Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Getúlio Cortes, um dos ícones da Jovem Guarda, que compôs uma série de hits para vários intérpretes incluindo o Rei Roberto Carlos, lançou finalmente um disco cantando suas músicas. Denominado "As Histórias de Getúlio Cortês", o CD foi idealizado por Marcelo Fróes e produzido por André Paixão, por intermédio do selo Discobertas. A iniciativa ajudou a resgatar uma parte rica e importante de nossa música popular.
Para quem não sabe, Getúlio Cortes é irmão de Gerson King Combo, um dos precursores da chamada soul music brasileira. Mas foi na época da Jovem Guarda, nos anos 60, que ele acabou se destacando como autor de hits antológicos, entre eles, "Negro Gato", que foi regravado por Renato e Seus Blue Caps, Roberto Carlos e Luiz Melodia, entre outros.
Apesar de ter mais de 80 anos, Getúlio Cortes surpreende com uma voz firme e afinada em 10 canções acompanhadas por uma banda básica (guitarra, bateria, baixo e teclados) no CD. Dessa relação, quatro canções integram o repertório de Roberto Carlos: "Negro Gato", "Eu Só Tenho Um Caminho", "O Tempo Vai Apagar" e "Atitudes".
Há outras canções bem interessantes, como "Quase Fui lhe Procurar" (do repertório de Wanderléa) e outras menos conhecidas como "Ponha no Lugar" e "Por Motivo de Força Maior". As letras são simples e diretas, feitas para que o ouvinte possa se identificar com a mensagem logo na primeira audição.
O que causa surpresa para o ouvinte é constatar o fato de Getúlio Cortes ter conseguido gravar somente agora, com mais de 80 anos, o seu primeiro disco como intérprete. Sua voz está clara, firme e limpa. E com certeza, suas histórias merecem ser divulgadas para o público, pois fazem parte da memória de nossa cultura popular.
"Por Motivo de Força Maior"
"Eu Só Tenho Um Caminho"
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