Belíssima, a funkeira revela que não tem papas na língua e revela como o que passou no "Big dos Bigs". "Cheguei ao Top 5 com muito jejum e oração, era propósito atrás de propósito, semana sem comer não sei o quê... Segurei na mão de Deus e fui". Foto: João Cotta
Pocah, a quinta colocada da 21ª edição do "Big Brother Brasil" mostrou, no programa, uma trajetória de superação. Ao perder cada um de seus aliados dentro da casa, Pocah se viu sozinha no jogo e, mesmo em uma posição desfavorável, deu a volta por cima, chegando ao Top 5 da edição. Teve sorte ao escapar de paredões nas provas “Bate e Volta”, mas também enfrentou berlindas difíceis e permaneceu.
Nos últimos dias da competição, Pocah conquistou a tão esperada liderança, mas deixou a casa na última quinta-feira, dia 29, com 73,16% dos votos ao disputar uma vaga na semifinal com Camilla de Lucas e Gilberto. Agora fora da disputa, a cantora confessa que faltou estratégia, mas se diz feliz com sua jornada no reality show. “Aprendi que eu posso chegar até o fundo do poço, posso me perder, mas eu não caio de vez e não paro de jeito nenhum. Nada mais me abala (...) Agora é sorriso, fazer dinheiro, porque quero ficar rica, fazer música e bola para frente”, avalia. No papo a seguir, Pocah comenta os principais momentos da participação marcante no programa e revela alguns dos projetos profissionais após o "BBB".
Como você definiria sua história no "BBB 21"?
Pocah - Eu achei que seria um pouco mais fácil. As primeiras semanas foram muito pesadas para mim, eu vivi coisas que não esperava viver lá dentro. Mas eu tentei, bati de frente mesmo e, mesmo quando eu estava no fundo do poço, tentei dar a volta por cima, seja chorando, seja dormindo, seja me jogando nas festas. Eu vivo o extremo, não sei viver de metades. Tudo meu é muito, eu exagero mesmo e exagerei diversas vezes lá dentro.
Qual foi seu momento mais marcante no "BBB"?
Pocah - A minha liderança. Eu esperei muito, o programa inteiro, para conseguir ver a minha família e para ganhar uma prova, que era o que eu mais me cobrava conseguir lá dentro. Então, ir ao paredão e voltar líder, imune, foi a melhor sensação que eu poderia viver no "BBB".
Como foi a experiência de ouvir suas músicas tocando no programa estando na casa?
Pocah - Eu já me preparava muito para isso, mas não tem preparo certo. Eu sempre fui fã do programa, sempre acompanhei e minhas músicas sempre tocaram muito lá dentro. E, mesmo quando eu não via, meus fãs me mandavam. Quando tocou e eu estava lá foi muito bizarro. Eu não acreditava, a emoção foi dobrada, nada como eu imaginei que seria. Não tenho palavras para descrever meu sentimento. Foi mágico! Viver o "Big Brother Brasil" foi mágico.
E nas festas, quando você via colegas de trabalho cantando no palco, sem poder chegar perto?
Pocah - Foi desesperador (risos)! É muito estranho ver meus amigos no palco, cantando, e eu do outro lado do acrílico sem poder estar junto. Eu não queria nenhum sinal de fora, não era isso. Mas a gente fica tão carente lá dentro que um olhar já fala muito. A Lexa, por exemplo, não olhou para mim um minuto! E eu ficava muito desesperada com isso, pensava “minha amiga não me ama mais” (risos). Parecia que eu nunca tinha assistido a um show deles antes, que era a primeira vez que eu estava vendo eles se apresentarem. E mesmo assim era tão emocionante ver um outro rosto dentro da casa, ao vivo e a cores...
Logo na primeira semana da temporada, o público notou que você dormia bastante na casa e os memes viralizaram nas redes sociais. O que você achou disso?
Pocah - Eu vi muitos memes, muitos mesmo, e passei mal de rir. Levei muito de boa e achei muito engraçado. Dentro da casa a Carla falava: “Amiga, você está dormindo muito. Eu sei que está difícil, mas você tem que acordar para o jogo”. Na mesma semana o Tiago falou: “Quem dorme não joga”. Quando, no discurso da eliminação do João, ele falou sobre dormir, eu já apertei a mão do Arthur achando que era eu a eliminada (risos). Eu não gosto de insulto, falta de respeito comigo, com a minha família, minha índole, minha carreira; aí não é legal. Mas com os memes eu me diverti, morri de rir. Principalmente porque, por ter uma filha e o meu trabalho, aqui fora eu dormia pouco, tinha muita insônia. Não sei o que me deu no "BBB". Talvez fosse a questão da solidão, do tédio e da dificuldade emocional de enfrentar tudo isso. Quando eu dormia, era um momento em que eu não sentia peso de nada, era um repouso mesmo esse sono. Mas já descansei, agora estou pronta e preparada para trabalhar muito (risos).
Em diversos momentos você afirmou se sentir sozinha e disse até que não era bem-vinda na casa. Essa sensação veio depois que seus amigos começaram a ser eliminados ou antes mesmo disso?
Pocah - Na primeira festa, eu já me senti muito deslocada. Mas até então eu achava um deslocamento normal, eu realmente não conhecia ninguém. Achava que seria somente naquele momento e depois eu faria amizades, alianças. Na minha cabeça a Kerline seria essa minha “dupla” de jogo e minha companhia pelo fato de termos feito a primeira prova juntas e termos tido uma troca muito significativa para mim desde o primeiro dia. Ela saiu e, mesmo assim, eu me sentia muito bem perto de outras pessoas, dos meus amigos do começo do jogo. Fiquei muito próxima da Karol na liderança dela. Também era muito próxima da Thaís. Quando meus amigos começaram a sair e a Tatá virou amiga da Viih Tube, dali para frente, foi só ladeira a baixo. O Projota começou a me ajudar e a Carla foi a pessoa com quem eu mais me identifiquei. Demorou um pouquinho, mas quando aconteceu foi muito bom para mim. A pessoa de quem eu mais senti falta quando saiu foi ela, deixou saudade.
Você acredita que a amizade com o Arthur também se deu em função dessa perda de aliados?
Pocah - Tínhamos o “PROPOCARTHUR”, que era Projota, eu, Carla e Arthur. Com a saída deles eu não tinha mais ninguém para me proteger, e o Arthur me fez essa proposta de um proteger o outro, se ganhar o anjo dar para o outro. Eu topei, porque era minha única alternativa. E o Arthur foi um irmãozão para mim! A gente se fisgava toda hora, eu não concordava com um monte de coisa que ele falava – e por isso a gente discutia –, mas foi assim que aconteceu. Continuo gostando muito dele e torcendo muito por ele aqui fora. Foi realmente muito importante tê-lo ao meu lado.
Além dele, quais são as amizades que você pretende levar para além do "BBB"?
Pocah - Thaís, Carla... Sendo bem sincera, esse "BBB" deixou tanta saudade que eu quero muito ter amizade com todos que viveram ele comigo, sem exceção. Não foi fácil o que passamos juntos, mas o que aconteceu lá ficou lá dentro. Não quero trazer nada disso para fora porque tenho um sentimento muito grande e muito lindo por cada um deles. Torço pelos que ficaram e pelos que saíram. A pressão do jogo era muito grande, ficar longe da família era muito tenso e eu me sentia muito pressionada; muitas vezes eu não me reconheci. Aqui fora eu não teria me desentendido com nenhum deles! Agora consigo ter uma dimensão bem maior de quem eu sou e de quem eu fui lá dentro. O Tiago me confortou muito quando falou que no "BBB" não é possível ser quem você é de verdade. Aqui fora eu vejo que era essa “eu” que faltava, que eu estava com saudade de mim, tão feliz com tudo que tenho, com a minha família e pela minha trajetória.
Você protagonizou duas discussões marcantes, uma com o Gil e outra com a Juliette. Imaginava que teria esse tipo de conflito antes de entrar na casa?
Pocah - Eu achava que não. Fazia anos que eu não me desentendia com alguém. A pandemia também me fez muito calma. Eu pensei: “Com a paciência que eu estou, eu vou ganhar esse programa, sou a nova milionária” (risos). Eu estava realmente numa fase em que lidava com tudo da minha vida de uma forma muito serena, tranquila. Quando eu entrei no "BBB", foi o caos e a destruição (risos). Logo na primeira semana começaram as brigas, a gente fazendo oração... Foi loucura! Cheguei ao Top 5 com muito jejum e oração, era propósito atrás de propósito, semana sem comer não sei o quê... Segurei na mão de Deus e fui (risos).
O que faltou para chegar à final?
Pocah - No “Bate-papo BBB”, a Ana Clara me mostrou uma enquete que falava em pouca estratégia. E era mesmo. Eu sempre justificava que “por estratégia, iria fazer tal coisa”. Mas, pelo amor de Deus, quem eu quero enganar, gente? Eu não sabia nem o que eu estava fazendo, sou sincera. Na hora, no desespero de estar em um paredão e prestes a emendar em outro, é horrível. O Tiago falava as coisas e, muitas vezes, eu não entendia nada. Muito louco! Por mais que eu tentasse focar ao máximo, ainda faltou foco. Tentei ser mais focada, mais equilibrada e não deu, paciência. Faltou tudo isso. A estratégia foi muito verbalizada, mas na ação mesmo, de verdade, eu não sabia o que estava fazendo.
Quais os maiores aprendizados que você tira dessa experiência?
Pocah - Eu aprendi a ser mais empática. A empatia é muito importante, não só dentro da casa, mas em todo o mundo. Sempre achei a palavra empatia e o significado dela muito fortes. A humanidade precisa muito disso. A gente precisa entender o próximo porque, uma hora, a gente vai precisar ser entendido, compreendido. Dentro do "Big Brother Brasil" eu precisei ser empática porque eu estava sentindo muito e tive que, muitas vezes, silenciar o que eu estava sentindo para entender as outras pessoas que também precisavam de compreensão. Aprendi que eu posso chegar até o fundo do poço, posso me perder, mas eu não caio de vez e não paro de jeito nenhum. Nada mais me abala. Já fiz essa piada um monte de vezes: “Meu amor, eu participei do 'Big dos Bigs', nada mais me abala” (risos). Agora é sorriso, fazer dinheiro, porque quero ficar rica, fazer música e bola para frente. Vou levar o "BBB" no meu coração como uma das maiores experiências da minha vida. Nunca mais vou julgar quem entra naquela casa. Ou talvez eu julgue um pouquinho... Não, mentira (risos). Mas eu vou entender, porque não é fácil, é babado.
Para quem fica a sua torcida?
Pocah - Essa pergunta é muito difícil. Eu convivi com eles e todos têm um lugar muito especial no meu coração. O Gil é tão fã do programa que eu fiquei muito mal por ter puxado ele para o paredão sem saber o que estava fazendo, na “piração” do momento. Fiquei me revirando na cama, não conseguia nem comemorar a minha volta do paredão. Ele é muito merecedor. A Juliette tem uma garra enorme! Eu já falei para ela o quanto ela tem força. A Camilla é uma mulher por quem sou apaixonada. Fiuk também já segurou muito a minha onda, minha mão. Cada um me ensinou muito, não tenho como apontar um só. Vou ficar feliz por qualquer um deles que ganhar, vai ser muito merecido.
Quais são seus planos daqui para frente?
Pocah - Eu tenho uma música que vai deixar todo mundo boquiaberto. Assim como a “Camilla Sensitiva” tem a “Pocah Sensitiva” (risos). Antes de entrar, eu fiz uma música que fala muito sobre o que de fato foi a minha trajetória no "BBB", e eu nem sonhava saber as coisas que iria viver. Pretendo continuar com a minha carreira, tenho muita coisa para mostrar. A música é a minha paixão. Quem sabe ficar rica e poderosa esse ano? Vou trabalhar muito para isso.
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