Passadas mais de quatro décadas da publicação de "Mímesis e Modernidade: Formas das Sombras", em 1980, hoje um clássico dos estudos literários brasileiros, seu autor, Luiz Costa Lima, nunca deixou de lado a temática sobre a qual ali já se debruçava com autoridade: a conceituação filológica da mímesis – grosso modo, a ideia aristotélica de constituir na arte o mundo das ideias.
E agora, a partir de novos olhares, em "O Chão da Mente: A Pergunta pela Ficção", o crítico literário se debruça sobre múltiplos caminhos para a questão que se apresenta como pilar de seus estudos, desfiando seu raciocínio a partir de estudos de caso de escritores como Virginia Woolf, Freud, Nietzsche, Georg Simmel, Schlegel e Hegel.
“Em livros recentes, a propósito do requestionamento da mímesis, tenho entremeado o retrospecto do que desenvolvo desde 1980 com reflexões ainda inéditas”, anota o autor. “Além de nova, a combinação mostrou-se necessária porque, tendo escrito dezesseis livros desde 'Mímesis e Modernidade', não era crível supor que um número bastante de leitores conhecesse a integralidade da sequência. Além do mais, bem recordo que, na tentativa de evitar que a teorização entorpecesse o tratamento do problema em foco, sempre combinei o tema básico com sua abordagem particularizada em autores diversos”.
Ao longo de cinco grandes eixos, Costa Lima formula sua ambiciosa proposta: compilar novas reflexões sobre outras problemáticas surgidas desde que encarou o tema primeira vez ainda nos anos 1980, de forma a oferecer ao leitor brasileiro um panorama renovado atrelado ao tema da mímesis. Ressalte-se que o conjunto de livros que o autor tem dedicado a isso desenvolve o pressuposto contrário ao que têm dito seus intérpretes: para Costa Lima, a mímesis não é uma forma sub-reptícia de reafirmar o mundo.
Dentre sua extensa produção textual, esta obra é mais uma contribuição a um complexo projeto filosófico-antropológico-histórico-literário que estabelece o autor no cânone dos estudos literários brasileiros. Luiz Costa Lima propõe aqui uma imersão em conceitos que, mesmo articulando um grau de erudição desafiador – ou, quem sabe, exatamente por isso –, é esclarecedora e fascinante.
Sobre o autor
Luiz Costa Lima é crítico literário e professor emérito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Publicou importantes livros de ensaios, entre eles "Mímesis e Modernidade: Formas das Sombras" (1980), "Vida e Mímesis" (2000), "O Controle do Imaginário e a Afirmação do Romance" (2009) e "Frestas: A Teorização em Um País Periférico" (2013). Pela editora Unesp, publicou, em 2017, "Melancolia: Literatura".
Ficha técnica:
Título: "O Chão da Mente: A Pergunta pela Ficção"
Autor: Luiz Costa Lima
Número de páginas: 328
Formato: 13,7 x 21 cm
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