Depois de 40 anos na Rede Globo, Aguinaldo não teve o contrato renovado com a emissora. O anúncio de sua demissão aconteceu em janeiro do ano passado. “Primeiro, eu fiquei chocado. Porque quando as coisas são assim muito oficiais, depois de uma relação tão longa e que rendeu tantos frutos para ambas as partes, essa coisa assim meio burocrática, oficial, é meio chocante. E eu fiquei um pouquinho magoado com duas ou três pessoas que também não estão mais lá”, desabafa. “Foi o fim de um ciclo, entendeu? A emissora me deu muito durante esses 40 anos, eu não posso me queixar. E eu também dei muito para a emissora. Foi uma troca justa”, completa Aguinaldo.
O último trabalho do novelista na TV, a novela “O Sétimo Guardião” (2018), virou assunto na imprensa por conta de um suposto affair entre os atores José Loreto e Marina Ruy Barbosa. Questionado sobre os rumores de traição, Aguinaldo é categórico: “Eu confio plenamente na palavra da Marina, que é minha afilhada, e eu sei que para mim ela não mentiria. Ela sempre me disse que não aconteceu nada”. José Loreto e a então esposa Débora Nascimento se separaram em 2019.
Além dos bastidores da novela, a trama de “O Sétimo Guardião” também foi assunto da imprensa especializada e do público, que criticaram o desenrolar da história. À época, Aguinaldo Silva rebateu seguidores e até artistas que o criticaram pelas redes sociais. “O que aconteceu em ‘O Sétimo Guardião’ é que talvez eu estivesse em uma fase muito ativa na Internet. Eu tinha opiniões muito próprias, e isso não foi bem aceito pelas pessoas, que viram na novela uma oportunidade para puxar o meu tapete”, declara ao programa "A Noite É Nossa".
Considerada a novela brasileira de maior audiência de todos os tempos, o autor também relembra “Roque Santeiro” (1985): “Até hoje, é o maior fenômeno da TV brasileira. Tem gente que não era nem nascida na época, mas sabe quem é a Viúva Porcina”. Ele também fala sobre a protagonista da trama, a atriz Regina Duarte: “A Regina era a ‘namoradinha do Brasil’ e havia feito várias personagens doces e românticas. Quando a chamaram para fazer a Viúva Porcina, tiveram que arrancar a Viúva Porcina de dentro da Regina. Ela estava lá, só que a Regina não sabia”.
No meio da entrevista, de surpresa, Aguinaldo recebe mensagem da eterna Viúva Porcina. Com exclusividade ao "A Noite É Nossa", a atriz Regina Duarte diz a ele: “A Porcina foi a porta-bandeira da alegria com quem eu mais me diverti na vida. Minha gratidão eterna por ela e a esse presente incrível que você me deu, a mim e a todo o nosso público de telenovelas. Receba um grande abraço desta sua fã”, conta.
Aguinaldo Silva revela que chegou a pensar em uma personagem para a cantora Anitta. O convite para que ela atuasse em uma novela dele aconteceu no programa Domingão do Faustão, em 2016, mas a participação nunca aconteceu. “A Anitta foi assim. Eu fiz uma longa entrevista quando ela estava começando a ser Anitta. Ela foi na minha casa só com uma assessora de imprensa, ela mesma dirigindo o carro, botou na minha garagem, subiu… e eu comecei a conversar com aquela mulher e percebi que ela era tão focada na carreira, no que ela queria, em tudo isso. Era uma pessoa tão forte. Eu percebi que ela ia ser um grande sucesso. E eu fiquei tão fascinado por aquela figura que eu disse: ‘Você não quer aparecer em uma novela minha?' E ela topou. Só que nesse intervalo, entre a entrevista e o começo da gravação da novela, Anitta virou Anitta”, lamenta o novelista.
Aguinaldo conta que Lima Duarte foi o ator com que mais trabalhou em sua carreira: “Fiz nove trabalhos com ele. O Zé Mayer, por exemplo, fez sete novelas comigo. Mas o Lima é o campeão”. Sobre a volta de José Mayer às telinhas, o dramaturgo é categórico: “Eu acho que isso vai acontecer (a volta de José Mayer às novelas). O que também afastou o Zé é que ele teve um problema de saúde, que já está resolvido. Ele agora está em forma. Evidente que alguém vai chamá-lo”.
Questionado sobre seu futuro na televisão, Aguinaldo afirma: “Eu acho que a partir de agora, qualquer que seja o lugar onde eu volte a trabalhar, o que a gente tem que fazer é um contrato por obra. Alguém quer uma novela minha? Tudo bem, vamos conversar. Eu apresento uma sinopse e me apresentam uma proposta. Acabou a novela, acabou o compromisso. De onde quer que venha o chamado, se for do meu interesse, eu aceito. E tem mais uma coisa: eu tenho histórias já prontas”.
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