Nesta sexta-feira, dia 2 de abril, estreia online da peça "Não se Mate", com o ator Leonardo Miggiorin e direção de Giovani Tozi. Com transmissão pela Sympla e de graça, fica em exibição até 11 de abril. A expectativa é apresentar o espetáculo presencialmente depois. Foto: Priscila Prade
O ator Leonardo Miggiorin não para. Ele estreia a terceira peça durante a quarentena a partir desta sexta-feira, dia 2 de abril. "Não se Mate" pode ser assistida gratuitamente pela internet até dia 11 de abril com transmissão pela plataforma Sympla. A direção é de Giovani Tozi, que estreia na dramaturgia com este texto.
Durante o período de quarentena, primeiro ele apresentou “A Bicicleta de Papel”, de Luccas Papp. Está ensaiando: "Fome", uma websérie teatral com a atriz Mel Lisboa e com a CIA do Faroeste - é o reencontro com Mel depois de 20 anos da minissérie "Presença de Anita". A terceira é justamnete “Não se Mate”, com estreia online e possível temporada presencial.
Na TV, está no ar em duas reprises no Canal Viva: a novela “Mulheres Apaixonadas” e “Flora Encantada”, seu primeiro trabalho, e ainda sem trabalhos futuros na TV. Na peça “Não se Mate”, Leonardo interpreta um homem em crise com questões parecidas com as dele e talvez, com muitos de nós. "O público vai se identificar em muitos aspectos e vai rir da situação patética desse personagem, o Carlos. Ele está num momento crucial de sua vida, no ápice de uma crise quando recebe uma ligação misteriosa do futuro!”, explica o ator.
Sinopse de "Não se Mate"
O ano é 2019. Carlos enfrenta um momento complicado de perdas e não consegue se livrar da sensação de imobilidade. Não se sente motivado nem para pintar, atividade que sempre o estimulou. A partida da mãe, o término com a namorada e a dispensa do trabalho foram gatilhos para um quadro depressivo que quase o fez desistir de tudo. As mensagens inesperadas de um homem misterioso acendem uma nova luz nas perspectivas do jovem. Otimismo, 2020 vem aí.
"Não Se Mate” é o espetáculo que apresenta o ator, diretor e produtor Giovani Tozi na dramaturgia. O titulo faz referência ao poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade, lançado em 1962, como parte da “Antologia Poética”, organizada pelo próprio autor. Além de “Não Se Mate”, poemas emblemáticos de Drummond costuram a história, entre eles: “Poema das Sete faces”, “E agora José” e “Uma Pedra”.
Com interpretação de Leonardo Miggiorin, participação especial de Luiz Damasceno, design de luz de Cesar Pivetti e figurino de Fábio Namatame, a peça fará temporada online de 26 de março a 4 de abril, de sexta a domingo, às 20h, com transmissão gratuita pela Sympla. São 70 minutos de duração.
Drummond é um dos mais importantes autores brasileiros e um dos grandes colaboradores para a vanguarda modernista que revolucionou a literatura no Brasil. A semana de Arte Moderna, que completa 100 anos em 2022, foi um marco simbólico para repensar as estruturas dominantes entre os autores nacionais. Seguindo esse lugar de experimentação, Drummond evidenciou seu brilhantismo pela fluência de suas palavras, que conseguem transitar entre frases elaboradas e versos livres, sem deixar de ser popular e elegante. A profundidade alcançada pelo autor é notável, Drummond agregou aspectos existencialistas aos seus poemas, refletindo sobre os avanços tecnológicos e suas implicações como a guerra e a bomba atômica.
Essa fluência entre o erudito e o popular é o primeiro desafio de Leonardo Miggiorin, que busca equilibrar a freqüência dos poemas de Drummond à dramaturgia de Tozi. O autor conta que os poemas foram sendo incorporados ao texto de forma muito natural. “Tentei fazer com o que a minha vontade pessoal não se sobressaísse ao que a obra me pedia. Dessa forma, procurei escutar o personagem e, mesmo sendo muito fã dos poemas de Drummond, me contive ao que era necessário na história”.
Na história, Leonardo Miggirion interpreta Carlos, um artista plástico que vive um momento complexo de perdas. Essas ausências afetam diretamente o seu equilíbrio emocional. Mesmo partindo de um tom humorado, onde o personagem ainda consegue rir de si próprio, o texto propõe um mergulho psicológico, amparado pelos poemas e pela noção de autonomia proposta pelo existencialismo, onde o ser humano é diretamente responsável pelas perdas que coleciona.
A abordagem psicológica do texto ganha força no entendimento e na intimidade de Miggiorin com o tema, que é formado em psicologia. O ator, que já fez atendimento em consultório clinico, aproveitou o tempo disponibilizado pela pandemia para iniciar uma pós graduação (online) em psicodrama. Sobre esse interesse o ator comenta: "Sempre quis estudar psicologia antes mesmo de pensar em ser ator. Mas a carreira na atuação surgiu de surpresa e deu certo, então aproveitei ao máximo, pois é algo que amo e me realiza muito. Neste momento da minha vida, a psicologia está a serviço da arte”.
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