O Projeto Nova Fotografia 2020 apresenta o trabalho de seis artistas que tratam de temas como maternidade, hiperconexão e as contradições na forma como grandes cidades são constituídas. No segundo andar é possível conferir imagens feitas com dispositivos móveis selecionadas pelo Mobile Photo Festival 2021; destaque para “Olhar Indígena”, série que reúne fotos produzidas por indígenas brasileiros. As visitas são gratuitas, de terça-feira a domingo, das 11h às 17h
O Projeto Nova Fotografia 2020 se despede do MIS - instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – neste domingo. Há mais de dois meses em cartaz, reúne 93 trabalhos de seis artistas que abordam temáticas variadas, e até mesmo inusitadas, como a diversidade paleontológica e suas representações simbólicas, que apontam para a transitoriedade da vida humana. O fim de semana também marca o encerramento do Mobile Photo Festival 2021, da mObgraphia Cultura Visual, que apresenta fotos feitas com dispositivos móveis, incluindo registros de indígenas brasileiros.
As duas atrações têm entrada gratuita e as visitas podem ser realizadas de terça-feira a domingo, das 11h às 17h (última entrada às 16h). O MIS está seguindo os protocolos das autoridades sanitárias para o enfrentamento da pandemia, com aferição da temperatura do público logo na entrada. O uso de máscara é obrigatório durante toda a permanência no endereço.
Projeto Nova Fotografia 2020
Promovido pelo MIS, o projeto que seleciona fotografias de artistas promissores e inovadores, desta vez apresenta os trabalhos de Ana Oliveira Rovati, Ana Clara Muner, Paula Pedrosa, Lucas Sirino, Marcelo Schellini e Daniela Torrente.
Com acompanhamento curatorial de André Penteado, artista e autor de diversos livros, Mônica Maia, fotógrafa e sócia diretora da DOC Galeria, e do pesquisador, professor e crítico de fotografia Ronaldo Entler, as séries escolhidas abordam temas variados.
"Offline", de Ana Oliveira Rovati reflete sobre as relações contemporâneas da hiperconexão a partir de uma performance/experiência na qual a artista deixou de utilizar a internet durante um ano. Os impactos desse processo foram registrados em fotografias, textos e arquivos físicos, como diários, jornais, bilhetes, selos, cartas, mapas e agenda de telefone.
Em "Origami", Ana Clara Muner, traz o universo singular de sua avó, que tem um caso específico de Parkinson. Os remédios que ela toma a protegem dos efeitos da doença, mas alteram sua realidade, causando alucinações. Por meio de fotografia e colagem, acompanhadas de textos que compõem um fotolivro – também em exibição na mostra -a fotógrafa aborda a dualidade entre memória e realidade, em que um simples guarda-roupa se transforma em um anfiteatro e um espelho abriga um padre em seu púlpito.
"Nunca Enganaremos", de Paula Pedrosa, retrata paisagens e cenários da região sudeste relacionados à paleontologia. A ideia é reconhecer rastros e evidências que se conectam aos tempos geológicos e como eles se manifestam no presente. Paralelamente, a série reflete sobre a relatividade do tempo e da vida.
Em "Castelos e Ruínas", Lucas Sirino apresenta fotografias de espaços diversos da paisagem urbana de São Paulo, registradas em 2018 e 2019. As imagens apontam para castelos e ruínas que permeiam nossas vidas, evidenciando as contradições de que a cidade é constituída.
Marcelo Schellini, apresenta em "Tarikh al-Brasil – História do Brasil em Árabe" – uma pesquisa visual em torno da visibilidade/invisibilidade dos muçulmanos de origem africana na história e na sociedade brasileira. O ensaio fotográfico reflete também sobre a fotografia como linguagem que coloca a imagem no limite entre o documento e a invenção, além de trazer a experiência do próprio autor.
Na série "Sombra de Vitória", Daniela Torrente, convidou mães a enviarem fotos realizadas com seus filhos e filhas nas quais elas aparecem cobertas. O título da mostra faz referência à Era Vitoriana na Inglaterra (1837-1901), período no qual as fotografias hidden mother (mãe oculta ou escondida) se consolidaram. As fotografias propõem reflexões sobre a invisibilidade da mãe, a mulher na sociedade patriarcal, a falta de identidade própria, a ausência do pai e, ainda, a negação de si mesma priorizando os filhos.
Mobile Photo Festival 2021
Instalado no segundo andar do MIS, o Mobile Photo Festival 2021 reúne fotos dos vencedores das edições de 2020 - que não pôde ser realizada devido a pandemia - e de 2021. Os registros, feitos a partir de dispositivos móveis, estão divididos pelos temas Arte, Paisagem, Retrato, Street e Ensaio. Neste ano a novidade ficou por conta da inserção de mais uma categoria: vídeo, que contou com apoio do TikTok.
Além desses trabalhos, a organização trouxe a exposição “Olhar Indígena”, com registros feitos por indígenas brasileiros a partir do uso do telefone celular. Sob o tema esperança, eles retrataram o dia a dia em suas comunidades.
Campanha Solidária
O MIS aderiu à campanha Solidária do Governo do Estado de São Paulo de doação de alimentos. Por isso convida o público a fazer a sua contribuição na entrada do espaço.
Serviço
Nova Fotografia 2020 e Mobile Photo Festival 2021
Data: até 1 de agosto
Local: MIS - Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo
Formato: presencial
Visitação: Terça a domingo, das 11h às 17h (tempo de permanência na exposição: 1h)
Classificação: livre
Entrada gratuita
Sobre o MIS
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, foi inaugurado em 1970. Sua coleção possui mais de 200 mil itens, como fotografias, filmes, vídeos e cartazes. Hoje é um dos mais movimentados centros culturais da cidade de São Paulo.
Além de grandes exposições nacionais e internacionais, oferece grande variedade de programas culturais, com eventos em todas as áreas e para todos os públicos: cinema, dança, música, vídeo e fotografia estão presentes na vida diária do Museu.
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