sábado, 5 de junho de 2021

.: Sesc Bauru recebe exposição do fotógrafo Sebastião Salgado

Foto: "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", em cartaz no Sesc Bauru

Em "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", Sebastião Salgado apresenta fotografias emblemáticas do maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense.

O público poderá visitar a exposição presencialmente mediante agendamento prévio feito na página da unidade na Internet (sescsp.org.br/ bauru ). No Sesc, as atividades presenciais seguem os protocolos de órgãos de saúde pública para evitar o contágio e disseminação da Covid-19

A partir de 9 de junho de 2021, o Sesc Bauru recebe itinerância da mostra "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", exposição do fotógrafo Sebastião Salgado, um dos nomes mais proeminentes da contemporaneidade. Os mais de 50 registros que compõem a mostra, todos feitos na década de 1980, trazem ao público a realidade do que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense.

A exposição, que teve a sua estreia no Sesc Avenida Paulista, passando pelo Sesc Guarulhos e Sesc Birigui, tem curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, responsável pela editoria e organização de todo o trabalho de Sebastião Salgado, co-fundadora da agência Amazonas Images e do Instituto Terra. Na ocasião da abertura, dia 9 de junho, o Sesc Bauru promove um bate-papo online, às 19h30, em seu canal do YouTube entre o garimpeiro e agricultor Etevaldo da Cruz Arantes e o fotógrafo e antropólogo indígena Edgar Kanaykõ Xakriabá. O encontro, que é mediado pela geógrafa e educadora Flora Pidner, aborda questões relacionadas ao garimpo, sustentabilidade e fotografia.

"Ao apresentar a exposição Gold - Mina de Ouro Serra Pelada, o Sesc reitera o seu compromisso com uma agenda cultural que revela relações entre habitantes e o planeta, e que, aliadas a pulsões distintas compõem o temperamento humano e servem como semeadura para terrenos geopolíticos e expressivos. Assim, corrobora com o propósito de exercitar olhares éticos e críticos, sobre acontecimentos fundamentais de uma história recente e que se relaciona intimamente com ambos, presente e futuro, que avistamos diante de nós", afirma o diretor eegional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda,

O público poderá visitar a exposição de forma gratuita, de terça a sexta, das 8h às 19h, e aos sábados, das 10h às 17h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/bauru. As visitas têm duração máxima de 60 minutos, a cada 1h15, e máximo de 10 pessoas. O uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante todo o período.


Serra Pelada presente
A descoberta acidental de ouro em uma remota encosta do morro do Pará, atraiu milhares de garimpeiros autônomos de diversas partes do país em busca do mesmo sonho: enriquecer. Serra Pelada, como a mina foi batizada, se tornou um imenso buraco de cerca de 200 metros de diâmetro e profundidade, onde em torno de 80 mil homens tinham um fluxo intenso de trabalho em condições precárias. Tudo o que era retirado da terra tinha destino e, cada metro quadrado, um dono.

Os primeiros a chegar ao local receberam lotes de 2x3 metros para explorar e contratar peões para fazer o trabalho pesado, que envolvia cavar e juntar terra e depois carregar morro acima sacos de cerca de 40 quilos. No topo, a terra era peneirada em busca de ouro sob os olhos do proprietário do lote. Os peões, homens de todas as idades, raças e classes sociais eram supervisionados pela polícia federal, enviados para conter a violência. Entretanto, a maior tensão ocorria justamente entre os oficiais e os garimpeiros.

Em meio a este ambiente de esperança e aflições, Sebastião Salgado registrou as trilhas encravadas na cratera, os garimpeiros com sacos de terra nas escadas de madeira (apelidadas sugestivamente de "adeus mamãe"), o sobe e desce de corpos cobertos de lama e suor, o desapontamento em cada vão aberto sem uma pepita achada e a euforia do encontro com um lampejo dourado. Suas fotografias revelam anseios e alegrias de homens que largaram suas vidas e famílias para desbravar uma terra com condições inóspitas e de futuro incerto.

As obras resultantes da expedição do fotógrafo são expostas em "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada". O conjunto propõe a reflexão e o olhar crítico sobre a história da mina mineira, que configura um passado recente possível relacionado com o presente e o futuro da humanidade e do planeta.


Sobre Sebastião Salgado
Nascido em 1944, em Minas Gerais, Brasil, Sebastião Salgado atualmente vive em Paris, na França. É casado com Lélia Wanick Salgado, com quem tem dois filhos e dois netos. Formado em economia, Salgado começou sua carreira como fotógrafo profissional em 1973, na capital francesa, e trabalhou com agências de fotografia - dentre as quais a Magnum Photos - até 1994, época que ele e Lélia Wanick Salgado fundaram a Amazonas Images, dedicada exclusivamente à sua obra.

Salgado já viajou por mais de 100 países para desenvolver seus projetos fotográficos. Além das publicações na imprensa, sua obra foi apresentada em livros como "Other Americas" ["Outras Américas"] (1986), "Sahel: l'homme en détresse" (1986), "Sahel: el fin del camino" (1988), "Workers" ["Trabalhadores"] (1993), "Terra" (1997), "Migrations" ["Êxodos"] e "Portraits" ["Retratos de Crianças do Êxodo"] (2000), "Africa" (2007), "Genesis" (2013), "The Scent of a Dream" ["Perfume de Sonho"] (2015), "Kuwait, a Desert on Fire" (2016) e "Gold" (2019). Todos esses livros foram editados, concebidos e tiveram seu projeto gráfico elaborado por Lélia Wanick Salgado.

Atualmente, Sebastião Salgado trabalha em um projeto fotográfico sobre a Amazônia brasileira, seus habitantes e as comunidades indígenas; seu objetivo é ampliar a conscientização sobre as ameaças que elas enfrentam em consequência da exploração ilegal da madeira, da mineração do ouro, da construção de represas, da criação de gado e do cultivo de soja e, cada vez mais, das mudanças climáticas.

Desde 1990, Lélia e Sebastião vêm trabalhando juntos na recuperação de parte da Mata Atlântica brasileira, no estado de Minas Gerais. Em 1998, conseguiram tornar essa área uma reserva natural e criaram o Instituto Terra. A missão do Instituto é voltada ao reflorestamento, à conservação e à educação ambiental.


Orientações de segurança para visitantes
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até cinco pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de dois metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc Bauru. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço:
"Gold - Mina de Ouro Serra Pelada"
Local:
Sesc Bauru
Período expositivo: até 30 de outubro de 2021
Funcionamento: terça a sexta, das 8h às 19h, e aos sábados, das 10h às 17h
Tempo de visitação: 60 minutos
Horários sujeitos à alteração em virtude da pandemia de Covid-19.
Agendamento de visitas: https://www.sescsp.org.br/bauru
Classificação indicativa: livre
Grátis

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