sábado, 5 de junho de 2021

.: Clássicos de Neruda ganham força com "Antologia Poética" bilíngue



Nova edição modernizada da Antologia poética de um dos maiores poetas da humanidade, Prêmio Nobel de 1971. A edição é bilíngue com os poemas em páginas opostas para melhor comparação e fluidez de leitura.

Reunindo clássicos poemas desde a sua primeira obra, "Antologia Poética de Pablo Neruda", vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, agora em edição bilíngue pela editora José Olympio. Se é que seja possível, a coletânea, ao apresentar a versão original dos escritos de Neruda, adiciona força a sua poesia, com a experiência do contato com o original, como foi escrito. Edição traz também orelha escrita por José Castello, escritor e crítico literário. Já nas livrarias.

Este único título de "Antologia Poética de Pablo Neruda" no mercado editorial de língua portuguesa reúne poemas escritos por Pablo Neruda desde seu primeiro livro, "Crepusculário" (1923), até "Las Manos Del Día" (1968), apresentando várias facetas do poeta, de temáticas amorosas a melancólicas ou políticas. Também fica evidente sua relação com a natureza e o amor pela vida. Traduzidos por Eliane Zagury, o livro tem prefácio de Jorge Edwards, escritor, diplomata e amigo pessoal de Pablo Neruda, e breve cronologia da vida e da obra de Neruda, por Margarita Aguirre, escritora, crítica literária chilena e primeira biógrafa do poeta. 

Em seu texto de orelha, o crítico e escritor José Castello discorre sobre a importância da obra de Neruda e seu impacto: "A grande característica da poesia de Neruda é a intensidade, que pode estar tanto nos eventos da história do continente como no Canto geral, quanto nas frestas das pequenas coisas inofensivas, como nas odes à cebola, à areia, à mariposa. Poeta de caráter forte, não deixa escolha a seu leitor: ou se agarra apaixonadamente a seus livros, ou não terá acesso verdadeiro a eles.

A poesia, como Neruda definiu em sua ‘Arte poética’, é ‘um movimento sem trégua, e um nome confuso’. Terreno de entrechoques, de luta ininterrupta, de perturbação, a que todos os elementos do cosmo comparecem. Nada lhe escapa. Via a literatura como o terreno da intranquilidade (‘Mãe intranquilidade, bebi em teus seios / eletrizado leito’). E o poeta, com um homem carente e sentimental, a cavar as coisas do mundo, em busca de um fundo inexistente.

Poeta do movimento, da inconstância, do susto, Neruda não precisou de heterônimos, de máscaras, para multiplicar-se em vários escritores, todos com um nome só. Apontou, assim, para a riqueza inesgotável do humano, cuja imagem, volúvel, inquieta e sempre em fragmentos, só cabe mesmo num espelho de palavras." José Castello.


Sobre o autor
Pablo Neruda (1904-1973) foi um poeta chileno, considerado um dos mais importantes escritores em língua espanhola. Filho de operário ferroviário e professora primária, perdeu a mãe ao nascer. Publicou seus primeiros poemas ainda na fase escolar, no jornal La Mañana. Em 1923 publica "Crepusculário" e, no ano seguinte, "Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada"

Em 1927 é nomeado cônsul na Birmânia. Em seguida passa a exercer essa função no Sri Lança, Java, Cingapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri. Em Buenos Aires, conheceu García Lorca, e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1937, um ano após a eclosão da Guerra Civil Espanhola, retorna para o Chile e começa a produzir textos com temáticas políticas e sociais. Em 1939, é designado cônsul para a imigração espanhola, em Paris, e, pouco tempo depois, cônsul geral do México. 

Sua intervenção em parceria com o governo francês salvou centenas de refugiados espanhóis que imigraram para o Chile em um navio fretado. No México, Neruda escreveu "Canto Geral do Chile", considerado um poema épico sobre as belezas naturais e sociais do continente americano. Em 1943, foi eleito senador da República. Comovido com o tratamento repressivo que era dado aos trabalhadores de minas, fez vários discursos, criticando o presidente González Videla

Passou a ser perseguido pelo governo e se exilou na Europa. Em 1952, publicou "Os Versos do Capitão" e, dois anos depois, "As Uvas e o Vento". Recebe o prêmio Stalin da Paz em 1953. Em 1965, recebe o título doutor honoris causa da Universidade de Oxford (Inglaterra). Em outubro de 1971, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Durante o governo do socialista Salvador Allende, foi designado embaixador na França. Doente, retornou ao Chile em 1972. Faleceu doze dias depois do golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende.


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