Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em juho de 2021
Era segunda-feira, dia 5 de julho quando fui ao postinho de saúde do bairro em que moro em São Vicente, Jardim Guassú.
Desde a adolescência, não ia lá para qualquer que fosse a vacina. Afinal fora bastante mal atendida, na última vez em que lá estive sozinha. Eis que, adulta e com meus quase 40 anos, voltei a pisar lá para receber a vacina contra Covid-19.
Na recepção do local, mesmo estando ao lado de meu marido, um homem bastante alto, nenhum dos dois atendentes nos notaram. Algo bastante difícil, na verdade fizeram de conta que ninguém estava ali, para ser mais exata.
Quando cumprimentamos os dois, sem saber a quem recorrer, apenas a mulher ergueu os olhos lentamente, enquanto que o cara ao lado seguiu cabisbaixo. Complementei informando que estava ali para a vacina da Covid e ao entregar nas mãos da atendente os documentos logo ouvi:
- O comprovante de residência precisa estar em seu nome.
Sem pestanejar, respondi que no meu R.G. estava o nome do meu pai, o mesmo impresso na conta de luz.
Foi quando veio o rebate de que eu era obrigada a trazer uma correspondência desde que estivesse em meu nome, do contrário, deveria ir ao cartório providenciar um documento comprovando o que o meu R.G. já provava.
Para evitar qualquer bate-boca, notando a irredutível má vontade, meu marido perguntou o horário em que o atendimento seria encerrado e definiu que voltaríamos com a conta de modo virtual.
Pré-cadastro? Feito no início do ano, de nada servia. Ao menos para a atendente sem vontade de trabalhar.
No postinho do Jardim Guassú, tanto a conta de luz em nome do meu pai, somado ao meu RG e o pré-cadastro não tinham qualquer importância. E assim foi!
Voltamos para a nossa casa, baixamos uma via da conta virtual da internet, a que tenho em meu nome.
Levamos a tal conta -indispensavelmente obrigatória- que não fez qualquer diferença, pois a mesma atendente quase nem ergueu os olhos para o celular.
Contudo, ao ser liberada para ir até a enfermeira, entrar na fila para a vacinação -que na primeira ida ao posto não existia-, a atendente cheia de má vontade, para fechar com chave de ouro, ela devolveu a conta de luz -com o nome do pai- e uma carteirinha do SUS.
Qual era o nome ali escrito? Creusa. Realmente é bem fácil confundir com Mary Ellen!
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm
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