Ana (Fernanda Vasconcellos), Rodrigo (Rafael Cardoso) e Manuela (Marjorie Estiano) na novela "A Vida da Gente", que volta em edição especial a partir de 1º de março. Foto: TV Globo / Estevam Avellar
“Difícil para mim separar o que escrevo do que sou. A essência de ‘A Vida da Gente’ permanece para mim atual na medida que são assuntos que ainda me mobilizam e me fazem pensar”. A reflexão é da autora da novela, Lícia Manzo, que será reexibida na TV Globo a partir de 1º de março. Jayme Monjardim, diretor da obra, faz coro à fala da companheira de trabalho: “Este é um dos projetos mais importantes que fiz. É uma novela que tem uma relação com a vida e com as emoções muito forte e consistente. É um presente a volta de ‘A Vida da Gente’", reforça.
"A Vida da Gente" estreia em 1º de março, na faixa das seis. A novela é escrita por Lícia Manzo, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, e direção geral de Fabrício Mamberti. Felizes com a edição especial da novela, a autora e o diretor falam, na entrevista abaixo, sobre as lembranças que ainda guardam do período em que a obra foi feita, há cerca de 10 anos, e da expectativa para o retorno do trabalho.
"A Vida da Gente" foi escolhida para ser exibida em edição especial e, desde o anúncio, a receptividade do público tem sido muito boa. Como você recebeu a notícia da volta da novela?
Lícia Manzo: Fiquei muito feliz que "A Vida da Gente" estará de volta. Quando uma novela termina, vivemos um luto, e é difícil dizer adeus aos personagens. A reprise agora, para mim, é uma chance de reencontrá-los.
Jayme Monjardim: Para mim, este é um dos projetos mais importantes que já fiz. Primeiro pelo texto primoroso da Lícia Manzo. Ela tem uma capacidade impressionante de contar histórias, diálogos. É uma novela muito boa, que tem uma relação com a vida e com as emoções muito forte, muito consistente. Para mim é um presente a volta da novela.
"A Vida da Gente" fala sobre relações – familiares e humanas. E é um trabalho escrito por você há dez anos. Você acredita que rever um trabalho é também uma oportunidade de se rever? Acha que se tivesse escrevendo essa história hoje, seria muito diferente?
Lícia Manzo: Muito do que penso, sou, acredito está espelhado em "A Vida da Gente". Difícil para mim, para não dizer impossível, separar o que escrevo do que sou.
Acredita que se tivesse escrevendo essa história hoje, seria muito diferente?
Lícia Manzo: Hoje, talvez tecnicamente, mudasse alguma coisa na novela em termos de estrutura, quem sabe... Mas a essência da novela ou o que está dito permanece para mim atual na medida em que são assuntos que ainda me mobilizam e me fazem pensar.
Você se lembra alguma memória especial daquele período?
Jayme Monjardim: Tenho grandes lembranças, maravilhosas. Foram grandes viagens emocionais, grandes cenas gravadas, cenas muito consistentes. Fizemos uma linda viagem para Ushuaia, também para o Sul do Brasil, com cenas lindas. Mas eu acho que ‘A Vida da Gente’ é uma novela que tem, mais do que as viagens que fizemos, uma viagem pelo sentimento das pessoas e, para mim, isso importa muito, me marca.
A obra foi lançada com muitos atores jovens, começando suas carreiras, que despontaram. Na época do lançamento, em 2011, você chegou a falar que era muito importante revelar novos nomes para o grande público. Você já conseguia enxergar naquela época a grande potência daqueles artistas?
Jayme Monjardim: Essa relação com os atores novos me acompanha em toda a minha carreira. Meu sonho sempre foi lançar pessoas, novos atores. Isso é parte de uma relação muito intensa que tive com Maneco (o autor Manoel Carlos), que também sempre teve esse desejo. E é algo que vem comigo desde "Pantanal", posso dizer que é um pouquinho a minha marca registrada. Acho muito importante a força emocional de cada obra. E trabalhar com atores novos, que nunca foram vistos pelo público, faz com que as pessoas sintam muita verdade. Isso faz muita diferença.
Vocês vão tentar rever a novela também?
Lícia Manzo: É claro que vou rever! Novela é um filho e de filho a gente não se cansa. Verei como uma espectadora, favorecida pela distância, e, nesse sentido, podendo me surpreender também.
Jayme Monjardim: Todas as minhas reexibições eu vejo, sem exceção. Estou aqui cravado em "Flor do Caribe" (novela das seis que está no ar atualmente). Para mim, é uma emoção muito grande rever meu trabalho. Vivo muito intensamente todas as novelas, é uma dedicação muito grande. Acredito que não existem grandes resultados sem grande dedicação, é impossível. Rever é uma forma de reestudar o que fiz, me reavaliar. Isso para mim é muito importante.
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