Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Falecido em setembro de 2020, o baterista Lee Kerslake deixou um legado importante na história do rock. Mas antes de partir conseguiu deixar gravado um álbum solo com canções inéditas. A produção chega agora ao público e funciona como o seu canto do cisne.
Com uma carreira que remonta à década de 60, o primeiro passo de Lee Kerslake para os holofotes do rock foi com a banda The Gods, gravando "Genesis" em 1968 e "To Samuel A Son" em 1969. Mas foi a partir de 1972, quando entrou no grupo britânico Uriah Heep que ele passou a se projetar como um dos grandes bateristas de sua época, permanecendo na banda por mais de 30 anos. Foi no Heep que ele acabou sendo apelidado de The Bear (O Urso).
No início dos anos 80, participou das gravações dos dois primeiros álbuns solo de Ozzy Osbourne, apontados como os melhores da carreira do ex-vocalista do Black Sabbath. E mais recentemente fundou o grupo Living Loud com o cantor Jimmy Barnes, o guitarrista Steve Morse e o baixista Bob Daisley, além do tecladista Don Airey.
Em 2007, decidiu deixar o Uriah Heep por conta de seus problemas de saúde. Alguns anos depois, em 2015, começou a produzir as canções desse seu primeiro disco, finalizando a produção em 2019, que agora está sendo divulgada de forma póstuma em sua homenagem.
"Eleventeen" é uma coleção de oito canções, sete delas escritas ou co-escritas por Lee, começando com a singela "Celia Sienna", passando pela igualmente ótima "Take Nothing For Granted", inspirada em sua esposa e mais algumas coisas de sua vida. Há ainda uma versão de "You´ve Got a Friend", de Carole King, que Lee fêz questão de dedicar a todos os seus amigos da música.
Esse disco representa não somente a despedida de um músico. Deixa claro a sua genialidade, que ia muito além das baquetas e de um kit de bateria ao fundo do palco. Faz justiça ao músico que ele sempre foi, com toda certeza.
"Take Nothing for Granted"
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