"Mau Lugar - Uma Áudio Libras Ficção", foi montada a partir da transposição da peça homônima do Coletivo de Galochas para a linguagem dos sons e recriada simultaneamente em Libras, Língua Brasileira de Sinais, com parceria do Coletivo ramariaS. A peça estreou, originalmente, em 2017 e passou por importantes espaços, como o TUSP - Teatro da USP (2018), Teatro de Arena Eugênio Kusnet (2019), Teatro da Cia. da Revista (2020), cuja temporada foi interrompida pela pandemia e deu origem a esse trabalho em modo remoto.
A opção radical do grupo pela áudio-difusão, através da construção de um drama sonoro, foi inspirada pelas radionovelas cubanas das primeiras décadas do século XX. É um convite à sensibilidade expandida, a partir de um movimento de encontro de si, mas capaz de imergir na alteridade: ao fechar os olhos e amplificar a escuta atenta, não perdemos a imagem do mundo, antes, ingressamos em sua profundidade sonora.
O trabalho com Libras, Língua Brasileira de Sinais, nasceu da necessidade da transposição da peça para pessoas surdas ou ensurdecidas. Mas acabou se tornando uma reescrita completa do roteiro em Libras. A peça foi montada totalmente em modo remoto, com orientações à distância na interação com atrizes e atores do Coletivo de Galochas, para a produção e registro dos áudios e na gravação das imagens de Libras, pelo Coletivo ramariaS.
"Mau Lugar" reflete sobre um dos mais pesados fardos da própria morte, além da dor e da perda do ente querido: o sequestro do direito ao luto. Nessa distopia onde Lúcia está imersa, o direito à memória da filha, o luto e o respeito ao corpo lhe são violentamente arrancados, assim como as esperanças e crenças em um sistema de valores.
Sinopse
"Mau Lugar" retrata uma sociedade controlada pelo Remédio da Felicidade que já não pode mais conter a onda de suicídio entre os jovens. Como resposta, o suicídio é criminalizado, com violentas punições aos familiares das pessoas que tiram ou tentam tirar a própria vida. Lúcia, uma gerente de fábrica, vê tudo se transformar após encontrar a filha que se enforcou e ser denunciada. Entrando e nos arrastando com ela para um "Mau Lugar", onde os corpos dos mortos são apenas fardos pesados e o luto um ritual de queima no lixão. Ela deve se livrar do corpo, para não sofrer sansões e acaba se encontrando com os Mercadores de Corpos.
Episódios
"Mau Lugar" será dividida em três episódios, que vão estrear pelo YouTube, Spotify e SoundCloud, nas páginas do Coletivo de Galochas e permanecerão publicadas nas plataformas para serem ouvidas gratuitamente. Os episódios são apresentados em sequência, com dois dias de apresentação cada e, no final da temporada, será feita uma “maratona” com a apresentação consecutiva dos três episódios em um mesmo dia:
1. "Empacotando a Filha" (dias 22 e 23, abril)
2. "Felicidade em Chamas" (dias 24 e 25 de abril)
3. "A Vida É Uma Dádiva" (dias 27 e 28 de abril)
4. Maratona – Apresentação completa dos três episódios (dias 29 e 30 de abril)
Diálogos em tempos de isolamento
Rodas de Conversas sobre teatro, translinguagem, acessibilidade, luto e morte. Nos dias 23, 25, 28 e 30 de abril serão realizadas os "Diálogos em Tempos de Isolamento", rodas de conversa sobre temas suscitados pelo espetáculo, com Psicólogos, artistas, pessoas que trabalham com acessibilidade pública e os grupos envolvidos.
23 de abril - Capítulo I - "Empacotando a Filha"
Roda I - Campo Expandido da Sensibilidade: O Encontro Entre Linguagens Enquanto Potência Criativa. Com o Coletivo ramariaS
25 de abril - Capítulo II - "Felicidade em Chamas"
Roda II - Ocupação Cultural e Acessibilidade: Avanços e Desafios. Com Glauce Teixeira, Nana Roots e Mona Rikumbi
28 de abril - Capítulo III - "A Vida É Uma Dádiva"
Roda III - Diálogos Sobre Luto e Morte: Falar Para Resistir. Com a Professora Maria Júlia Kovács, do Laboratório dos Estudos Sobre a Morte, Psicologia/USP.
30 de abril - Espetáculo completo
Roda IV - Criação em Tempos de Isolamento: a Transposição do Teatro Presencial para o Online e Sua Potência Investigativa. Com Coletivo de Galochas.
As atividades terão início sempre às 19h e acontecerão em sala fechada, sendo transmitidas simultaneamente em três diferentes redes sociais do Coletivo de Galochas [YouTube, Facebook e Instagram]. A interação com a plateia se dará via chat, com monitoramento da assessoria de mídias sociais. Todos os encontros terão a presença de intérpretes de libras. As lives ficarão salvas no canal do Youtube.
Libras
A produção foi transposta para a Libras (Língua Brasileira de Sinais), com uma reescrita completa do roteiro para que a mesma sensação de drama possa ser compartilhada por quem não pode ouvir, mas lida com os sons do mundo de uma outra forma.
A adaptação do espetáculo "Mau Lugar" para a versão em Áudio Libras ficção e sua exibição são possíveis graças ao edital ProAC Expresso LAB nº36/2020, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, possibilitado pela Lei Aldir Blanc, da Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal.
Ficha técnica
Espetáculo: "Mau Lugar - Uma Áudio Libras Ficção"
Criação: Coletivo de Galochas
Elenco: Diego Henrique, Kleber Palmeira, Natália Quadros, Rafael Presto, Mariana Queiroz e Wendy Villalobos.
Libras: Coletivo ramariaS - Amanda Assis, Amanda Lioli, Edinho Santos, Fábio de Sá, Marita Oliveira, Nayara Rodriguez.
Dramaturgia: Antonio Herci e Rafael Presto.
Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
Assessoria de mídias sociais: Dora Scobar.
Produção executiva: Rafael Vix.
Direção de produção: Deborah Penafiel.
Captação, sonoplastia, montagens de libras e edição de AV: Antonio Herci e Daniel Lopes.
Direção: Antonio Herci e Daniel Lopes.
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