RJ) pela dramaturgia ROSE (direção de Vinicius Arneiro) em 2018, publicada pela Editora Cobogó e composta por Cecilia Ripoll em 2017 no Núcleo de Dramaturgia Firjan SESI, coordenado por Diogo Liberano. Fundadora do Grupo Gestopatas, que tem projetos pedagógicos e montagens cênicas adultas e infanto-juvenis, dentre elas "Paco e o Tempo" (texto e direção de Ripoll), uma das dramaturgias vencedoras do III Concurso Jovens Dramaturgos do Sesc 2013 e premiada no FENATA por Melhor Texto e Melhor Espetáculo infanto-juvenil. Também como dramaturga, participou da residência BETSUD/Primavera Dei Teatri, Castrovillari, Itália. Além da formação pela UNIRIO, considera igualmente importante sua formação através do teatro de grupo, iniciada em 2000 na Companhia do Gesto, com a qual participou de diversas montagens como atriz e assistente de direção.
Ficha técnica
Espetáculo: "Pança"
Dramaturgia e direção: Cecilia Ripoll
Elenco: André Marcos, Clarisse Zarvos, Diogo Nunes, Julia Pastore e Ademir de Souza (voz).
Supervisão artística: Eduardo Vaccari
Cenografia: Carlos Alberto Nunes
Figurino: Nívea Faso
Costura: Madalena Lourette
Máscaras e caracterização: Tania Gollnick
Colaboração nas máscaras: Ademir de Souza
Costura das máscaras: Silvia Maria Gonçalves
Iluminação: Ana Luzia de Simoni e Felipe Antello
Montagem e operação de luz: Felipe Antello
Composições musicais: Julia Pastore
Colaboração musical: Charles Kahn
Programação visual: Fernando Nicolau
Fotos: Thaís Grechi
Vídeo: Diogo Nunes e Felipe Dutra
Intérprete de libras: Jadson Abraão (JDL Traduções)
Mídias sociais e planejamento de divulgação: Lyana Ferraz e Gabriel Innocencio
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Produção executiva: Clarissa Menezes
Gerência financeira: Estufa de Ideias
Direção de produção: Cecilia Ripoll e Clarissa Menezes
Grupo parceiro: Gestopatas
Serviço:
Temporada presencial: 30 de julho a 2 de agosto.
Espetáculo: "Pança".
Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº - Copacabana.
Telefone: (21) 2332-7904.
Dias e horários: de sexta a segunda-feira, às 19h. Haverá uma apresentação com intérprete de Libras, no dia 31 de julho (sábado).
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia).
Tempo de duração: 50 minutos.
Classificação etária: 14 anos.
Capacidade: 36 pessoas.
Vendas de ingressos: na bilheteria do teatro e pelo Sympla (www.sympla.com.br)
Redes sociais do espetáculo: Instagram: @panca.teatro
Facebook: https://www.facebook.com/panca.teatro
Youtube: http://bit.ly/PANÇA-YouTube
Temporada online: 5 a 9 de agosto.
Espetáculo: "Pança".
Canal do Youtube do espetáculo "Pança"
Dias e horários: quinta a segunda-feira, às 19h.
Gratuito.
Tempo de duração: 50 minutos.
Classificação etária: 14 anos.
Redes sociais do espetáculo: Instagram: @panca.teatro.
Facebook: https://www.facebook.com/panca.teatro
Youtube: http://bit.ly/PANÇA-YouTube
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