Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Se teve uma intérprete que foi unanimidade na música, esta foi Aretha Franklin, que faleceu em 2018. Sua técnica vocal, moldada na música gospel dos Estados Unidos, juntamente com o jazz, acabou por se tornar uma versão única da soul music. Muito além do timbre agudo único, Aretha tinha na emoção o seu maior trunfo. Era impossível ouvi-la e ficar indiferente.
A coletânea "The Genius Of Aretha Franklin", lançada recentemente, traz 15 faixas gravadas entre os anos 60 e 70, período apontado como a sua melhor fase segundo a crítica. É possível ouvir alguns hits como "Chain of Fools", "I Say A Little Prayer", "A Natural Woman", "Respect" e 'Think", que se mesclam com outras canções menos conhecidas, mas igualmente ótimas, como "Day Dreaming".
Além de tocar piano com maestria, Aretha conseguia potencializar uma canção de tal forma, que a mesma acabava se identificando diretamente com sua interpretação. Um exemplo disso foi "I Say a Little Prayer", cujo autor, Burt Bacharach, chegou a apontar a versão de Aretha como a melhor que ele tinha ouvido.
Poderia citar ainda a versão épica de "Bridge Over Troubled Waters", de Paul Simon, como outro exemplo de sua genialidade. Nesta coletânea foi incluída a versão em estúdio, que é um exemplo de biscoito fino da música.
Poderia escrever centenas de linhas e ainda assim isso seria insuficiente para descrever a emoção que a voz de Aretha proporciona. Essa coletânea é apenas uma pequena amostra de sua obra. Mas já dá uma dimensão exata de sua importância na música.
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